E o Flamengo ganhou o carioqueta. Cervejas para os jogadores, festas em redes sociais, todo mundo feliz. Ganhou o campeonato que não é parâmetro para nada, tal a precariedade técnica e financeira dos concorrentes. O campeonato que o Flamengo costuma ganhar e se ferrar logo em seguida nas Libertadores, em meio aos festejos.
E no avião da alegria que foi o vôo para Quito, com vários amigos dos amigos desta diretoria tão simpática e calorosa com seus apoiadores de campanha além dos jogadores e comissão técnica, o Flamengo esqueceu de embarcar um mínimo futebol aceitável. Punido pela Commebol por retardar o reinício de uma partida pela segunda vez, Abel não pôde dirigir o time em campo. Lamentavelmente mesmo com o sem número de pessoas que colocaram no futebol não tinha um que soubesse ficar atento ao regulamento. Pelo andar da carruagem deve contratar uns 10 ADAs para tomar conta disso. Mas aí o estrago já foi feito.
Sem Abel no banco, mas com Abel na mente, Flamengo entrou em campo totalmente zoneado. Centroavante na ponta, sem marcação pelas laterais. Arão totalmente aéreo, apenas uma última linha defensiva com Cuellar desesperado como representante único de uma segunda linha suprimida. Bola queimando nos pés de Everton Ribeiro e Arrascaeta. Parecia um jogo defesa x ataque. Chegava no meio de campo, o Flamengo entregava a bola pro adversário "Vamos lá, tente marcar um gol na gente".
Gabigol, transformado no ponta Gabriel pelo Abel/leomir, não tem a mínima recomposição defensiva. Bruno Henrique, em sua luta solitária pelo gol, conseguiu fazer o primeiro no único lance de qualidade de Pará na partida, um belo cruzamento. Pará foi o nome do jogo. Negativo.
Logo depois o Bruno Henrique perdeu o segundo. Nesta altura bem injusto porque o LDU, em que pese sua falta de qualidade, chegava direto na área do Flamengo. A facilidade que LDU tinha para articular as jogadas até nossa entrada de área era imensa. Não tinha marcação alguma. Flamengo parecia anestesiado com a altitude de Quito. Eles perdendo gols em série, e nós entregando a bola para eles. Mas de tanto insistirem, nos acréscimos fizeram seu gol em uma falha coletiva grave do Flamengo. Faltando poucos segundos o Pará bisonhamente e infantilmente dá a bola para eles. Em vez de reter, atrasar pro goleiro, sentar em cima da bola, simplesmente jogou para eles. Depois, sonado, deu totais condições para um atacante deles receber livre no setor ofensivo deles. Dormiu no lance. O atacante recebe a bola, que amortecida no gramado alto, não rolou. E o Diego Alves assiste a tudo como goleiro gordo de pelada que não quer ralar o joelho. Parado, faz uma ceninha se abaixando, e gol da LDU. Não é para isto que pagamos seu salário, Diego Alves.
Não era injusto. Era até esperado. E o Flamengo sai do primeiro tempo com um empate.
O que faz então Abel/Leomir no segundo tempo? Volta com Diego no lugar do Arrascaeta. A bola fica enfim um pouco mais retida em nosso campo. Sim. Mas Diego sempre perde várias oportunidades daquele passe rápido e vertical. Arão, sempre muito mal no jogo, peça nula. Mas LDU depois de um tempo, esnobou Diego e continuou jogando em cima de nossa primeira linha defensiva. Que de tão recuada parecia estar ombro a ombro com nosso goleiro. Cuellar lá, como um leão, tentando tirar as bolas mais a frente.
Até que em boa jogada do atacante da LDU, dribla um para o lado, dribla outro para trás, chuta no meio do gol e é gol para eles. Mais uma falha coletiva de um time que foi para Quito para perder.
Ainda estamos em primeiro no grupo. E só um resultado entre oito possíveis nos tiram da classificação da Libertadores. Mas já vimos este filme e você já entendeu.