"Não existem países subdesenvolvidos. Existem países subadministrados".
Peter Drucker deve ter dito isso faz alguns anos, talvez eu nem fosse nascido ainda. Mas certamente explicaria a linha tênue entre o sucesso e o fracasso, considerando-se uma simples decisão mal tomada. Como eu não me lembro a última vez que usei essa frase para falar de Flamengo, here we go again.
O Flamengo era uma Nação subadministrada, e vivia (há os que ainda vivem) ligada e conectada ao "Isso é aqui é Flamengo" para ganhar um título a cada 5, 6 anos, passar nossos vizinhos em títulos no Carioca, e, principalmente, exacerbar a cagação de regra para o comportamento do mundo, sem, em um minuto sequer, olhar pro próprio rabo e ver a imundice que estava o quintal de casa. Erro crasso, diria um professor de qualquer curso de administração.
Então vieram os azuis. E o que me marcou, lá do começo da gestão, foi a frase do Arthur Muhlenberg (urublog, dizendo em um grupo "Teremos um time pobre mas limpinho. Tenham calma". E nós tivemos, e nós tivemos, e de repente, nosso time deixou de ser apenas limpinho para ser um elenco de peso.
Que se abram parêntesis (não, eu não estou fazendo politicagem por aqui. Até por cagar e andar para essa ciência, ainda mais quando se trata de Flamengo). Fechada a citação, voltemos.
Podemos e devemos criticar muitas coisas nessa administração. Inclusive, em alguns momentos, essa tal lerdeza muito constatada pelo torcedor. Mas existe o contraponto: de que adianta contratar na porralouquice e trazer os Andersons Pico, Walter Minhocas e quejandos da vida? É jogar dinheiro no lixo, concordam?
Tudo isso para outra ponderação: no globo esporte de terça ou segunda ouvi que os times de SP faturaram TODOS perto de 100 milhões de reais (os gambás, um pouco menos) com vendas para Egitos, Arábias e outros centros conhecidíssimos do futebol. E o Flamengo (diga-se, infelizmente) teve "apenas" que entregar o Vinicius Jr. pro Real Madrid (e recebeu 165 milhões).
Cá pra nós: quem aqui acredita que dá pra remontar um elenco/time em 15 dias e continuar encarando o Brasileirão? "Ah, mas a base ficou, o esqueleto do time taí". Sim, mas e o "craque" comprado na janela de julho, que veio de algum país com outra rotina de treinos e jogos, e chega morto no meio de um Brasileirão pegando fogo? Temos um exemplo dentro de casa, né? O sofrimento pra aguentar a sequência é muito grande.
Eu, Alexandre, acredito que passamos bem por essa janela - e espero que assim continue até seu fechamento. Perdemos quem já havíamos perdido, eram favas contadas. E fizemos as contratações pontuais. Até porque, venhamos e convenhamos, NÃO EXISTEM laterais decentes nesse mundo de meu Deus. A não ser, é claro, que você acredite que o Jujubinha, lateral do CRB que se destacou num jogo contra o Botafogo, seja ideal para a posição (não sei se existe um Jujubinha).
O fato é que o Flamengo ainda não pode ser chamado de um clube desenvolvido modo Centrum. Mas, sim, certamente, com certeza, absolutamente, podemos dizer que é um clube bem administrado. Hoje muitos querem jogar no Flamengo (exceto o Arão, que não sei mais o que ele quer da vida), e isso é sinal de quem a casa está arrumada. E assim deve continuar.
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Vitinho...
E nada mais digo.
SRN
CCM
DCF