E o Flamengo, com estagiário e tudo no comando, a regra que o clube adota para participar desta competição nos últimos tempos, finalmente consegue a sua classificação para as oitavas de finais da Libertadores. Algo que era, não estranhamente pelo motivo exposto acima, nosso Santo Graal nos últimos anos.
E classificou jogando com raça, suor, amor e paixão. Principalmente da torcida presente no estádio, que puxou pelo time antes, durante e depois da partida, numa manifestação clara de como torcida é importante, e o fato de não tê-la nos dois jogos em casa, sem sua presença, atrapalhou nossa performance e só conseguimos dois empates.
Emelec se apresentou com fome de bola, marcando o Flamengo em todo canto, na sua melhor exibição da Libertadores até aqui, segundo seu técnico demissionário. Flamengo mal conseguia ficar 1 segundo para pensar o que fazer com a bola, vinha longo um enxame em cima. E o time, extremamente pilhado pela obrigação de ganhar e se livrar de mais um vexame histórico no elenco, cometeu inúmeros erros de passe e principalmente de posicionamento tático do meio para frente.
Mas era noite da defesa. Cuellar, Renê, Rever e mesmo Rodinei fizeram uma partida impecável, pq o meio do Flamengo simplesmente não se recompunha direito. No primeiro tempo Diego resolveu voltar ao seu tempo de volante de saída de bola, confundindo posicionamento com Paquetá. E como não solta a bola rápido, era presa fácil do Emelec. Paquetá, meio aéreo perdia todas as bolas, e passava muito mal. Vinicius Jr, isolado no canto, pouco participou. Dourado, era aquele bate-volta de sempre da bola, e o que se salvava era o Everton Ribeiro, único com mais lucidez e calma no setor, que não por acaso, foi o grande destaque do jogo com dois belos gols.
Começamos o primeiro tempo com um lance espetacular do Vinicius Jr, matando a bola com a cabeça e o deixando livre diante do goleiro, pena que a bola se adiantou um pouco, goleiro do Emelec cobriu bem o lance, e a bola acabou saindo encobrindo a trave.
Apesar do volume ofensivo do Emelec, criaram poucas chances reais no primeiro tempo. Flamengo estava bem posicionado em sua linha defensiva. Juan indo a frente, meteu duas bolas na trave. Flamengo merecia ter saido com vitória no primeiro tempo, embora taticamente desorganizado, mas muito pilhado, fruto também do nervosismo aparente.
Empate preocupante. Bola não estava entrando. E sabemos como isto acaba. Mas desta vez não foi assim. Veio o segundo tempo. Logo no início, finalmente sai uma tabelinha Renê com o solitário Vinicius Jr, que, como sempre, conduz bem a bola, rola um trelelê bate-rebate na área, e a bola sobra quicando, linda, perfeita, para conclusão precisa do Everton Ribeiro. Flamengo 1 x 0. Parece um sonho. Barbieri também corrigiu o posicionamento de Diego em relação ao Paquetá. Fazendo Diego jogar mais avançado, o que melhorou taticamente o time.
Técnico do Emelec faz suas sibstituições. Emelec se lança todo ao ataque. Flamengo perde uma série de bolas "imperdíveis" no meio de campo, até pela marcação sob intensa pressão do adversário. E aí brilha Diego Alves, defesas precisas, esfriando o jogo. Um grande líder que o Flamengo tem, que, claro, segue perdendo suas oportunidades de contra-ataque.
Barbieri expulso, foi substituído pelo auxiliar Mauricinho, que, ao meu ver, demorou a substituir Dourado pelo Marlos, porque o Flamengo se dispôs a jogar no contra-ataque e Marlos é melhor para isto. Ainda sim, Emelec pressionava mais, muitos toques pelo meio. Enfim, percebeu-se que Jonas fecharia aquela porta. Também tardiamente. E assim foi feito. Flamengo com controle do jogo. Torcida empurrando. Falta no quase penalti no Paquetá (que já tinha sofrido um não marcado pelo juiz, claro). Everton Ribeiro cobrou a la Zico, e Flamengo 2 x 0 Emelec. Na emoção.