sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Mudança necessária













Irmãos rubro-negros,




mais um resultado decepcionante no Maracanã lotado. Nem o fator casa tem sido um diferencial para nós.

Mas o que esperar quando nosso time, de perfil mais técnico e de posse de bola, depara com um pasto como gramado?

Eu indago como pode o gramado do Maracanã, em setembro de 2018, estar em péssimas condições, logo após a diretoria ter celebrado um novo acordo com a Concessionária?

E os vinte milhões de reais gastos na Ilha do Governador? Até hoje a diretoria não se pronunciou sobre o assunto. Nenhuma explicação foi dada para a torcida do Flamengo. Estamos falando do patrimônio do clube. 

Quando será apresentada uma justificativa sobre o que ocorreu com a Ilha? É dinheiro do Flamengo.

Primeiro, se escudaram na conversinha de que "era necessário esperar o resultado da perícia".

Depois, o silêncio e daí já vieram com papo de "entregar o estádio de volta à Portuguesa".

Mas, peraí! Vão devolver o estádio e rescindir o contrato por quê? Quanto foi gasto na obra, no aluguel e na multa rescisória? 

Mas eles não esclarecem, porque "preferem resolver internamente".

Esse tipo de postura é o modus operandi normal da atual diretoria.

Colocam o instinto de autoproteção do grupo em primeiro lugar.

Isso é inaceitável.

Temos um presidente que se recusou a se afastar do cargo, mesmo tocando projetos políticos pessoais. Ninguém da diretoria ou do seu grupo político jamais emitiu algum esclarecimento público a respeito dessa conduta.

Mas quero voltar ao assunto do início do post: como pode o gramado do Maracanã estar um pasto após a diretoria celebrar recentemente um "acordo muito melhor" com a Concessionária que administra o estádio? Como pode algo assim ocorrer em pleno setembro de 2018? 

O Flamengo é prejudicado e penalizado tecnicamente por jogar na sua própria casa.

Alguém da diretoria vai explicar a razão dessa estupidez? 

Eles têm dificuldade em lidar com um simples contrato, com uma simples parceira comercial cujo dever principal é somente manter o gramado em boas condições.

E olhando pelo lado pragmático, por que não reformaram o gramado na parada para a Copa do Mundo, como fizeram no início de 2017, a fim de que ele estivesse em boas condições neste semestre tão cheio de disputas para o clube? 

Não tem ninguém ali para verificar a qualidade do campo? Essa diretoria não se diz "profissional"? Onde está o profissionalismo quando se permite uma tal deterioração do gramado que se torna impraticável jogar bom futebol nele, prejudicando-se, assim, a própria equipe em jogos decisivos?

O fato é que a diretoria não sabe lidar com a Concessionária, não sabe lidar com a imprensa, não sabe lidar com os outros clubes, não sabe lidar com a FERJ, não sabe lidar com a CBF e não sabe lidar com a CONMEBOL. 

Além disso, eles têm esse instinto arraigado de autoproteção. Ninguém ali se expõe. É tudo resolvido "internamente". As desculpas, porém, não cessam. Podem faltar vitórias, pode faltar respeito e podem faltar explicações; mas desculpas, não faltam nunca.

Essa falta de competitividade, de desejo e de ousadia se espraia da diretoria para o campo.

Um exemplo, apenas um dentre muitos, foi aquela comemoração ridícula ano passado pela obtenção do sexto lugar no Campeonato Brasileiro. Até foto dentro do campo o presidente e o então diretor-executivo tiraram. A antítese do que é o Flamengo.

Vemos isso também nas escolhas bizarras para o departamento de futebol: Rodrigo Caetano, Fernando Gonçalves, Jayme de Almeida, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Zé Ricardo, Carpegiani, Barbieri.

E o nosso diretor-executivo? Temos um diretor-executivo que não dá entrevistas, não dá explicações e não cobra publicamente quando o clube é lesado.

E acima do Noval, Eduardo Bandeira de Mello e Ricardo Lomba, dois gestores de energia fraca e mentalidade pouco competitiva. O Lomba até pode ter boa vontade, e creio que tenha, mas o desafio de dirigir o Flamengo exige muito e os últimos meses me fazem questionar se ele realmente está preparado para o cargo. 

Disso resulta que todo mundo passa a mão no clube: imprensa, ex-técnicos, ex-profissionais do departamento de futebol, dirigentes de outros times, dirigentes da FERJ, da CBF e da CONMEBOL.

Todo mundo passa a mão no clube.

Alguma reação da diretoria? Nenhuma.

O presidente? O vice-presidente de futebol? Nada. Estão preocupados com suas respectivas campanhas políticas. Alguém, um nome que seja do grupo político com coragem para tanto? Não. Estão ocupados com seus power points, promessas vazias e intrigas políticas. O diretor-executivo? Nem pensar; ele não fala com a imprensa. Coube ao Barbieri, vejam só, criticar  publicamente a CBF.

É ilusão achar que toda essa mentalidade fraca, autoprotetiva, derrotista e inepta não influenciaria dentro do campo. É óbvio que vai influenciá-lo de maneira determinante.

Amigos, para nadar entre tubarões, é preciso agir como um; para desafiar graúdos, é preciso coragem triplicada; para lidar com generais, é preciso ter alta patente ou possuir uma qualidade excepcional. Não existem perfis assim na diretoria, infelizmente. Não existe liderança, não existe uma mentalidade realmente competitiva.

O que existe, isso sim, é muito papo, muita teoria, muita arrogância e muita relativização de vexame.

Os erros, desde 2015, têm se repetido com enervante insistência. Quando se pensa que aprenderão com os equívocos, somos surpreendidos com a sua repetição ad nauseam. As inúmeras derrotas e  os tristes vexames são reflexo desse compromisso inabalável com o desacerto.

Eu realmente lamento que as coisas tenham chegado a este ponto. Muitos rubro-negros num estado de desânimo, ceticismo e ojeriza à gestão. Nada mais natural.

O Flamengo precisa de uma nova abordagem no seu futebol. Uma radical mudança de mentalidade. Uma mentalidade que privilegie o mérito e a competitividade em alto nível. Uma mentalidade que não tenha receio de brigar e lutar pelos interesses do clube e de reagir à altura quando somos lesados. Uma mentalidade que compreenda a realidade e saiba jogar de acordo.

Não faço a menor ideia se a oposição está preparada para exercer este papel, mas me parece cada vez mais evidente, e o digo com pesar, que a diretoria atual não tem condição alguma de realizar essa mudança. Se tivesse, já a teria feito.



...



Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.