Irmãos rubro-negros,
amanhã o Clube de Regatas do Flamengo decidirá seu futuro pelos próximos três anos.
A eleição deste ano foi marcada por episódios de baixaria explícita, com a chapa da situação utilizando de ardis e subterfúgios para atacar o principal concorrente da oposição ao pleito, Rodolfo Landim.
Não me alongarei, contudo, sobre fofoca e picuinhas políticas, assunto mais conveniente para a piscina do clube do que para este maravilhoso espaço.
Dito isso, vamos ao que realmente interessa: o futebol do Flamengo.
A despeito dos inegáveis avanços estruturais, o fato é que o futebol do clube não obteve os resultados esperados sob o comando (há realmente comando?) da atual diretoria.
Ao revés, dados a estrutura e o montante de dinheiro inédito proporcionados, pode-se dizer que a diretoria atual fracassou de modo retumbante.
E infelizmente, o fracasso dentro de campo vem acompanhado de um discurso derrotista fora dele.
Esse tipo de retórica amalgamada ao fracasso não é novidade do período eleitoral; é característica indissociável da atual gestão e de seus apoiadores.
São quatro anos dessa postura compromissada com a derrota.
Eu acredito que essa inclinação para a passagem de pano é um fator que, somado aos erros grotescos cometidos no planejamento e execução dos assuntos afeitos ao futebol do clube, contribuiu de modo determinante para as decepções que sucederam à nossa torcida.
Um ambiente cercado de aversão à cobrança, interna ou pública, não tem como produzir bons resultados.
O Clube de Regatas do Flamengo não é propriedade de poucos, que se fecham em seu círculo de apoio em busca do instintivo esforço de autoproteção; o Flamengo pertence aos seus mais de quarenta milhões de apaixonados torcedores; o Flamengo pertence à sua história e à sua tradição de jamais se conformar com o mediano, com o fracasso e de não aceitar nada que não seja o máximo.
Para a diretoria atual, o software do momento, a parceria com a empresa europeia, o caixa recheado de dinheiro e um departamento de futebol asseado, porém frio e sem alma, nos levarão aos títulos.
Ledo engano e grave equívoco.
Vimos o quanto têm sido nocivas ao clube a atuação livre e desembaraçada de profissionais cujo único compromisso é com eles mesmos e com seus contatos no universo boleiro.
Quantos milhões o Flamengo desperdiçou em nome desse modelo de futebol?
Um modelo, aliás, que se vangloria de ser profissional, mas que comete erros os mais crassos, típicos dos regimes mais amadores.
O que dizer das contratações, às dezenas, de jogadores com salários milionários que jamais traduziram em campo o esforço do clube para trazê-los? Alguns nem no banco ficaram, ou ficam.
Mais de vinte milhões gastos na Ilha do Governador e cinco milhões por quinze minutos do Conca em campo, sem que tenha havido nenhuma satisfação ao torcedor rubro-negro.
Tratam o clube como propriedade particular e como se não fosse necessário dar satisfações à torcida.
Esquecem que o dinheiro vem exatamente da torcida do Flamengo, que é muito bem vinda quando põe a mão no bolso, mas que se torna um estorvo quando cobra o destino dado aos recursos da instituição.
Mais de vinte milhões gastos na Ilha do Governador e cinco milhões por quinze minutos do Conca em campo, sem que tenha havido nenhuma satisfação ao torcedor rubro-negro.
Tratam o clube como propriedade particular e como se não fosse necessário dar satisfações à torcida.
Esquecem que o dinheiro vem exatamente da torcida do Flamengo, que é muito bem vinda quando põe a mão no bolso, mas que se torna um estorvo quando cobra o destino dado aos recursos da instituição.
O que dizer da sucessão de erros cometidos pela diretoria este ano?
Efetivação do Carpegiani, que veio para ser coordenador e não ganha um título em clube desde 1982; demissão de todo o departamento em março, o mesmo departamento que a diretoria e seus apoiadores cansaram de elogiar; promoção do Barbieri, que, sem nenhum trabalho em clube grande, veio para ser preparado por alguns anos e se viu alçado, em menos de três meses, ao cargo de técnico do time principal.
A efetivação do Carlos Noval, que, após dez meses no cargo, sequer deu uma entrevista. Ele que, em última análise, dentro do quadro de profissionais, responde pelo nosso futebol.
E a insistência com o Barbieri, até sermos eliminados de duas competições e praticamente não termos mais chances no Campeonato Brasileiro. Foram mudar o comando técnico do time só em outubro, mesmo com claros sinais de esgotamento do trabalho desde muito antes, e trouxeram para substituí-lo um técnico que, com anos de carreira, ainda não conseguiu realizar um trabalho realmente destacado.
E o candidato a presidente pela chapa da situação já disse que vai manter a estrutura, com o Noval à frente da direção-executiva e um vice-presidente sem experiência alguma para trocar figurinha com ele. Mesmo modelo que tem sido utilizado nos últimos quatro anos.
Não se surpreendam se o Dorival Júnior também for confirmado como treinador.
Difícil imaginar uma guinada no nosso futebol, rumos às glórias, com esse tipo de mentalidade incrustada dentro do clube.
A proposta da diretoria atual é esta mesma: manter as coisas como estão, falar muito de software e de processos e defender esse modelo tecnocrata, sem comando e sem a busca incessante por resultados.
Eles realmente não vêem os resultados como algo urgente na vida do clube, ou se vêem não fazem a menor ideia de como conquistá-los; acreditam que os processos são o objetivo principal e não um meio para que se alcancem os resultados desejados. Uma evidente inversão de prioridades e princípios de gestão.
Eu sou grato, muito grato, de todo coração, ao excelente trabalho realizado na seara estrutural.
Sou grato aos amigos que tanto se dedicaram, e se dedicam, voluntariamente, ao clube.
São heróis e merecem nosso aplauso.
Mas o Flamengo não pertence a um grupo, sobretudo um grupo que se isolou no poder e que se acha o único em condições de conduzir o clube, o que é algo de uma arrogância e alienação inacreditáveis.
Então, nós temos de um lado a diretoria atual, com sua visão excessivamente tecnocrata (amigos, por favor, leiam o post do Melo de quarta-feira aqui no Buteco, ao qual lhes remeto: http://www.butecodoflamengo.com/2018/12/alfarrabios-do-melo.html?m=1), desalmada e autoprotetiva; e de outro, a oposição, com uma abordagem mais firme e pragmática, que enxerga os resultados no futebol como prioridade total.
Sobre a oposição, eu pessoalmente gostei muito das entrevistas do Landim e da visão dele sobre o futebol do Flamengo.
As observações que ele fez sobre o futebol do clube e sobre como pretende geri-lo me pareceram corretíssimas.
Ele diagnosticou o problema e mostrou os meios de solucioná-lo.
Se obterá êxito, só o tempo dirá, mas é alvissareiro, após quatro anos, ouvir um discurso de valorização da liderança, comando, cobrança, controle e luta incessante por resultados.
Quanto às expectativas, falando por mim, tenho-as as mais altas.
Flamengo estruturado, com dinheiro e com uma diretoria disposta a implementar uma mentalidade competitiva e vencedora é um contexto que só pode gerar esperança de glórias.
Falando uma linguagem simples e direta, sem rodeios, Rodolfo Landim demonstrou bastante conhecimento sobre liderança e afirmou textualmente que a busca por resultados será o objetivo maior da sua gestão.
E na minha humilde opinião, os resultados no futebol profissional devem tomar a precedência na lista de prioridades do Flamengo.
E o Landim, repita-se, deixou claro que assim será, caso seja eleito.
É o que espero ouvir de um candidato a presidente do Clube de Regatas do Flamengo.
...
Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.