Dias das bruxas. Todos nós temos "bruxas" em nossa vida a qual precisamos, se não exorcizar, ao menos saber como lidar com elas. A bruxa do projeto que não conseguimos terminar, a bruxa do vizinho que nos faz perder a paciência, a bruxa da falta de sorte em operações que fazemos, a bruxa da falta de confiança em si próprio em determinadas ocasiões. A vida nunca é céu de brigadeiro, é fel com pouco de mel. As vezes.
Não é diferente para um país, uma cidade. A bruxa da violência descontrolada, a bruxa de uma legislação supostamente protetora da bandidagem, a bruxa dos gastos descontrolados e da corrupção inerente, a bruxa de falta de médicos, hospitais, e problemas gerais de infra-estrutura. A sociedade vai lidando com estas bruxas e de quatro em quatro anos busca eleger um pagé para exorcizá-las.
E no Flamengo não seria diferente. Temos hoje no futebol e no remo, a bruxa de falta de títulos. Uma bruxa que fica maior a cada ano devido a ausência dos mesmos. Mesmo com elenco mais qualificado, os resultados não ocorrem. Na hora do vamos ver, "Paquetá isola a bola". Na hora do vamos ver, Flamengo leva seu gol no "único chute do adversário". A bruxa da falta de sorte também está lá, parece. Mas o que ocorre de bom e de ruim no futebol, durante o jogo, é esquecido pelo resultado final. Não adianta trucidar o adversário e ser eliminado pelo "único chute". Não adianta construir a jogada e isolar a bola decisiva. O resultado final é implacável.
E a bruxa então fica enorme, tão grande que influencia na escolha do próximo pagé, a qual esperam que a exorcize. Mas o Flamengo, seja qual for o próximo pagé, reunirá um orçamento maior, estrutura de ponta, capacidade para montar elenco melhor e desde o início do ano. O pagé terá todas condições de executar este intento. Esperamos todos que consiga.