Prezados Amigos do Buteco, autoridades médicas e sanitárias brasileiras afirmam que essa semana será decisiva para os esforços visando evitar uma propagação ainda maior do COVID-19 no país. E todas são unânimes em afirmar que é importante o isolamento social, ou seja, ficar em casa, até mesmo quem é absolutamente assintomático, isso porque pode facilmente transmitir o vírus para outra pessoa cujo organismo não tenha defesas e, em razão disso, venha a ficar gravemente doente, inclusive com sequelas, ou até mesmo falecer. O momento é de consciência, empatia e solidariedade. Seguindo as orientações das autoridades e permanecendo em casa, você pode salvar a vida do próximo, de alguém que pode vir a fazer muita falta na vida de outras pessoas.
Infelizmente, em todo país ainda vemos pessoas circulando nas ruas para fins recreativos. Ocorre que o Brasil ainda não chegou à pior fase do ciclo do COVID-19 e todas as autoridades afirmam que é praticamente inevitável uma grande sobrecarga no sistema de saúde. Isso em um país no qual parte da população vive sem condições sanitárias minimamente aceitáveis e já sofre com graves doenças como dengue, chicungunha, zika, frebre amarela, malária e várias doenças respiratórias (influenza, H1N1, etc.). Por isso mesmo, não adianta procurar o sistema hospitalar se realmente não estiver manifestando sintomas efetivamente relacionados com o COVID-19.
Por outro lado, o lockdown é fundamental, porém não basta.
Há notícias de pessoas tomando a deplorável atitude de estocar medicamentos sem necessidade, impossibilitando o tratamento de quem sofre de outras doenças. É o caso da cloroquina e da hidroxicloroquina, utilizadas no tratamento da malária e do lúpus. Outras tomam anti-inflamatórios como o ibuprofeno e outros, que podem afetar o sistema imunológico e tornar o organismo incapaz de conter os efeitos potencialmente letais do COVID-19.
Atitudes como essas podem alimentar um círculo vicioso que trará consequências que vão além do já grave problema de saúde pública. Quanto mais o vírus se propagar, mais tempo durará o lockdown, devastando setores importantes da economia em um país no qual o índice de desemprego é alto. Fala-se em cortes de salários na iniciativa privada e no serviço público, quando todo mundo sabe que há uma enorme massa de brasileiros assalariados que estão seriamente endividados. E se o assalariado diminuir ainda mais seu poder de compra, o consumo despencará e mais efeitos negativos serão produzidos junto ao comércio e ao empresariado.
Mas não é só. Pode vir a ser ainda bem pior: se o lockdown, digamos, "voluntário" não funcionar, poderá vir a ser imposto. Convido quem ainda não se familiarizou com o tema a ler os artigos 136 e 137 da Constituição Federal, que tratam do Estado de Defesa e do Estado de Sítio. Leiam atentamente as severas medidas que podem vir a ser tomadas sob a vigência de um e/ou outro, com afastamento de importantíssimos direitos e garantias fundamentais e individuais por decisão do Poder Executivo. Reflitam sobre quem em tese decidirá quando e como aplicar cada medida restritiva e se não é melhor cada um dar sua cota de sacrifício para a situação do país não degringolar definitivamente.
Portanto, keep calm and lockdown. Por você, por sua família, pelo próximo, pelo país.
Fiquem bem.
Bom dia e SRN a tod@s.