Olá Buteco, bom dia!
Textaço de ontem, do Gustavo, ilustrou com muita propriedade os erros no aproveitamento do elenco do Flamengo nas últimas temporadas. O exemplo do Everton Ribeiro é clássico: jogador diferenciado, com vários bons jogos pelo clube, mas que, submetido à insana maratona de jogos, é alvo de críticas por não brilhar de forma constante, em todas as partidas.
Legenda: assistência antológica do Everton Ribeiro na vitória em São Januário, em 2017.
O elenco deste ano foi montado para equilibrar este problema: na teoria, não há sentido em falar em titulares e reservas, todos os jogadores serão aproveitados nas competições que, já já, estarão nos esperando (pré-Libertadores já começou...).
Até aqui, houve a divisão simples dos jogadores em dois times. Mas, naturalmente, não será exatamente assim que o rodízio acontecerá: nós jogaremos hoje contra o Boavista e domingo contra a Cabofriense. Depois, uma semana de descanso até a semifinal da Taça Guanabara e outra semana de descanso para encararmos a final. Nesses dois jogos decisivos, provavelmente o time terá outra cara, com Arrascaeta e Gabigol (pelo menos esses) jogando com o que vem sendo considerado o time A.
A gestão desse elenco deverá ser muito precisa e talvez esse tenha sido o ponto central para a escolha do Abel como treinador. Notem que existirá um momento em que o time jogará uma partida decisiva pela Libertadores na quarta e, no fim de semana seguinte, terá outra pedreira pelo brasileiro. Neste cenário, como se chega em jogadores experientes e valiosos como os que temos em nosso plantel e "meu filho, você não viaja não, porque quero você nos cascos para o jogo de domingo, tão importante para nós quanto o de quarta"?
Por fim, é certo que há necessidade de três peças para fechar o elenco deste ano: zagueiro, lateral-direito e segundo volante. O lateral parece que já está acertado e virá no meio do ano. A zaga vai se virando com Rodolpho, Rodrigo Caio, Leo Duarte e Thuler. O problema está, como pontuado diariamente aqui no sistema de comentários, na posição do Arão. Reserva dele é o Jean Lucas e só. Outra possibilidade passa por uma mudança no esquema, dobrando os volantes (com Piris ou mesmo Rodrigo Caio) ou improvisando um jogador ali (Diego, ER, Trauco), solução esta que eu entendo ser a pior possível, uma vez que demandaria um precioso período de adaptação para o escolhido, especialmente pelos cogitados também não possuírem uma grande capacidade de marcação.
Temos ainda pouco mais de um mês para a estréia na Libertadores. Há tempo de sobra para os ajustes e haverá algumas partidas interessantes - semifinal e final da Taça Guanabara - para observarmos melhor o trabalho do Abel. Eu duvido que ele vai se agarrar a qualquer jogador, especialmente se os resultados não vierem.
Saudações RubroNegras!
