Salve, Buteco! Quarta-feira o Mais Querido disputará a terceira rodada do Grupo 4 da Copa Libertadores da América/2018 contra o Santa Fé, da Colômbia, no Maracanã sem torcida, na última partida de suspensão pelos incidentes da final da Copa Sul-Americana/2017. Na Psicologia, a repetição de padrão de dolorosas experiências é um dos desafios enfrentados na busca de aliviar o sofrimento causado pelo círculo vicioso de repetitivas escolhas infelizes. No futebol, algumas vezes o clube busca repetir o passado glorioso repetindo escolhas que só deram certo pelo contexto da época. Na maioria das vezes não dá certo, mas são compreensíveis as tentativas. Porém, como explicar a repetição de escolhas fracassadas? O que João Carlos (2002), Jayme de Almeida (2014) e Zé Ricardo (2017) têm em comum é o vexame de não alcançar as oitavas-de-final. Ney Franco (2007) e Andrade (2010), que conseguiram a classificação, embora não fossem treinadores veteranos, conquistaram os títulos de grande expressão (Copa do Brasil/2006 e Brasileiro/2009) que asseguraram as vagas. Ainda assim, não foram longe. O Flamengo de Ney Franco foi eliminado pelo modesto Defensor Sporting, do Uruguai, e o Flamengo de Andrade, substituído por Rogério Lourenço nas oitavas, após eliminar o Corinthians no Pacaembu quase sendo goleado no primeiro tempo da histórica partida, caiu diante da Universidad de Chile, nas quartas-de-final, na melhor participação do clube pela competição neste século, por não conseguir se impor no Maracanã.
A demissão de Carpegiani sem sua substituição imediata provavelmente levará o Flamengo a disputar ambas as partidas contra o Santa Fé sob a direção técnica de Maurício Barbieri, até então auxiliar, além de treinador novato e inexpressivo, com passagens por Audax/RJ, Red Bull/SP, Guarani/SP e Desportivo Brasil/SP, sem ter conquistado um título sequer.
A Libertadores, como todo mundo sabe, possivelmente é, ao lado do Campeonato Brasileiro, a competição mais difícil de ser conquistada no continente Sul-Americano. Um misto de hostilidade cultural, sofisticação e aplicação táticas, clima de guerra fora de casa e participação dos clubes mais fortes do continente na atualidade fazem da competição um terreno árido para qualquer clube brasileiro. Muito embora o elenco do Flamengo ainda esteja entre os melhores do Brasil, os resultados dos últimos dois anos não recomendam que a torcida tenha grandes expectativas quanto ao desempenho em 2018. É compreensível o clima de desconfiança.
Apesar do presidente protagonizar frequentemente episódios constrangedores que apenas confirmam e superexpõem seu absoluto despreparo para lidar com o futebol profissional, as decisões do setor continuam a ser tomadas com base em seus interesses pessoais: "terminar bem o meu mandato", candidaturas a cargos eletivos ou mesmo garantir a eleição "de alguém do grupo político", o que na prática não quer dizer evitar a volta da "Corja", mas impedir que seus desafetos alcancem a Presidência.
O marasmo do Departamento de Futebol confunde de tal forma a torcida que hoje é difícil emitir opinião em assuntos essenciais: seria pior manter Barbieri ou contratar um medalhão como Cuca ou Luis Felipe Scolari (para citar apenas dois)? Eventual saída do limitado Everton piorará ou não o time, haja vista a incapacidade dos dirigentes de melhorar o nível do elenco?
Anestesiada, a Maior Torcida do Mundo aguarda pela chegada de 2019. O que esperar até lá?
De minha parte, as expectativas se limitam a que o novo gerente executivo otimize o ambiente para a transição da base rumo ao profissional. Mais do que isso é ilusão.
A palavra, como sempre, está com vocês.
A palavra, como sempre, está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.