E o Flamengo terminou a fase de grupos da Libertadores. Classificado! Invicto!
Mas...
Não é para empolgação. O time mais uma vez não foi bem. Encarando um River Plate que impôs seu jogo durante todos os 90 minutos mais acréscimos, Flamengo foi posto nas cordas o tempo inteiro. Só que o River Plate, por sua vez, apesar da supremacia total em campo, não passou de um enorme arame liso, recordando mesmo o Flamengo em fase recente e não tão recente (aliás, já dura muito tempo). A rigor, River Plate teve duas boas chances. Uma com falha do Diego Alves na saída de bola, seu pé esquerdo em síndrome de Tourette tocou a bola pro lado e deixou atacante livre e, em outro lance, uma bela finalização do atacante do River Plate a la Bebeto que fez a bola tocar na trave.
Flamengo mesmo acuado, só se defendendo basicamente, também teve suas duas boas chances em jogadas construídas. Rodinei em cruzamento pela direita, em que botou muita força, e passou rente aos pés de 3 jogadores do Flamengo livres na pequena área, e um bom lance do Dourado, em jogada na área, em que fez o favor de isolar a bola perto do gol. E, claro, teve o famoso penalti não marcado pela arbitragem que já entrou no sangue não só do torcedor, como da Conmebol e CBF, que virou já obrigação. Um imposto que pagamos por sermos tão grandes, bonitos e bobões por não reclamarmos de forma mais incisiva.
No mais, a bola simplesmente não parava no meio de campo do Flamengo. Paquetá tentava seus lances de efeito inócuos, pois era muito bem marcado pelo River Plate. Jean Lucas flutuava como uma mariposa atrás da bola, sempre se distanciando do Paquetá, e o Everton Ribeiro foi posto e preso no canto, de castigo, pelo estagiário do estagiário, que comandava o time. Logo, time muito espaçado, com problemas na compactação que parecem recorrentes. Vinicius, nosso desafogo, marcado bem de perto pelo River, pouco conseguiu de útil na partida inteira.
Nossos laterais presos na defesa, faziam nosso ataque sempre estar em menor número, a ponto do Dourado com tédio de ficar sem fazer nada, vir ajudar o meio de campo com todo seu talento [/ironia] para troca de passes.
Mas e a parte defensiva do Flamengo? Cuellar, mais uma vez, monstro em campo. Invariavelmente é nosso melhor jogador. Conseguia se posicionar perfeitamente inibindo a troca de passes sempre muito rápida, precisa e perigosa do River. Rhodolfo, nosso melhor zagueiro do elenco e Leo Duarte, também não comprometeram. Renê, nosso lateral-zagueiro, também conteve bem os avanços pelo seu setor, assim como Rodinei está melhorando na marcação.
O Flamengo pecou taticamente. Claro que ter um estagiário do estagiário no comando não ajuda. Não tem segurança para fazer mudanças efetivas de jogo, que permitiriam ao Flamengo criar uma insegurança tática no River. Muito previsível durante quase todo o jogo, Flamengo foi presa fácil. Técnico tem que saber inverter o jogo, usar o banco, "desposicionar" e posicionar jogadores, mas nada era feito. Parecia eu jogando FiFA, sem saber o que fazer.
Poderia ter tentado posicionar o Jean Lucas mais atrás, e avançar Paquetá. Poderia ter tentado colocar Marlos no início do segundo tempo e, finalmente, por o Everton Ribeiro em jogo, no meio de campo. Poderia ter posto Jonas quando o domínio do meio de campo do River Plate era evidente. Para ter mais gente ali. Jonas tem um bom passe longo. Serviria bem para correria dos chamados "Pontas abertos". Enfim, Flamengo tinha recursos em campo e no banco. Mas nada era usado. Time taticamente dominado. Jogadores ao meu ver, tentaram o que podiam, mas hoje em dia talento não é suficiente para sobrepor um sistema tático insipiente.
Precisamos de técnico. Ontem.