E, em mais um episódio dramático envolvendo o Flamengo, o treinador Abel pega o boné e sai, não antes de acusar o atual presidente Landim e o dono do futebol, o Bap, de mentirosos por terem supostamente garantido a ele que não estavam procurando ninguém. Mas estavam atrás de Jesus. Ele sabia desta informação devido as suas fontes em Portugal que denunciaram esta movimentação do Flamengo. A presença de Jorge Jesus, treinador de sucesso em Portugal junto ao Benfica onde ganhou títulos importantes, no jogo contra o Atlético-MG , certamente ligou vários alarmes sonoros.
Landim, falando em coletiva que Abel saiu por "motivos pessoais" foi outra bola fora. Foi desmentido por Abel, que assim sinalizou que volta ao mercado, e ainda chamado de traíra. A Comunicação é um enorme problema nesta gestão. Do presidente até a última ponta.
E o problema no futebol, o qual nem posso dizer que é surpreendente pois durante a campanha a montagem de um futebol fortemente amador para "garantir cobrança" foi prometida. Os associados e mesmo a torcida compraram esta ideia. E agora temos um homem forte no futebol, o Bap, que rege o departamento através de terceirizados como Marcos Braz, o VP de futebol viajante, mais o conselhinho de palpiteiros. Junte a isto Pelaipe, que não tem histórico de estruturação profissional do Departamento e mais Noval, que deveria estar fixo na base, mas paira no futebol profissional ainda que não demonstre publicamente qualquer liderança no setor, parecendo ser mais uma eminência parda tão ao agrado do verdadeiro "dono", o Bap.
Marcos Braz, dirigente amador notório pela conquista de 2009 onde contou com a benesse da fortuna que proporcionou um time do Flamengo com um centroavante espetacular como Adriano mais o Pet em seu canto de cisne final da carreira, em um ano com vários problemas de gestão em que o técnico Cuca saiu do time e o Flamengo teve que contar com interino a partir em diante.
À partir daí Marcos Braz ficou afastado do futebol (em 2010 onde o departamento de futebol ficou uma zona e acabou sendo demitido) e sequer se ouvia sua voz a respeito do futebol contemporâneo. Chamado por esta gestão eleita para ser o VP de Futebol, ligado ao Bap, logo agiu como o esperado. Chamando profissionais amigos para trabalhar. Alexandre Sanz, afastado do mercado, trabalhando em clínicas na praia, veio a ser o preparador físico principal de um elenco milionário e que deveria ser muito competitivo. E o Marcelo "Fera" como auxiliar técnico da comissão técnica permanente. Auxiliar de Andrade em 2009 nunca mais teve qualquer outro brilho. Técnico fracassado no Nova Iguaçu, mas, por amizade, chamado a compor o staff profissional do clube. E assim vai o Flamengo. Conselhinho de palpiteiros, badalos de Bap, dirigente amador com uma ideia de profissionalismo bem arcaica, gerentão de futebol e o Bap dando a ultima palavra.
Não tem como dar certo. Penso eu. Mas ainda assim montou um elenco muito forte. E no afã de ter um técnico mais motivador contratou Abel. Técnico totalmente fora do esquadro em relação ao elenco contratado. Reativo, em declínio tático evidente, Flamengo jogava sob a ira da torcida indignada com atuações tão ruins de um elenco sabidamente de bom nível. E se notava que o problema não estava nos jogadores. Pois atuavam com vontade. Mas sim porque o Flamengo prescindia de esquema tático com mínima qualidade. Zaga ficava sempre exposta, não tinha qualquer compactação nem triangulação de jogadas, parecendo realmente ser verdadeira a acusação que o Flamengo "não treinava".
A diretoria então se viu forçada a procurar outro treinador. Certamente queria aproveitar o momento da parada da Copa América para fazer a troca. Mas procurar técnico no futebol é tão silencioso quanto elefante passeando em loja de cristais. Todo mundo fica sabendo. Whatsapps correm soltos. E aí o desastre é formado. Abel não queria classificar o time e o bônus ficar com outro treinador. Também não queria desclassificar e ser feito o vilão de tudo. Entendeu que perdeu o suporte e saiu.
Em mais este problema no departamento de futebol, é hora de procurar outro treinador mas agora, finalmente, com o perfil mais adequado para o elenco. Não será fácil. Será muito caro. Mas é a vida. E contar com um auxiliar técnico contratado não pela qualidade mas pela amizade para dirigir o time em partidas importantes e torcer pelo sucesso do mesmo neste período.