sábado, 27 de julho de 2019

Até Breve, Mestre Melo


"A história jamais se repete. Invoca-se fatos pretéritos para que eventuais erros e acertos subsidiem contextos distintos. Estes, ainda que semelhantes a momentos passados, sempre serão eivados de especificidades que tornam inviável sua repetição “per se”, mas, se bem estudados, poderão estimular o desenvolvimento de eventuais pontos de convergência. Nisto reside a delicadeza da análise de marcos temporais que forjaram a história e o caráter de um organismo." Adriano Melo




Com essas sábias palavras, o nosso amigo concordou em suceder o estimado Carlos Mouta na importante coluna de todas as quartas-feiras no Buteco do Flamengo. Quarta-feira normalmente é dia de jogo e o pessoal costuma ficar ansioso, contando os minutos para a bola rolar com o Mais Querido do Brasil em campo. Então, a coluna de quarta-feira não pode ser ocupada senão por um sábio, alguém que transmita aquela energia positiva e rubro-negra da qual, nós, torcedores, precisamos nos bons e maus momentos. Fomos do Moutimismo aos Alfarrábios porque a História conta os fatos que a vida trata de renovar. Renovação significa tornar mais uma vez novo, mas nem por isso o que fica para trás deixa de ser importante.

A História jamais se repete; registra momentos marcantes, irrelevantes, alegres, tristes, rasos, profundos, inesquecíveis e olvidáveis; mas ela é, a cada fração de tempo, sucedida pela renovação, que deixa para trás o que passa a ser contado pela História. Nem sempre a renovação é desejável, porém nada é perpétuo e tudo se renova; o que fica é exatamente ela, a História.

Assim é a Vida.

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A História de Adriano Melo no Buteco do Flamengo começou como frequentador, trazendo-nos a luz de seus sábios comentários. Um deles fiz questão de incorporar ao Ficha Técnica publicado no dia 27 de novembro de 2013, que marcou o nosso último título de expressão nacional:

"Disse o Maestro. "Honrem o Manto"
Que os jogadores honrem as hordas de flamengos que afluem à Capital, vindos de todos os cantos e recantos, por terra, mar e ar. Honrem toda uma Nação de milhões que está disposta a deixar sua existência, a resumir sua vida ao que acontecer dentro de telas, telinhas e telonas, a jogar junto, a gritar, a cantar, a berrar exasperadamente a alegria de ser rubro-negro.
Hoje é dia de mostrar ao mundo o que é o Flamengo. Dia de arrebentar a sensatez do mais frio analista, dia de fazer do Maracanã um vulcão pulsante, flamante e incandescente, pronto a explodir, a fazer irromper da carne de cada um de nós o urro de campeão.
Vá, Flamengo. Vá ao encontro daquilo para o qual foi forjado. Não se furte a exercer seu eterno papel de protagonista. Vencedor. Campeão."

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Naquele mesmo 2013, precisamente no dia 27 de janeiro, Adriano Melo nos brindava com a primeira edição dos Alfarrábios publicada no Buteco do Flamengo. Não escondeu a alegria:

Saudações flamengas a todos.
É com grande satisfação que inicio minha trajetória como colunista no Buteco, buscando contar um pouco da nossa rica história flamenga. E, uma vez que estamos em plena disputa de Estadual, aí vai um desses momentos. Boa leitura.

Horas mais tarde, o Mais Querido venceu o Volta Redonda no Estádio Proletário ou "Moça Bonita", em Bangu. 1x0, gol de Hernane Brocador, que meses depois nos daria o terceiro título da Copa do Brasil, honrando uma Nação de milhões que jogou junto, cantou, gritou e berrou exasperadamente a alegria de ser rubro-negro.

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No último dia 12 de junho, Adriano Melo publicou no Buteco do Flamengo o que, por enquanto, foi a última edição dos Alfarrábios. Por enquanto, friso, porque a História nunca se repete e a vida se renova a todo momento. E qualquer dia desses, Amigo, você volta, pois a renovação também pode ser retorno para traçar um novo caminho, ainda que semelhante aos momentos do passado, contados por ela, a História. Foi assim com Zico, Júnior, Renato Gaúcho, Petkovic e Adriano Imperador. Um dia haverá de ser com Adriano Melo.

Boa sorte, Amigo, e saiba que as portas do Buteco estarão sempre abertas para você.

Bcb, Gustavo e Rocco.