E o Flamengo de Barbieri foi encontrar o bom time do Cruzeiro de Mano Menezes no Mineirão, nas oitavas das finais das Libertadores. Venceu, mas não foi o suficiente sequer para levar para os penaltis, pois o Cruzeiro já havia feito o resultado na fatídica partida no Maracanã nos vencendo, merecidamente diga-se, de 2 x 0.
Barbieri inovou para este jogo. Resolveu escalar Vitinho de início como um falso 9. E realmente cumpriu bem a missão. Foi um falso 9 o tempo inteiro que esteve em campo, jamais se posicionando como centroavante em nenhum momento, o que facilitou a boa zaga do Cruzeiro, com os zagueiros com mais abertura de marcação.
De fato o Dourado é um jogador ruim. Concordo e assino. Mas é, na minha opinião, o único jogador que temos no elenco que atua de forma que um centroavante neste esquema 4-1-4-1 precisa jogar. Isto é, mais fixo na frente, verticalizando as jogadas. Não contem com ele para recuar no meio de campo e reter a bola como Guerrero fazia. A bola não fica nem 3s com ele. Ele é jogador de puxar a marcação de zagueiros, e principalmente, serve muito bem para bolas paradas em bolas levantadas a área. Porque é exímio finalizador ? Não! Porque arrasta zagueiros na marcação a ele, permitindo que outros do elenco estejam desmarcados ou marcados por "não-especialistas". Para mim me parece óbvio e simples. Mas, enfim, o técnico é o Barbieri. E sei que boa parte dos "especialistas das redes sociais" discordam e preferem o Lincoln, que, ao meu ver, atua mais atrás e não serviria a este mono-esquema hoje adotado.
Enfim, com Vitinho de verdadeiro falso-9, e Marlos, o jogador amaldiçoado que não faz gols, o Flamengo entrou em campo precisando ganhar de 2 a 0 do Cruzeiro. Teve uma ótima jogada do Marlos que se livrou de um zagueiro na disputa normal de bola, limpou a bola livre, e o destino veio cumprir a maldição fazendo o soprador de apito marcar uma falta absolutamente inexistente sob a desculpa de "perigo de gol". Mas a rigor no primeiro tempo, embora demonstrando muita vontade em campo, Flamengo não conseguia finalizar ou criar condições de gol. No que devemos também parabenizar o ótimo sistema defensivo do Cruzeiro, com uma marcação de centro e das laterais exemplar, dando até aquela inveja básica, porque não é o que temos no Flamengo do fatídico "pós-Copa" para cá, não por coincidência após a volta de um zagueiro bem lento como titular.
Cruzeiro, com Arrascaeta em partida incrível criou as melhores oportunidades. Diego Alves fez uma partida impecável, junto com Leo Duarte, um zagueiro de ótimo nível que temos. Cruzeiro, a rigor, teve as melhores oportunidades na partida, apesar de nosso volume de jogo que esbarrava sempre no sistema defensivo do Cruzeiro com Dedé mostrando porque foi convocado para seleção brasileira.
Veio o segundo tempo. Barbieri enfim colocou Henrique Dourado. E, não por coincidência, saiu nosso gol em jogada de bola parada. C.Q.D. Flamengo com Everton Ribeiro fazendo um partidaço, Diego em todos os lugares tentando achar espaços, e Paquetá naquele modo de jogar do pós-Copa que não encaixou ainda. Perdendo muitas bolas pelo meio, não fazendo o jogo evoluir rapidamente. Precisam dar um toque no rapaz.
Barbieri então, precisando do resultado, tirou Cuellar e Renê, colocando Lincoln e Geuvânio. Mas o Cruzeiro catimbou o jogo, juiz entrou na dança e não foi suficiente para o Flamengo fazer 2 a 0 e ir para os pênaltis.
O que concluo desta partida? Os adversários já marcaram como o Flamengo joga. O que torna o Flamengo presa fácil de técnicos mais calejados. E técnico calejado é o que invariavelmente não temos quando disputamos a Libertadores. O que explica nossos resultados pífios de times de segunda divisão de, sei lá, Paraguai, nesta competição. Não sei realmente que gestões teremos a partir de 2019 em diante mas deixo aqui um pedido de joelhos se for preciso: Que iniciem a temporada e joguem a Libertadores com técnico experiente, calejado e, principalmente, vencedor. Vão até o inferno se for preciso, trazer este cara para cá, mas tragam. Barbieri é gente boa, pelo que parece, mas mantém zé-ricardices típicas de técnicos em início de carreira. E técnico de ínicio de carreira é como jogador sub20 que chega no profissional. Oscila muito. Barbieri mantém um compromisso com certos jogadores, como os laterais e Rever que está impedindo uma melhora tática e técnica do Flamengo. Precisa rodar o elenco. Se impor em cima dos donos de vestiário. Ele parece ter o conhecimento mas anda vacilando em suas decisões.Enfim, agora com mais tempo de treinamento, já que Flamengo saiu de uma competição, pode ser que ele encontre uma saída para o time, que se perdeu desde a ida (planejada diga-se) do Vinicius Jr.