01
de abril de 1983 – O Fluminense vive uma das mais graves crises de
sua história. Gravemente endividado, é incapaz de manter em dia os
salários dos jogadores de seu elenco. No início do ano, vê-se
forçado a negociar seu melhor jogador, o ponta-direita Robertinho
(que anda sendo convocado para a Seleção) ao Flamengo. O clube
acaba de ser eliminado da Segunda Fase do Brasileiro, não
conseguindo se impor em uma chave que ainda reúne Náutico, Goiás e
Rio Negro. Desesperado em busca de alguma fonte extra de recursos,
cede o gramado do histórico Estádio das Laranjeiras (que sofre com
a falta de manutenção) ao Circo Garcia, tornando-se motivo de
chacota. A situação é tão séria que a Revista Placar lança a
campanha “SOS Flu”, buscando chamar associados e torcedores a
discutir a situação do clube. Há quem defenda o fechamento do
Departamento de Futebol. Tem início uma mobilização institucional
buscando evitar o pior.
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ANO, 1 MÊS E 26 DIAS DEPOIS
27
de maio de 1984 – O Fluminense segura o empate em 0-0 com o Vasco
e, diante de 128 mil pagantes, conquista o Campeonato Brasileiro. É
o coroamento de uma campanha brilhante, em que o clube venceu 15 das
26 partidas disputadas. O tricolor das Laranjeiras é considerado, de
forma quase unânime, a melhor equipe do País, com jogadores como
Romerito, Paulo Vítor, Ricardo Gomes, Branco, Delei, Assis,
Washington e Tato. No ano seguinte, cravará a conquista do
Tricampeonato Estadual.
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17
de novembro de 2002 – O Internacional entra na última rodada do
Brasileiro em situação muito complicada. Para escapar do
rebaixamento, precisa vencer o Paysandu em pleno Mangueirão, onde
dificilmente os paraenses são derrotados, e ainda torcer por uma
combinação de outros três resultados. É a segunda vez em quatro
anos que os colorados se veem às voltas com a briga para fugir do
descenso. Entretanto, o imponderável acontece, os demais jogos têm
desfecho favorável aos gaúchos e, em Belém diante de 40 mil
pessoas, o Internacional consegue se impor a um (estranhamente,
segundo alguns) desinteressado Paysandu, vencendo por 2-0, gols de
Librelato e Fernando Baiano. A salvação alvirrubra é tratada como
um milagre pela imprensa gaúcha.
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ANOS, 8 MESES E 29 DIAS DEPOIS
16
de agosto de 2006 – O Internacional, após vencer por 2-1 o jogo de
ida no Morumbi, segura no Beira-Rio o empate em 2-2 contra o São
Paulo de Muricy Ramalho e se sagra, pela primeira vez em sua
história, Campeão da Libertadores. As duas cardíacas partidas,
talvez as melhores disputadas no País no ano, consagram o aguerrido
e talentoso conjunto comandado por Abel Braga, em que brilham nomes
como Fabiano Eller, Jorge Wagner, Tinga, Rafael Sobis e Fernandão. É
o início de um ciclo que agraciará o Colorado com mais alguns
títulos continentais e um Mundial.
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28
de novembro de 2004 – Ocupando a lanterna do Brasileiro desde a 29ª
Rodada e realizando uma das piores campanhas da história dos pontos
corridos, o Grêmio enfrenta, em Erechim (punição do STJD) o líder
Atlético-PR a três rodadas do final, com o rebaixamento iminente.
E, apesar de uma inesperada reação (busca o empate quando perdia
por 3-0, marcando dois dos três gols nos descontos), o tricolor
gaúcho é rebaixado pela segunda vez em sua história. Não
surpreende. O clube já havia escapado por muito pouco do descenso no
ano anterior, e nessa temporada as coisas caminham de forma ainda
mais caótica. Jogadores vêm e vão praticamente sem atuar, os
salários atrasam periodicamente, há registros de gravíssimos
episódios de indisciplina e em campo as goleadas se empilham. O
Grêmio toca o fundo do poço com os dedos.
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ANOS, 5 MESES E 8 DIAS DEPOIS
06
de junho de 2007 – O Grêmio chega à Vila Belmiro trazendo a
vantagem de ter vencido por 2-0 a primeira partida da Semifinal da
Libertadores em casa. Com um time modesto mas extremamente organizado
e aguerrido, em que a espinha dorsal está fincada em nomes como
Diego Souza, Tcheco, Sandro Goiano e nos jovens Douglas e Carlos
Eduardo, os comandados de Mano Menezes freiam o ímpeto inicial do
Santos, abrem o placar e sofrem a virada. A poucos minutos do final,
o Santos chega aos 3-1, mas ainda precisa de um tento. O Grêmio se
entrincheira atrás e segura o ímpeto do time da casa. O placar é
confirmado e os gaúchos chegam à Final da Taça Libertadores.
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02
de dezembro de 2007 – Desnorteado com o fim da parceria com a MSI,
o Corinthians acumula vexames e derrotas. Durante o Brasileiro,
utiliza três treinadores (Carpegiani, José Augusto e enfim Nelsinho
Baptista) e, antes dispondo de jogadores estelares como Tevez,
Mascherano, Roger e Nilmar, agora manda a campo times com nomes como
Betão, Zelão, Clodoaldo e Finazzi. A crise institucional se agrava
com a renúncia de seu Presidente. Os resultados logo se refletem
dentro de campo, com a equipe paulista hospedada de forma permanente
na Zona de Rebaixamento. Após ligeira ameaça de recuperação, o
alvinegro chega à última rodada precisando de uma improvável
vitória contra o Grêmio, no Olímpico. Dá tudo errado. O time
ainda briga, mas não consegue mais do que um empate em 1-1. Com
isso, os corintianos precisam que o Internacional (rival ainda
ressentido pela briga no Brasileiro de 2005) vença o Goiás. Não
acontece. Os goianos fazem 2-1 e o Corinthians é rebaixado à
Segunda Divisão do Brasileiro.
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ANOS E 2 DIAS DEPOIS
04
de dezembro de 2011 – Num jogo nervoso e catimbado, o Corinthians
segura o 0-0 contra o Palmeiras no Pacaembu, resultado suficiente
para manter-se à frente do Vasco e conquistar o título brasileiro,
dando continuidade a uma sequência vencedora que redundará em mais
algumas conquistas nacionais e aos sonhados títulos continental e
mundial.
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04
de agosto de 1976 – O Flamengo vai a Campos enfrentar o Americano
no Godofredo Cruz buscando se manter vivo no Estadual, que já está
em seu Terceiro Turno (Vasco e Botafogo venceram os turnos
anteriores). O clube vive momento turbulento, com diversos casos de
indisciplina se acumulando, muito em função da falta de respaldo ao
treinador Carlos Froner (há relatos de intromissão da Diretoria no
trabalho do técnico, inclusive com interferência em escalações).
O centroavante Luisinho, barrado, não é relacionado para o jogo
(consta que teria se recusado a sentar-se no banco de reservas, o que
foi negado pelo clube, que alegou “tontura” do jogador). Nervoso,
o time não consegue se impor ao adversário, embora acerte uma bola
na trave num chute de Geraldo. O jogo vai se arrastando num empate,
até que numa cobrança de escanteio os campistas abrem o placar. O
Flamengo sente o gol e se desespera, tornando-se exposto a
contragolpes, que os da casa aproveitam. No fim, uma humilhante
derrota por 3-0, com Zico, Geraldo, Rondinelli & Cia. O vexame
praticamente sela a eliminação do rubro-negro, que, amargando o
quinto lugar do Estadual, está fora do quadrangular que decidirá o
título da competição.
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ANOS, 10 MESES E 27 DIAS DEPOIS
01
de julho de 1980 – Numa das mais espetaculares e controversas
decisões da história do Campeonato Brasileiro, o Flamengo faz valer
sua superioridade técnica e derrota por 3-2 o Atlético-MG no Maracanã com
154 mil pagantes, sagrando-se Campeão Brasileiro, confirmando uma
tendência já constatada no ano anterior, quando o rubro-negro já
era tido como uma das melhores equipes do País. O título catapulta
a ascensão internacional do Flamengo, que dali viverá os mais
gloriosos anos de sua rica história, mantendo domínio absoluto do
futebol brasileiro por cerca de uma década.
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20
de novembro de 2005 – O Flamengo, de 2001 a 2005, sofre com a
ameaça de rebaixamento em quatro de cinco Brasileiros disputados (em
2000 também padeceria se houvesse descenso). Mas é justo em 2005
que a Série B parece refulgir em cores cintilantes. A oito rodadas
do término da competição, o clube está na penúltima colocação
e vem de três derrotas seguidas (uma delas, de seis). No entanto, o
rubro-negro se mobiliza e, numa inacreditável jornada de superação,
engata quatro vitórias em cinco jogos. A duas rodadas do fim, o
Flamengo vai jogar em Curitiba, contra o Paraná. O jogo vai se
arrastando em um 0-0 que já parece bom para o rubro-negro, até que,
aos 47 minutos do segundo tempo, o contestado atacante Obina acerta
uma bomba de fora da área e define a vitória por 1-0 que salva
matematicamente o rubro-negro do rebaixamento.
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ANOS E 16 DIAS DEPOIS
06
de dezembro de 2009 – O Flamengo, atuando para um público estimado
de 100 mil pessoas, vence o Grêmio por 2-1, com gols de David e
Ronaldo Angelim, e conquista o Hexacampeonato Brasileiro, colocando
ponto final a uma sequência iniciada em 2006, que colocou nas
prateleiras da Gávea dois títulos nacionais e três estaduais,
entre outras jornadas inesquecíveis (como a de 2007). Aquela tarde
ensolarada de domingo marca o ápice das trajetórias flamengas de
nomes como Bruno, Leonardo Moura, Juan e, naturalmente, Petkovic e
Adriano Imperador, os artífices da conquista.
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27
de dezembro de 2012 – Toma posse o Presidente Eduardo Bandeira de
Mello após uma renhida eleição em que a atual mandatária,
Patrícia Amorim, vê frustrada a tentativa de se reeleger. A Chapa
vencedora, denominada Azul, assume o clube acenando com a perspectiva
de promover uma profunda reestruturação estrutural, pavimentando o
caminho para o retorno sustentável aos dias de protagonismo de um
passado que parece a cada dia mais distante. O clima entre torcedores
e associados em geral é de uma esperança quase eufórica. O adágio
“Dias Melhores Virão” nunca pareceu tão real.
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ANOS, 7 MESES E 24 DIAS DEPOIS…
Boa
semana a todos.