Salve, Buteco! O Mais Querido teve uma semana intensa, que será poucas vezes igualada ou mesmo superada na atual temporada. Lembrando o que escrevi no post da semana passada, o Vasco da Gama não mediu consequências ao exigir o máximo que pôde do Flamengo, mesmo não tendo mais a menor chance de reverter o quadro e conquistar o título estadual. Após 90 minutos que podem não ter sido tão desgastantes como os do domingo anterior, mas tampouco foram amenos, o time não teve tempo de comemorar e viajou a Quito, onde, a 2.750msnm, disputou uma intensa partida pela Libertadores da América contra a LDU, voltando com uma derrota e muitas dúvidas na bagagem, diante da fraca atuação no segundo tempo. Menos de 72 horas depois, o time entrou novamente em campo para estrear no Campeonato Brasileiro contra um Cruzeiro menos desgastado e considerado, por grande parte da crônica esportiva, o "melhor time do ano", invicto, campeão, líder, coisa e tal. O Mais Querido "passou o carro", tendo no segundo tempo a exibição mais convincente do ano (ao menos para mim).
O saldo da semana foi: um título, três pontos na largada do Campeonato Brasileiro e "perda de gordura" na Libertadores da América. Já os próximos 10 dias prometem jogos igualmente intensos, incluindo uma pesadíssima decisão de vaga para as oitavas de final da Libertadores em Montevidéu. Independentemente do que nos reservar o sorteio para as oitavas de final da Copa do Brasil, a sequência até a parada para a Copa América não será tão desgastante:
É fácil notar que os próximos 10 dias terão enorme influência sobre o segundo semestre e até mesmo sobre o futuro de Abel Braga no Flamengo. É bem verdade que a vitória do último sábado aliviou bastante o pesado clima que pairava sobre o Departamento de Futebol após a derrota na quarta-feira; contudo, além de Internacional e São Paulo sempre serem adversários de peso como mandantes, faltam parâmetros mais concretos para avaliar o Flamengo como visitante, eis que as duas partidas da temporada que podem ser consideradas como "fora de casa" ocorreram em Oruro e Quito, e, portanto, sob os efeitos da altitude. Porém, daqui a 10 dias teremos parâmetros de sobra para analisar, sejam eles bons ou ruins. Afinal de contas, serão três clássicos fora de casa, dois interestaduais e um internacional/sul-americano.
Alguns detalhes que antecederam e sucederam a vitória de sábado não devem passar desapercebidos: a intenção de Abel, como já declarado expressamente, é rodar o elenco por força do desgastante calendário. Contudo, a decisão de escalar os titulares contra o Cruzeiro, mesmo sem o tempo de recuperação considerado ideal pela comissão técnica, de acordo com o planejamento, certamente adveio da dificuldade que o treinador encontrou até o momento para dar competitividade, em nível regular, ao time considerado titular. E se o time titular ainda não se acertou, não seria o reserva que daria conta do recado.
Não sei exatamente qual é a extensão do problema. Se for apenas de, digamos, "atraso" no planejamento de conseguir rodar o elenco sem perder competitividade, menos mal; porém, se a decisão de escalar os titulares também veio da Diretoria, o problema é bem maior e mais complicado. Gostando ou não de Abel e de seu trabalho, suas palavras, no sentido de que a utilização dos titulares não foi o "ideal", não devem ser desprezadas. Nosso treinador pode pecar na execução, mas seu plano de rodar o elenco é o correto e racional, inclusive diante dos resultados da concorrência no último triênio, como já frisei várias vezes aqui no Buteco.
Entretanto, considero que, ao menos pensando no confronto do Beira-Rio, o pior já passou. Após a conquista dos três pontos sem lesões musculares, ter jogado no sábado subitamente passou de cenário desfavorável para uma vantagem, não em relação ao Internacional, que entrou em campo duas horas antes, mas pela possibilidade de recuperar os atletas até quarta-feira. Ao contrário, o jogo do Morumbi será bem mais desafiador, sob o ângulo da administração do desgaste da "minimaratona", pois antecederá em 3 dias uma longa viagem a Montevidéu e a pesadíssima decisão contra o Peñarol.
Que ninguém se engane: não existe a possibilidade de não entrar com a força máxima em Montevidéu. O Flamengo não investiu milhões, pensando na temporada/2019, para jogar com um time misto e ser eliminado na fase de grupos da Libertadores da América. Até eu, que, como vocês sabem, tenho um incurável "crush" pela Libertadores, reconheço que o Campeonato Brasileiro é igualmente importante e tampouco pode ser relegado a segundo plano, além de ser a aposta mais racional, levando em conta o momento vivido pelo clube. Contudo, além da hipótese de "desistir" da Libertadores, por conta de fracassos passados, não passar pela cabeça da Diretoria (ainda bem), tampouco seria postura de time grande ou de quem quer ser campeão nas principais competições. Espero sinceramente que a torcida também não se perca no emocional.
A Libertadores é a "nossa Champions League", com ou sem cachorros nas arquibancadas e independentemente das obscuras manobras da Conmebol. O desafio do Flamengo, nos próximos dez dias, é o mesmo que passou a ter desde que subiu de patamar em competitividade e passou a aspirar os principais títulos do país e do continente: o calendário e as maratonas de jogos entre competições igualmente importantes. Esse desafio, que se espero ver se repetir em todas as temporadas futuras, na Europa existe para Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Milan, Internazionale, Juventus, Porto e Ajax, e é o mesmo enfrentado na América do Sul por Boca Juniors, River Plate, Independiente, Peñarol, Nacional, Olimpia, Atlético Nacional, Atlético/MG, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, alguns com mais, outros com menos dinheiro. Raramente alguém consegue ganhar tudo, mas ninguém desiste de competição grande, principalmente da maior do seu continente.
O gigante Flamengo precisa reaprender a lidar com o calendário e a superar os seus desafios, a começar pelos próximos 10 dias fora de casa.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
O saldo da semana foi: um título, três pontos na largada do Campeonato Brasileiro e "perda de gordura" na Libertadores da América. Já os próximos 10 dias prometem jogos igualmente intensos, incluindo uma pesadíssima decisão de vaga para as oitavas de final da Libertadores em Montevidéu. Independentemente do que nos reservar o sorteio para as oitavas de final da Copa do Brasil, a sequência até a parada para a Copa América não será tão desgastante:
Data
|
Competição
|
Fase
|
Adversário
|
1º/5
4ª
Feira
16:00h
|
Brasileiro
|
2ª
Rodada
|
Internacional
(f)
Beira-Rio
|
4
a 6/5
Domingo
16:00h
|
Brasileiro
|
3ª
Rodada
|
São
Paulo (f)
Morumbi
|
8/5
4ª
Feira
21:30h
|
Libertadores
|
6ª
Rodada/Grupo 4
|
Peñarol
(f)
Campeón
del Siglo
|
11
a 13/5
Domingo
11:00h
|
Brasileiro
|
4ª
Rodada
|
Chapecoense
(c)
Maracanã
|
15,
22 ou 29/5
|
Copa
do Brasil
|
Oitavas-de-Final
|
Indefinido
|
18
a 20/5
Sábado
19:00h
|
Brasileiro
|
5ª
Rodada
|
Atlético/MG
(f)
Independência
|
15,
22 ou 29/5
|
Copa
do Brasil
|
Oitavas-de-Final
|
Indefinido
|
26/5
Domingo
16:00h
|
Brasileiro
|
6ª
Rodada
|
Athletico/PR
(c)
A
definir
|
15,
22 ou 29/5
|
Copa
do Brasil
|
Oitavas-de-Final
|
Indefinido
|
1º/6
Sábado
19:00h
|
Brasileiro
|
7ª
Rodada
|
Fortaleza
(c)
A
definir
|
8/6
Sábado
19:00h
|
Brasileiro
|
8ª
Rodada
|
Fluminense
(f)
A
definir
|
12/6
4ª
Feira
21:30h
|
Brasileiro
|
9ª
Rodada
|
CSA
(f)
Rei
Pelé
|
É fácil notar que os próximos 10 dias terão enorme influência sobre o segundo semestre e até mesmo sobre o futuro de Abel Braga no Flamengo. É bem verdade que a vitória do último sábado aliviou bastante o pesado clima que pairava sobre o Departamento de Futebol após a derrota na quarta-feira; contudo, além de Internacional e São Paulo sempre serem adversários de peso como mandantes, faltam parâmetros mais concretos para avaliar o Flamengo como visitante, eis que as duas partidas da temporada que podem ser consideradas como "fora de casa" ocorreram em Oruro e Quito, e, portanto, sob os efeitos da altitude. Porém, daqui a 10 dias teremos parâmetros de sobra para analisar, sejam eles bons ou ruins. Afinal de contas, serão três clássicos fora de casa, dois interestaduais e um internacional/sul-americano.
Alguns detalhes que antecederam e sucederam a vitória de sábado não devem passar desapercebidos: a intenção de Abel, como já declarado expressamente, é rodar o elenco por força do desgastante calendário. Contudo, a decisão de escalar os titulares contra o Cruzeiro, mesmo sem o tempo de recuperação considerado ideal pela comissão técnica, de acordo com o planejamento, certamente adveio da dificuldade que o treinador encontrou até o momento para dar competitividade, em nível regular, ao time considerado titular. E se o time titular ainda não se acertou, não seria o reserva que daria conta do recado.
Não sei exatamente qual é a extensão do problema. Se for apenas de, digamos, "atraso" no planejamento de conseguir rodar o elenco sem perder competitividade, menos mal; porém, se a decisão de escalar os titulares também veio da Diretoria, o problema é bem maior e mais complicado. Gostando ou não de Abel e de seu trabalho, suas palavras, no sentido de que a utilização dos titulares não foi o "ideal", não devem ser desprezadas. Nosso treinador pode pecar na execução, mas seu plano de rodar o elenco é o correto e racional, inclusive diante dos resultados da concorrência no último triênio, como já frisei várias vezes aqui no Buteco.
Entretanto, considero que, ao menos pensando no confronto do Beira-Rio, o pior já passou. Após a conquista dos três pontos sem lesões musculares, ter jogado no sábado subitamente passou de cenário desfavorável para uma vantagem, não em relação ao Internacional, que entrou em campo duas horas antes, mas pela possibilidade de recuperar os atletas até quarta-feira. Ao contrário, o jogo do Morumbi será bem mais desafiador, sob o ângulo da administração do desgaste da "minimaratona", pois antecederá em 3 dias uma longa viagem a Montevidéu e a pesadíssima decisão contra o Peñarol.
Que ninguém se engane: não existe a possibilidade de não entrar com a força máxima em Montevidéu. O Flamengo não investiu milhões, pensando na temporada/2019, para jogar com um time misto e ser eliminado na fase de grupos da Libertadores da América. Até eu, que, como vocês sabem, tenho um incurável "crush" pela Libertadores, reconheço que o Campeonato Brasileiro é igualmente importante e tampouco pode ser relegado a segundo plano, além de ser a aposta mais racional, levando em conta o momento vivido pelo clube. Contudo, além da hipótese de "desistir" da Libertadores, por conta de fracassos passados, não passar pela cabeça da Diretoria (ainda bem), tampouco seria postura de time grande ou de quem quer ser campeão nas principais competições. Espero sinceramente que a torcida também não se perca no emocional.
A Libertadores é a "nossa Champions League", com ou sem cachorros nas arquibancadas e independentemente das obscuras manobras da Conmebol. O desafio do Flamengo, nos próximos dez dias, é o mesmo que passou a ter desde que subiu de patamar em competitividade e passou a aspirar os principais títulos do país e do continente: o calendário e as maratonas de jogos entre competições igualmente importantes. Esse desafio, que se espero ver se repetir em todas as temporadas futuras, na Europa existe para Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Milan, Internazionale, Juventus, Porto e Ajax, e é o mesmo enfrentado na América do Sul por Boca Juniors, River Plate, Independiente, Peñarol, Nacional, Olimpia, Atlético Nacional, Atlético/MG, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, alguns com mais, outros com menos dinheiro. Raramente alguém consegue ganhar tudo, mas ninguém desiste de competição grande, principalmente da maior do seu continente.
O gigante Flamengo precisa reaprender a lidar com o calendário e a superar os seus desafios, a começar pelos próximos 10 dias fora de casa.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.