Em que pese o elenco estelar do Flamengo hoje, com jogadores de bons a ótimos em todas as posições (Pereba´s Free), apenas com um ou outro reserva de mediano a fraco, o time do Flamengo joga esta bola toda apenas e exclusivamente pela presença de um técnico estrangeiro altamente capacitado e diferenciado como o português Jorge Jesus.
Variações de jogo, marcações altas ou baixas, troca contínuas de posicionamentos, deslocamentos precisos, passes certeiros, finalizações de média a curta distância, linhas de impedimento perfeitas, saídas de bola muito rápidas para mais velocidade de ataque, tudo isto é fruto de um trabalho intenso de treinamento e observações nos jogos. Jorge Jesus nos mostra, regularmente, a importância de uma comissão técnica de excelência. Não bastam só jogadores. Sem um comando tático e técnico de nível superior, o time não atingirá a qualidade esperada. Ficará sempre aquém do que poderia.
O Flamengo ainda está com problemas na defesa. Falta bloquear melhor os avanços laterais dos adversários e a marcação da bola aérea parada ainda demonstra algumas carências. A marcação alta do adversário nos traz ainda muitas dificuldades na saída de bola. Jesus solucionou um problema que tinha na entrada da área através da opção por dois volantes. Mas ainda assim, nossa defesa está em um nível muito bom considerando o futebol brasileiro.
Mas sabemos que isto é um trabalho sendo aprimorado. Quanto mais treinamentos melhor o Flamengo vai ficando. Assim é com um técnico realmente superior. Diferente de medalhões arcaicos e estagiários em formação de antes. Quanto mais treinamentos mais o time desandava. Porque, afinal, não sabiam direito o que estavam fazendo.
O Flamengo, portanto, subiu de patamar tático e técnico. E isto é um valor que dirigentes e torcidas devem exigir manter. Não podemos dar passos para trás e, com a saída de Jesus, contratarmos um comando técnico qualquer. Este deve ser cuidadosamente escolhido de acordo com seu tipo de jogo, esquemas táticos modernos, exigência, etc. Será caro. Sempre caro. Mas nosso orçamento deve contemplar. No Brasil só teríamos hoje Sampaoli, ao meu ver, nesta condição. Mais ninguém. Absolutamente ninguém. Trazer qualquer treinador brasileiro seria uma perda enorme pro Flamengo. Por isto espero que esta gestão e futuras gestões coloquem a excelência do comando técnico como "cláusula pétrea" do Departamento de Futebol. Nunca mais medalhões arcaicos, nunca mais interinos ou estagiários. Flamengo não é clube para estagnados ou inexperientes.