No twitter: @alextriplex
No clássico Mercenários 2, um dos melhores filmes de "acabaram os vilões" desse século, os
personagens de Bruce Willis e Arnold Schaneexseilaquenzinho travam um dos melhores diálogos, com uma sequência de I´ll be back que termina, naturalmente, com os 2 matando 759 vilões com apenas uma pistola e uma faca.
Pois bem, o torcedor do Flamengo tem passado pela mesma situação, no que diz respeito às competições de porte decente (ganhar Carioca é a mesma coisa que comprar uma meia. Você vai ali, ganha e pronto).
Muitos reclamam do elenco (eu me incluo dentro dessa). Muitos reclamam da postura dentro de campo (eu sou chato pacas nisso), e a grande maioria entende que vem faltando, ao longo da gestão azulada, uma cobrança maior, uma cobrança que seja condizente com os altos salários que os jogadores ganham.
Senão, vejamos: no primeiro jogo contra o Cruzeiro, nossa pífia atuação nos tirou com certa antecedência da Libertadores (voltarei a falar desta competição mais a frente). Tomar um 2x0 dentro de casa, contra um time que pode não ser pica master, mas que é arrumado e cascudo, é como assinar o atestado de óbito antes de subir no telhado. Foi o que fizemos, com mérito e louvor. E, no meu entender, por uma simples questão de POSTURA.
O livro "O Corpo fala" descreve e explica o que cada movimento corporal significa. E o torcedor que entende um mínimo de futebol aprende, ao longo dos anos, que em 5-10 minutos de jogo dá pra entender o que acontecerá nos próximos 80. E com o Flamengo, nesse jogo, não foi diferente. Era um time jogando fora de casa, descendo porrada, jogando Libertadores, contra criaturas penteadas e com a barba perfeita, cueca combinando com a munhequeira, e sem a menor postura de quem, em casa, deveria descer a porrada e jogar Libertadores. Deu no que deu.
O que não entendo, mesmo, é que muitos torcedores tinham que o duelo contra o Cruzeiro seria menos complicado do que contra o Grêmio pela CdB. Eu tinha na mente que as chances de pular fora eram muito maiores na competição nacional. E não o contrário - não obstante eu desejasse ficar nas duas.
O fato é que essa pasmaceira mental vem lá de cima. Gente que bota o pau na mesa mas que ainda não compreendeu o que é o espírito de algumas competições. Falta pra esse Flamengo a clássica frase de Zico, citada pelo nosso Bujica, a partir dos 5:28 do filme abaixo.
Pois bem, enquanto não habitarem nossos campos esta característica tão simples de nossos jogadores mais antigos, entraremos e sairemos de competições por alguma porta, exceto pela dos grandes campeões. E isso, repito, tem que vir de cima. Pois enquanto todo mundo passar a mão na cabeça de todo mundo, o que teremos é isso aí. Diferente de outros times que, quando jogam em casa, já mostram cartão de visita, caixa de ferramenta, posse de bola e pressão nos adversários.
As always, nossa torcida entende isso desde que nasce. A nossa pressão é feita, e muito bem feita. Mas não se consegue arrumar uma casa se todos não ajudarem.
Para terminar, digo e antecipo: minha chapa nas eleições tem as cores preto e vermelho. Não sou azul, verde, rosa calcinha nem marrom amarelado. Quero o bem do Flamengo, e ponto final.
E nada mais digo.
