Salve, Buteco! 2019, para o Flamengo, começará pra valer a partir de amanhã, em Oruro, Bolívia, quando estrear no Grupo 4 da Libertadores contra o San José, no estádio Jesús Bermudez, que, como vocês podem notar, fica em um belo local, cercado por um vistoso bosque, logo a frente de uma fachada montanhosa. A bonita paisagem até poderia ser também agradável para os brasileiros, acaso não ficasse a 3.753m acima do nível do mar. Esse detalhe dá contornos de dramaticidade a um cenário que já se mostra complicado para o Mais Querido, na medida em que o time, nas poucas partidas que disputou no ano, esteve muito longe de empolgar. Na verdade, a eliminação para o pior Fluminense (em valores individuais) desde os anos de Séries B e C deu um tremendo susto na torcida, a ponto de fazer desaparecer a confiança que até então existia. Taticamente desorganizado, o time, no Campeonato Estadual, aparentemente teve mais dificuldades para enfrentar os pequenos do que nas últimas temporadas. Portanto, a torcida tem suas razões para estar ressabiada, sem exibir as habituais confiança e fanfarronice rubro-negras.
O extracampo também não anima: vários setores do clube parecem não funcionar como antes. Por exemplo, a comunicação social, que fez o clube se destacar nas redes sociais nos últimos anos, vai de mal a pior. Como se não bastasse, tudo indica que o presidente Landim, para vencer a eleição, forjou alianças com setores da política interna do clube que a maioria da torcida não esperava mais ver no poder. Como bem disse recentemente o meu amigo Patrick Selener (@patrick_1972) no Twitter, nada justifica retroceder nos avanços conquistados em nível de governança no clube.
Pra piorar, a inominável tragédia ocorrida no Ninho do Urubu lançou o clube em um verdadeiro turbilhão do qual ainda não conseguiu sair, inobstante a boa notícia do fechamento de acordo com uma família para indenizá-la. O cenário fez com que negociações que estavam em andamento fossem encerradas ou paralisadas, conforme o caso, tanto em relação a reforços, como ao patrocínio master.
É em meio a todo esse cenário de luto, desconfiança e incertezas que o Mais Querido vai ao topo da América do Sul para enfrentar os bolivianos, no início de sua saga na Libertadores/2019. Consta que o adversário não está em boa fase e tem um sistema defensivo frágil, mas em compensação tem no setor ofensivo o seu ponto forte. Como o Flamengo tem bons valores individuais no setor ofensivo e andou tomando gols esquisitos (para dizer o mínimo) dos "pequenos" no Estadual, estou com as barbas de molho. Afinal de contas, quem estará a vontade para imprimir velocidade ao jogo serão os bolivianos, enquanto o Flamengo de Abel, ao menos até aqui, passou a impressão de que não gosta da bola porque não sabe o que fazer com ela.
Trocando em miúdos: com seu esquema tático baseado no "jogo reativo" (se me permitem defini-lo dessa maneira), a estratégia de "atrair" os bolivianos para jogar no contra-ataque a 3.753m acima do me deixa um tanto desconfiado, até porque o nosso sistema defensivo é o setor frágil do time e do próprio elenco.
A estranha sequência de jogos imposta pela CONMEBOL na tabela do Grupo 4 não deixa dúvidas de que será muito importante somar ponto (s) amanhã, pois em seguida virão três jogos no Maracanã, um após o outro. Os adversários passam uma aparência de fragilidade que pode se revelar falsa na prática, inclusive porque o Flamengo não anda jogando lá essas coisas...
Mas agora é hora de esperar a bola rolar e torcer. Acima de tudo rubro-negros, não nos resta outra opção senão apoiar até o final.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.