Saudações flamengas a todos.
Como aperitivo para o jogo de logo mais, seguem algumas lembranças positivas de jogos do Flamengo no Beira-Rio.
Que traga bons presságios para o Mengão.
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INTERNACIONAL 2-3 FLAMENGO, 17 DE MARÇO DE 1982

A torcida colorada, consciente do que está em jogo, comparece ao Beira-Rio, com 41 mil pagantes. Que assistem a uma das melhores partidas de toda a competição. O Internacional pressiona muito, encurrala o Flamengo, mas é o rubro-negro que abre o marcador, quando Zico (que atua sem condições de jogo, sofrendo forte conjuntivite) escora de cabeça uma bola rebatida por Gilmar Rinaldi. Os da casa não desistem e pouco depois chegam ao empate, num gol esquisito do zagueiro Mauro Pastor, aproveitando falha clamorosa de Raul. O gol incendeia o estádio, e logo no início da segunda etapa o Inter vira o marcador, numa cabeçada do trombador Geraldão. O Flamengo sente o gol e sofre pesada pressão. Por pouco os colorados não liquidam a fatura, o que é evitado por várias defesas espetaculares de Raul, que se redime da falha. Mas, quando tudo parece perdido, o elenco faz a diferença. Reinaldo Potiguar, após bela trama do ataque, fuzila na saída de Gilmar, empatando o jogo. E, já a três minutos do fim, Vítor manda um balaço de fora da área, selando a sensacional virada flamenga. É um prêmio para o volante, que na véspera havia sido convocado para a Seleção de Telê (mesmo ocupando a reserva de Andrade). A vitória, além de espantar o fantasma da desclassificação, ainda resulta na conquista da vaga antecipada. É o Flamengo no caminho do Bi.
INTERNACIONAL 1-1 FLAMENGO, 06 DE DEZEMBRO DE 1987

INTERNACIONAL 1-2 FLAMENGO, 11 DE AGOSTO DE 1999

INTERNACIONAL 1-3 FLAMENGO, 11 DE AGOSTO DE 2002

A penúria rubro-negra parece contaminar o ânimo dos colorados. “Venceremos por 3-0”, prevê, sem o menor constrangimento, o zagueiro Luiz Alberto, ex-Flamengo. E, rolada a bola, o início parece dar razão ao defensor (que está no banco). O Inter desperdiça várias oportunidades claras de gol. Mas acaba castigado, quando Andrezinho arranca pela esquerda e bate rasteiro pra área. Liedson, esperto, aproveita falha grotesca de Clemer e empurra pro gol. Mas a vantagem dura cinco minutos. Numa bela troca de passes, o Inter chega ao empate com Fabiano Costa. No entanto, o ritmo elétrico do início parece ter cansado as equipes, que cadenciam o ritmo até o final da primeira etapa.
Após o intervalo, o treinador Lula Pereira segue mantendo o Flamengo recuado, buscando explorar, em contragolpes, a fragilidade defensiva dos laterais da equipe gaúcha (Luizinho Netto e Cássio, outro ex-Flamengo). Num desses lances, Andrezinho, novamente, escapa agora pela direita e cruza rasteiro para o jovem Felipe Melo escorar e abrir 2-1. É mais um gol importante do garoto contra o Inter. Após o segundo gol, os gaúchos se descontrolam e o Flamengo passa a mandar na partida. E, novamente pelas laterais, liquida o confronto. Athirson recebe de Andrezinho e cruza, rasteiro. Liedson emenda, marca seu segundo gol e decreta os 3-1 no placar. Exatamente três anos após sua última vitória no Beira-Rio, o Flamengo derrota os colorados em seu estádio. Mas as duas equipes sofrerão com as agruras da briga contra o descenso. O Flamengo escapará na penúltima rodada. O Internacional, somente em sua última partida.
INTERNACIONAL 0-0 FLAMENGO, 27 DE SETEMBRO DE 2009

Mas um elemento imprevisto acaba dando o tom da partida. Uma chuva torrencial alaga o gramado do Beira-Rio, afasta o público e por pouco não causa o adiamento do jogo. Sob protesto de alguns (“esse campo não tem condição nenhuma de jogo”, esbraveja o Imperador), a partida acontece. Mas o gramado empoçado transforma a peleja em um pastelão, com bolas levantadas a esmo nas duas áreas, todas invariavelmente rebatidas pelos eficientes sistemas defensivos das duas equipes. O Inter assusta com duas cabeçadas, defendidas com certa dificuldade por Diego. Mas o Flamengo é quem consegue as oportunidades mais concretas. Duas cobranças de falta passam rente à trave, e Leonardo Moura, diante apenas do goleiro Lauro após sobra de um escanteio, desperdiça a chance da vitória. De qualquer forma, o resultado é bem recebido. E se mostrará vital ao fim da competição. O Flamengo ganha confiança e seguirá na espetacular arrancada que o levará ao Hexa Brasileiro. Ironicamente, um ponto à frente do Internacional.
INTERNACIONAL 1-2 FLAMENGO, 08 DE JULHO DE 2015

Guerrero parece motivado. Após a participação na Copa América (da qual termina como artilheiro), desembarca no Rio de Janeiro na véspera da partida contra o Internacional, é apresentado às 13 horas na Gávea e às 15 horas embarca para Porto Alegre. No dia seguinte, está em campo com Everton, Emerson Sheik e demais para enfrentar o Internacional de Aguirre, que também não vive bom momento.
O treinador Cristóvão Borges pede, e o Flamengo começa a partida de forma agressiva. Após criar algumas oportunidades, chega ao primeiro gol logo aos 10', quando Guerrero, o estreante da noite, escora bola levantada por Canteros (impedido) e abre o placar. O Flamengo não encontra dificuldades para controlar a partida, mas só chega ao segundo gol na segunda etapa, por meio de Everton, que aproveita bela assistência do peruano e manda no ângulo de Muriel. O gol colorado acontece nos descontos, quando boa parte da torcida já deixou o estádio. A vitória por 2-1, que quebra um jejum de 13 anos sem vencer no Beira-Rio, coloca o Flamengo na 13ª posição. Como esperado, o rubro-negro chegará a ocupar o G-4 ao longo do campeonato, mas sucumbirá às deficiências e à irregularidade de um elenco ainda limitado. E às mazelas da falta de comando.