Salve, Buteco! E aí? O Flamengo se poupou ou estava exausto na tarde de ontem? Qual dos diferentes Flamengos que temos visto ultimamente entrou em campo no Independência? Assim como o Atlético/PR na Arena da Baixada e o Cruzeiro no Maracanã, na partida de ida pelas oitavas-de-final da Libertadores, o América/MG tentou explorar um início sonolento do Mais Querido, exercendo alguma pressão sobre o nosso sistema defensivo. Achei curioso como tudo se desenrolou. No meio dessa pressão, o time encaixou uma boa jogada de contra-ataque, na qual Renê, em um cruzamento "invertido" ou "de trás pra frente", com o pé trocado, colocou com muita felicidade achou o nosso melhor jogador na partida, o baixinho Everton Ribeiro, que abriu o placar com um surpreendente cabeceio. Mas minha felicidade não durou muito. Quando o time dava a impressão que iria se assentar dentro de campo e controlar o jogo no toque de bola, o América empatou também com uma jogada de bola aérea, iniciada quando Renê não conseguiu acompanhar o lance, permitindo o cruzamento, e Léo Duarte, irreconhecível, deixou que Rafael Moura ampliasse o seu "currículo" contra o Flamengo, levando vantagem no jogo aéreo e cabeceando em suas costas.
A partir de então a iniciativa passou a ser rubro-negra e em poucos minutos ficou bem claro para mim que a diferença técnica entre os dois times é abissal, absurda. A certa altura do segundo tempo, apareceu em uma estatística mostrada na transmissão da Rede Globo que o América liderava em desarmes por assombrosos 17x1, e mesmo assim o apático Flamengo, seguindo o padrão das Arenas do Grêmio e da Baixada, e com postura oposta ao do time que bateu o Grêmio no Maracanã no jogo de volta pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, tinha a iniciativa da partida. Foi assim que retomou a frente do placar com nova jogada do encapetado Everton Ribeiro, o qual, destoando de seus companheiros, jogava bem e em grande jogada individual cruzou na cabeça de Lucas Paquetá, até então irreconhecível, mas que, em seu único acerto na partida, deixou novamente o Flamengo à frente, cabeceando após se infiltrar com sucesso no miolo de zaga mineiro.
Quando o jogo parecia estar totalmente sob controle, um dos nossos principais jogadores de linha no setor defensivo, Cuéllar, tomou a decisão errada em um lance de contra-ataque, cometeu a falta no último homem e recebeu o cartão vermelho. Estou acostumado, em lances semelhantes ou até mais ostensivos, a ver a maioria dos árbitros aplicar o cartão amarelo. Porém, como sabemos, o Mais Querido não tem colher de chá (vide o pênalti não marcado em Dourado). Com dez em campo, passou a ter dificuldades para continuar a controlar o jogo à base da posse de bola. Sofrendo grande pressão, cedeu o empate quando outro pilar do nosso sistema defensivo, Léo Duarte, falhou mais uma vez ao chegar atrasado em um lance no qual normalmente desarmaria o atacante adversário sem dificuldades, cometendo a falta que resultou no segundo gol americano.
Dois ou três contra-ataques perdidos com Everton Ribeiro, Paquetá e Rodinei poderiam ter resultado no terceiro gol, mas pareceu faltar pernas ao time. Aliás, outros jogadores estiveram muito abaixo do que podem render, casos de Vitinho e Lucas Paquetá, no mínimo displicentes em vários lances. Dourado, ao contrário, foi o batalhador de sempre, assim como sua gigantesca limitação técnica. O cenário, contudo, não era de difícil previsão, o que torna inevitável questionar se Barbieri tem segurança para escalar fora do onze titular. As substituições de ontem também não animaram. Lembraram muito o fatídico jogo no Gasômetro contra o San Lorenzo, pela Libertadores/2017, e as desastrosas substituições de Zé Ricardo, convidando o adversário para virar o placar, o que ontem não aconteceu por questão de detalhes.
E ainda bem que não aconteceu. Se o torcedor do Flamengo já não merecia ser castigado pela "Lei do Ex" com um gol de Gérson Magrão, que dirá outra virada com o estagiário enchendo o time de volantes e zagueiros...
***
A palavra está com vocês para que digam qual Flamengo entrará em campo quarta-feira, contra o Cruzeiro, no Mineirão: o titular ou o misto? O desgastado, o avoado ou o batalhador?
Bom dia e SRN a tod@s.