Foi uma partida emocionante. Não digo épica, mas memorável. Um clássico, senhoras e senhores. Flamengo e Fluminense protagonizaram uma partida de futebol raiz. Muito empenho, raça, lances ríspidos e mesmo técnicos. Alternância de resultados, briga de jogadores no fim, penaltis, bola na mão, enfim. Uma lembrança da miríade de emoções que poucos esportes, como o futebol, podem proporcionar.
Claro que o Flamengo foi longe de ser tecnicamente brilhante. Taticamente ficou muito a dever. Mas teve empenho. Aquela pulsão de ganhar o jogo, do início ao fim, empurrado pela torcida. Flamengo espaçado, Flamengo de bolas longas e pouca troca de passes. Flamengo sem compactação. Flamengo da primeira linha defensiva invariavelmente exposta ao adversário. O Flamengo de Abel. O qual, sem Diego, perde um maior giro da bola no meio de campo. Ela "queima" mais nos pés dos jogadores. E a ausência do Gabigol foi mais sentida devida a noite infeliz do Uribe, que perdeu dois gols feitos e mesmo Vitinho, que se mostrou sem ritmo de jogo, ao menos para uma partida decisiva, errando tudo que fazia.
Fluminense, um time melhor taticamente organizado e com a raiva que o Fernando Diniz parece impor aos jogadores. Pilhados, faltosos, sempre revoltados com tudo. Certos momentos dominou amplamente o Flamengo. Mas o Flamengo fez o gol com seu jogador feio e sem amigos, o Renê. O melhor da partida. Embora no primeiro lance do jogo tenha falhado fragorosamente errando um chute dentro da área, que acabou resultando em um gol do Flu anulado posteriormente pelo VAR. Outra estrela da noite.
No final do primeiro tempo, depois de tanto apanhar, Bruno Henrique revidou sem aquela manha agressiva dos zagueiros e acabou justamente expulso. Flamengo passaria a jogar com 9 jogadores + Arão em todo segundo tempo.
Veio o segundo tempo. Flamengo perdido em campo, mas jogando com raça. Fluminense com mais volume de jogo até que o fraco juiz Marcelo Oliveira marca um penalti discutível a favor do Fluminense. Após análise no VAR resolveu que Leo Duarte deveria ser um espírito para que o jogador do Fluminense tivesse o direito de passar através dele. Como não é, penalti.
Fluminense 1 a 1. Até aqui classificado.
Depois do milésimo erro do Vitinho Abel resolve mexer. Troca pelo Lucas Silva. Depois se lembra, ainda que sem alegria, do Arrascaeta. Que se virou todo para estar no jogo na hora. Eram 30 minutos do segundo tempo. Tira depois Uribe por Vitor Gabriel para os garotos imporem uma certa correria. O que acabou resolvendo. Lucas Silva corre com a bola na área e o zagueiro do Flu infantilmente o empurra por trás. Penalti. Everton Ribeiro, nosso capitão de ontem, olhou para um lado, tocou pro outro e guardou. Fla 2 x 1 Flu. Com emoção. Choro do Fluminense, Ganso xingando auxiliar. Expulsão. Briga depois no túnel de acesso. Clássico.