Salve, Buteco! Faltam 9 (nove) dias para a bola voltar a rolar e o Mais Querido do Brasil enfrentar o São Paulo pela 13ª Rodada do Campeonato Brasileiro. Acredito que será um dos finais de ano mais intensos da história do clube, pela posição que ocupa nas três maiores competições que disputa no Brasil e na América do Sul, além da eleição interna para presidente, que por sinal coincidirá com as eleições gerais no país. Até o momento, deixaram o clube o volante Jonas, o centroavante Felipe Vizeu e o atacante Vinicius Jr., porém existe dúvida quanto ao aproveitamento de Guerrero a médio prazo, por conta da pendência de julgamento por parte da Justiça Suíça e o final do seu contrato, dia 10 de agosto, e a pública indisposição de Trauco com o treinador Maurício Barbieri. Por enquanto, são três baixas, que podem chegar a seis, acaso Willian Arão seja mesmo negociado com o Olympiakos, da Grécia. Resolvi então analisar o elenco que de fato se encontra a disposição do Barbieri atualmente.
Goleiros: Diego Alves terminou o primeiro semestre em grande fase e, em que pese a má atuação de César na partida contra a Chapecoense, na Arena Condá, nosso primeiro reserva ainda tem crédito por conta das atuações na Sul-Americana/2017, situações de muito maior pressão. Aqui a situação está aparentemente bem composta.
Lateral direita: Rodinei está longe de ser o lateral direito dos sonhos da torcida e em tese seria um bom reserva para rodar o elenco, porém foi com ele que o time alcançou a liderança isolada do Brasileiro e as classificações para as oitavas-de-final na Libertadores e quartas-de-final da Copa do Brasil. Tenho receio mesmo é com o Pará, contudo não há como deixar de pontuar a grande diferença entre o veterano e experiente lateral jogar 65 (sessenta e cinco) vezes no ano, como ocorreu em 2017, e as 11 (onze) partidas em que entrou em campo na temporada/2018. Como reserva entrando em ocasiões pontuais, acho possível que dê minimamente conta do recado e, considerando que o jovem Klebinho ainda pode ser testado, não considero a lateral direita uma prioridade, muito embora o elenco pudesse estar melhor composto nesta posição.
Miolo de zaga: as quedas de rendimento por parte de Réver e Juan, ambos com mais de 30 (trinta) anos, somadas às constantes contusões de ambos e de Rhodolfo, o zagueiro que vem atuando melhor entre os mais experientes, deixou a torcida, com toda a razão, extremamente apreensiva. Mas eis que Léo Duarte e Matheus Thuler subitamente seguem a fulminante ascensão de Lucas Paquetá e tornam-se merecidamente os favoritos para formar a dupla de zaga titular. A situação deixou de ser alarmante e emergencial para estável, porém ainda preocupante por conta da inexperiência dos dois e da frequência dos afastamentos dos três mais experientes por contusão. Vale anotar, neste ponto, que Léo Duarte também tem um histórico de afastamentos por contusão, apesar da curta carreira. Um zagueiro jovem, rápido e com boas condições físicas seria muito bem vindo e por isso elejo a zaga como a terceira prioridade nas contratações.
Lateral esquerda: Renê subiu extraordinariamente de produção e transborda confiança, deixando-nos todos muito mais tranquilos em relação à titularidade. Aliás, o lado esquerdo do time estava muito equilibrado com sua força defensiva somada ao ímpeto ofensivo de Vinicius Jr. A reserva preocupa. Não é nem pela "treta" de Trauco e Barbieri, mas pelas limitações defensivas do peruano, que, ninguém há de negar, é forte no apoio. Trauco só funciona defensivamente no esquema de maração por zona e tendo um volante ou um quarto-zagueiro rápido e preciso na cobertura. Quando marca individualmente um atacante rápido, costuma comprometer, como pudemos constatar quando Ricardo Gareca, treinador argentino da seleção peruana, tomou a infeliz decisão de incumbi-lo da marcação individual sobre Mbappé na partida contra seleção francesa, pela fase de grupos da Copa do Mundo. Trauco poderia em tese ser um bom reserva como meia interno ou externo pela esquerda. Como por enquanto ninguém da base se destaca na posição, um lateral esquerdo reserva seria muito bem vindo e pelos meus critérios a quarta prioridade nas contratações.
Volantes: tenho dificuldade para compreender a negociação do Jonas. Respeitando a opinião de quem enxerga um bom negócio, gosto de analisar negociações desse tipo no plano concreto. O Flamengo abriu mão de um volante que chegou a fazer extraordinários 12 (doze) desarmes em um jogo e, na prática, por enquanto utilizará o incipiente Rômulo em seu lugar. Acreditar que o poder de marcação, um dos pontos fortes do time que terminou tão bem o primeiro semestre, será mantido dessa forma é pura ilusão. A contratação de um primeiro volante para revezar com Cuéllar deve ser não apenas absolutamente prioritária, como emergencial, razão pela qual seria minha segunda prioridade para contratação.
Quanto ao "volante de infiltração", segundo volante ou "box-to-box" (exs.: Elias e Paulinho), ou seja, jogador forte no apoio mas com mais características defensivas do que os meias, o elenco conta com Willian Arão (por enquanto) e Jean Lucas para a posição, porém o joia da base vem sendo utilizado como meia interno na segunda linha de quatro no 4-1-4-1. É conveniente lembrar que o esquema planejado para 2018 prioriza os meias e não dois "volantes", porém eventual mudança tática, ainda que pontual durante as partidas, seria limitada pelas poucas opções no elenco. Não elegeria como prioridade, mas é outra posição na qual o elenco pode melhorar.
Meias: o elenco está muito bem servido com Everton Ribeiro, Jean Lucas, Diego e Lucas Paquetá. Acredito que um meia canhoto ajudaria muito a rodar o elenco na exaustiva maratona de decisões que o Mais Querido enfrentará no segundo semestre. Talvez o Trauco pudesse ser uma opção para essa função, a qual não elegeria como prioridade, mas um achado no mercado seria muito bem recebido.
Ataque: sem a menor sombra de dúvida, o setor mais desfalcado e com maior número de indefinições. Os problemas começaram no início do ano com a desastrada decisão de contratar Henrique Dourado para uma função que Felipe Vizeu desempenhava a contento: segundo centroavante do elenco. Agora, com a chegada de Fernando Uribe, a curto prazo o "Ceifador" tornou-se uma caríssima e inútil terceira opção para o elenco, ao menos enquanto Guerrero estiver disponível. Como o colombiano, em que pese as expectativas positivas, ainda precisa confirmar o acerto no investimento, o comando do ataque atrai incerteza e um justo grau de desconfiança. Acaso o peruano deixe mesmo o Flamengo, eu tentaria negociar Henrique Dourado e trazer alguém para disputar posição com Uribe. Dependendo do que ocorrer, passaria a ser a minha segunda prioridade, ao lado do primeiro volante.
A situação piora quando analisamos as opções para atacantes de lado ou pontas. A reposição de Vinicius Jr. é o maior desafio e (ao menos deveria ser tratada como tal) primeira prioridade para contratação. O sucesso do primeiro semestre passa em grande parte pelos pés da nossa ex-joia da base. Berrío (voltando de contusão), Geuvânio (fraco até aqui) e Marlos Moreno (tímido) não se prestam a substituir Vinicius no time titular, mas apenas para rodar elenco.
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Algumas tradicionais fontes de informação na Internet se equivocaram e divulgaram datas incorretas para a abertura e o fechamento da segunda janela de transferências internacionais do futebol brasileiro profissional, que, segundo o FIFA TMS, ocorrerá entre 16 de julho e 15 de agosto de 2018. Reparem que, a rigor, a Diretoria terá pouco menos do que 48 (quarenta e oito) horas para regularizar Fernando Uribe e eventual outro reforço vindo do exterior antes da partida contra o São Paulo. Outro detalhe é que a janela se fechará cinco dias após o encerramento do contrato de Paolo Guerrero.
O ritmo da Diretoria, com todo o respeito, vem sendo devagar e preocupante. Muita viagem e pouco resultado até o momento. Espero que a semana traga boas novidades. Papo forte de que Ryan Babel está chegando. Será?
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.