Minha
história com o Grêmio começou em 9 de julho de 1978, domingo,
quando o Flamengo enfrentou o líder do Grupo C da terceira fase e
futuro quadrifinalista no antigo Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Tive que escutar pelo rádio a partida, não transmitida pela
televisão para Brasília. Com apenas oito anos de idade, escutei perplexo a narração descrever um time do qual mal havia ouvido
falar aplicar um sonoro 5x2 no Mais Querido, que naquele dia entrara
em campo desfalcado de Zico, Toninho Baiano e Rondinelli. O Grêmio, mordido pelos 1x5 de 24 de novembro de 1976, não perdoou. A goleada e o fracasso no Campeonato
Brasileiro foram determinantes para a reformulação da equipe que,
no semestre seguinte, conquistaria o Campeonato Estadual com o gol de
Rondinelli, marcando o início da, até aqui, melhor fase do futebol
do clube. Tanto que, depois de 1978, o confronto
não trouxe maiores emoções até a
decisão do título brasileiro de 1982, conquistado pelo Mais Querido em território inimigo. Aliás, o Flamengo só voltou a
perder para o Grêmio em 1983 e 1984, justamente
naqueles dois jogos que mencionei no post de 30 de setembro. E
vejam como são as coisas: a primeira derrota no Estádio Olímpico
após o jogo de 1978 foi justamente a estreia na semifinal da
Libertadores/84, o fatídico jogo do Bigu na lateral direita.
No
ano seguinte, ou seja, em 1985, o Flamengo venceu o Flamengo pelo
Brasileiro (1x0 no Maracanã – Marquinho), porém só voltou a
derrotar os gaúchos em 1992, em Moça Bonita, pela Supercopa dos
Campeões da Libertadores. O longo jejum foi iniciado com os 0x2 pelo
mesmo Brasileiro/1985 e envolveu 14 jogos, 9 empates e 5 derrotas,
com duas eliminações – quartas de final do Campeonato Brasileiro
de 1988 e semifinal da Copa do Brasil/1989.
Dos 0x1 em fevereiro de
1989, pelo Brasileiro/88 (bizarrices do calendário), lembro-me do
Cuca, autor do gol da classificação gremista, concedendo entrevista
para a Rede Globo ressaltando a força da nossa torcida e a bravura
da vitória gaúcha. O mesmo Cuca, naquele mesmo 1989, viria
protagonizar um dos maiores constrangimentos que já passei no
futebol, com os 1x6 pela semifinal da Copa do Brasil.
A
saga rubro-negra de reveses em confrontos eliminatórios com o Grêmio
prosseguiu na década década de 90. Após um triunfo rubro-negro na
Supercopa dos Campeões de Libertadores em 1992, justamente após a
vitória em Moça Bonita e o empate por 0x0 no Olímpico em seguida,
o Flamengo caiu para o Grêmio na Copa do Brasil em 1993, 1995 e
1997, esta última na final, quando o gol de Carlos Miguel empatou a
partida em 2x2, dando o título aos gremistas. É interessante
observar que o critério do gol fora de casa marcou essas três
eliminações seguidas pela competição.
***
A
partir do confronto eliminatório seguinte, iniciou-se a sequência
de triunfos rubro-negros, ocorridos em 1999 (Copa do Brasil), 2001
(Mercosul), 2004 (Copa do Brasil) e 2018 (Copa do Brasil).
Todavia, sentia que faltava um
resultado que pudesse efetivamente vingar 1983 e 1984, em razão do
peso dos confrontos pela Libertadores e pela semifinal da Copa do
Brasil de 1989.
E
o resultado veio, Amigos, pois
5x0 em uma semifinal da primeira
Libertadores com o formato de final única é nada mais, nada menos,
do que a retribuição,
com juros e correção monetária, de
todos aqueles reveses, do jeito que
pedi no post
da semana passada. A goleada, acachapante, lembrou-me dos massacres do Milan sobre o Barcelona na final da Champions League de 1993/1994 ou do Bayern Munique sobre o Real Madrid (4x0) pelas semifinais da edição de 2012/13. Foi como o nocaute do Holyfield sobre o Maguila. Quem viu jamais se esqueceu.
Pode-se
argumentar que os 1x5 de 1984 foram pelas semifinais da Libertadores,
mas os contextos são diferentes, pois tratava-se de um grupo com 3
clubes, no qual Flamengo e Grêmio basicamente espancaram o pobre ULA
de Mérida, num total de sete jogos espalhados entre 26 de junho e
19 de julho (sétimo jogo, desempate) de 1984. Bem diferente,
portanto, de dois confrontos de ida e volta nos quais a margem de erro e
a possibilidade de recuperação são bem menores.
Além
disso, alguns detalhes tornam a goleada da última quarta-feira um
tanto especial. É que o Grêmio, historicamente, nunca quis
saber se o Flamengo estava em má-fase, desfalcado ou com jogadores
num dia ruim. Deparando-se com a oportunidade, jamais tirou o pé do acelerador
e assim construiu alguns resultados que marcaram a história do
confronto. Então, em razão disso, a torcida do Flamengo teve que
sofrer com atuações bizarras de goleiro (Cantarele, em 1978 e
1989), lateral direito improvisado (Bigu) e o constrangimento de
alguns desses resultados terem ocorrido com a presença em campo do Maestro
Júnior, ídolo e atleta com maior número de jogos disputados com a
camisa do Flamengo.
Quarta-feira
o Grêmio estava desfalcado, mas nem tanto. Como diz aquela
propaganda, ver o Paulo Victor emulando o Cantarele e a goleada nascendo diante das impotentes presenças dos ídolos gremistas Pedro Geromel e Everton
Cebolinha não tem preço; para as outras coisas, tem o
cartão de crédito. Principalmente porque, dessa vez, foi o Flamengo
que não teve pena e não quis nem saber.
O tabu do Grêmio copeiro se foi definitivamente. Resta agora o jejum de vitórias em Porto Alegre, especialmente pelo Campeonato Brasileiro. Nada, porém, que não possa ser superado na 33ª Rodada, daqui a exatas três semanas.
GrêmiOver.
GrêmiOver, é hora de voltar as atenções para o Campeonato Brasileiro. Entre as várias explicações que li para a atuação abaixo do padrão contra o CSA, estão o desgaste e, acreditem ou não, atéa displicência. Cravo com confiança na primeira, discordando completamente da segunda. Golear o Grêmio na primeira semifinal de Libertadores disputada desde 1984 não é exatamente uma tarefa tranquila e entendiante, se é que vocês me entendem. Arrisco dizer que o desgaste mental preponderou e por isso o time esteve perto de tomar o empate. As chances que o CSA criou no jogo inteiro pareceram decorrer da incapacidade do time apresentar as costumeiras marcação forte e interceptação dos passes trocados pelo adversário.
Já o ataque produziu o que podia nos primeiros 45 minutos, durante os quais o Mais Querido , pecando nas finalizações, desperdiçou uma penca de oportunidades de gol, à exceção da convertida por De Arrascaeta, que nos deu os 3 pontos. No segundo tempo, nem isso, pois o time sequer conseguiu articular as tão temidas trocas de passe entrando na grande área adversária.
Portanto, os quatro dias de recuperação até o confronto contra o Goiás, no Serra Dourada, na próxima quinta-feira, pela 29ª Rodada, serão preciosos. Espero que possamos ver um time mais ligado e inteiro dentro de campo, em busca de mais 3 pontos e no rumo da conquista do título antecipadamente, quem sabe antes da final da Libertadores, em Santiago, no próximo 23 de novembro.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
O tabu do Grêmio copeiro se foi definitivamente. Resta agora o jejum de vitórias em Porto Alegre, especialmente pelo Campeonato Brasileiro. Nada, porém, que não possa ser superado na 33ª Rodada, daqui a exatas três semanas.
GrêmiOver.
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GrêmiOver, é hora de voltar as atenções para o Campeonato Brasileiro. Entre as várias explicações que li para a atuação abaixo do padrão contra o CSA, estão o desgaste e, acreditem ou não, atéa displicência. Cravo com confiança na primeira, discordando completamente da segunda. Golear o Grêmio na primeira semifinal de Libertadores disputada desde 1984 não é exatamente uma tarefa tranquila e entendiante, se é que vocês me entendem. Arrisco dizer que o desgaste mental preponderou e por isso o time esteve perto de tomar o empate. As chances que o CSA criou no jogo inteiro pareceram decorrer da incapacidade do time apresentar as costumeiras marcação forte e interceptação dos passes trocados pelo adversário.
Já o ataque produziu o que podia nos primeiros 45 minutos, durante os quais o Mais Querido , pecando nas finalizações, desperdiçou uma penca de oportunidades de gol, à exceção da convertida por De Arrascaeta, que nos deu os 3 pontos. No segundo tempo, nem isso, pois o time sequer conseguiu articular as tão temidas trocas de passe entrando na grande área adversária.
Portanto, os quatro dias de recuperação até o confronto contra o Goiás, no Serra Dourada, na próxima quinta-feira, pela 29ª Rodada, serão preciosos. Espero que possamos ver um time mais ligado e inteiro dentro de campo, em busca de mais 3 pontos e no rumo da conquista do título antecipadamente, quem sabe antes da final da Libertadores, em Santiago, no próximo 23 de novembro.
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.