Salve, Buteco! Como de costume, tivemos um Fla-Flu muito intenso ontem à noite, com várias chances de gol criadas por ambos os lados. O Mais Querido começou tentando reproduzir a marcação por pressão na saída de bola tricolor, tal como fez na semifinal do Campeonato Estadual. Contudo, não foi bem sucedido e o jovem time tricolor contornou a marcação alta rubro-negra com surpreendente tranquilidade, a ponto do Mais Querido não insistir com a estratégia. Durante toda a partida, o Flamengo, como não poderia deixar de ser, foi muito mais o time de Abel do que o do "Fera"; aquele time sem meio de campo, afoito no momento de construir as jogadas ou mesmo no momento de tomar a melhor decisão nos últimos passes antes da finalização, porém muito perigoso nos contra-ataques. Posse de bola com pouca qualidade, mas muita velocidade nas bolas longas para tentar surpreender a defesa adversária. Já o Fluminense, com um time de garotos, pareceu melhor postado dentro de campo e trabalhou a bola com bem mais qualidade, embora nem sempre tenha sido mais efetivo.
Por exemplo, no primeiro tempo o Flamengo criou mais oportunidades, com Diego e Gabigol (duas vezes), enquanto no segundo, quando o Fluminense voltou melhor dos vestiários, Diego Alves impediu a vitória tricolor nas finalizações de João Pedro e Marcos Paulo. O equilíbrio, contudo, tem significados bem diferentes para cada equipe. O empate, para o Flamengo, teve sabor de derrota. Afinal de contas, do outro lado estava um time muito talentoso, porém igualmente jovem e inexperiente. No papel, o Flamengo teria que se sair melhor. Já para o Fluminense representou um importante passo na autoafirmação de vários jovens e talentosos atletas, com muito menos estrada do que os rubro-negros. Para o Flamengo, o empate teve sabor de fel; para o Fluminense, o de vitória moral.
Durante a semana, comentei com os amigos do Buteco que o duelo de ontem em muito me preocupava, pela diferença de qualidade tática entre as duas equipes. Apesar de não ter sido surpreendido, fiquei frustrado como se não houvesse previsto. E a frustração não vem apenas pela atuação de ontem, mas por todo o contexto: estar atrás do Botafogo (sim, do Botafogo!), a cinco (que podem se transformar em oito) do Palmeiras, jogando um futebol de qualidade mais do que duvidosa.
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É difícil encontrar quem discorde de que, em relação a como terminou 2018, o Flamengo regrediu em alguns aspectos táticos nos primeiros cinco meses de 2019. Muito embora o time de 2018 tivesse problemas para ser mais incisivo e efetivo, tinha razoável qualidade para trabalhar a bola, o que parece ter ficado para trás, espero que não definitivamente. Certo ou errado, hoje preocupa-me bem mais a parte tática do que algumas atuações individuais abaixo do esperado. Porém, não vejo muito sentido em me alongar em análises sobre o time do Abel ou a interinidade do "Fera".
Estamos à espera de um milagre por parte de Jorge Jesus. Duas semanas de treinamento serão suficientes?
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.