sexta-feira, 27 de abril de 2018

Crise sem fim










Irmãos rubro-negros,



Flamengo tem quatro pontos no Campeonato Brasileiro em duas rodadas; está em segundo lugar em seu grupo na Libertadores, dependendo, saberemos semana que vem, de uma vitória simples no Maracanã para obter a classificação para a segunda fase da competição.

Estrutura de ponta e salários em dia.

Mesmo assim, a crise insiste em continuar a assolar o clube, em razão do modo como a diretoria administra o futebol do Flamengo.

Além das atuações risíveis e covardes do time, que escolhe o técnico com quem quer trabalhar, ontem fomos brindados com as informações provenientes de uma reunião do Conselho Deliberativo em que se apreciavam as contas do ano de 2017.

E ficamos sabendo das absurdas premiações milionárias pagas pela diretoria em razão das metas ridículas, indignas da grandeza do Flamengo, estabelecidas para o ano de 2017.

Fosse a Patricia Amorim (quarto lugar no campeonato Brasileiro de 2011) ou o Kléber Leite (vice-campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil em 1997) a usarem o dinheiro do clube desta forma, seriam duramente criticados.

Mas criticar-se os gastos não pode, jamais, em hipótese alguma, confundir-se com o uso eleitoral disso, visando a prejudicar a instituição. Explicados os gastos, concorde-se ou não com eles, é dever de todo sócio aprovar as contas.

O pior é que tem gente que responsabiliza a torcida do Flamengo pela má fase. Acham que a culpa é da torcida do Flamengo, que cobra resultados condizentes com o dinheiro (muitos milhões) mal gastos e a estrutura existentes.

Olha, se formos contabilizar o dinheiro gasto com uma penca de jogadores e membros da comissão técnica e da diretoria executiva (que enchem tranquilamente quatro mãos e ainda vai faltar espaço) mais essas premiações milionárias, daria para obter resultados muito melhores.

Mas a culpa é da torcida, que tem mania de querer vitórias e títulos e não tem paciência para compreender esse projeto revolucionário de administrar o futebol, em que se manda todo o departamento de futebol embora em abril.

Nós somos ignorantes. Nós não alcançamos a beleza poética de contratar um coordenador que nunca foi coordenador, deslocá-lo para o cargo de técnico interino e depois efetivá-lo na função, mesmo ele não tendo feito um bom trabalho num clube nos últimos trinta e seis anos.

Nós somos limitados, porque de fora não se enxerga todas as nuances e filigranas dificílimas e quase impossíveis de serem concretizadas que fazem um time vencedor. 

Como nossa torcida pode ter a audácia de criticar um jovem treinador contratado para ser auxiliar e posteriormente alçado ao cargo de técnico principal, primeiro como interino, depois efetivado, interino novamente, e efetivado de novo, até que as circunstâncias decidam o que vai acontecer. Tudo isso em menos de um mês.

Como podemos não reconhecer a dedicação, a sabedoria e a liderança de um presidente que fica amigão dos jogadores, diretor-executivo, técnico, psicólogo, papagaio e piriquito, e que se reúne com os atletas (os mesmos que receberam uma premiação milionária sem que nenhuma taça realmente de realce tenha entrado na Gávea) e pede-lhes para que joguem e se esforcem não pelo clube, pela camisa ou pela torcida, mas por ele mesmo, presidente, que está no seu último ano de mandato e tem ambições políticas, dentro e fora da instituição.

O vice-presidente de futebol, Ricardo Lomba, que, creio, possui boas intenções, a fim de aprender como funciona bem de pertinho um departamento de futebol, fez corretamente o dever de casa: sucumbiu e foi engolido pelos boleiros.

Depois de ter a sua orelha devidamente puxada pelos jogadores, que até gps usaram, mostrando a evolução tecnológica do nosso departamento, o vice-presidente foi colocado em seu devido lugar: "aqui no futebol do Flamengo quem manda somos nós, jogadores, e nós gostamos do Maurício Barbieri".

"Sim senhores", assentiu o vice-presidente.

O diretor-executivo recém promovido da base já mostrou firmeza e comando, botando ordem na casa e enquadrando os líderes do elenco: "Eu discordo. Não são vocês, mas sou eu que acho o Barbieri, com seu extenso currículo e experiência, o nome certo para tocar o comando técnico do time no meio de todo essa efervescência alucinada do Flamengo".

É o supra-sumo do profissionalismo. 

Só nós, rubro-negros, não vemos isso.



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Apesar deles, amigos, o Flamengo prossegue. E prossegue tendo um jogo importantíssimo no domingo.

Jogo para vencer e buscar a liderança do Campeonato Brasileiro.

Eu pouca vezes em minha vida vi uma diretoria sabotar de maneira tão ostensiva o futebol do clube como a atual, mesmo tendo em mãos todas as condições para obter grandes resultados.

A despeito disso, de todo esse esforço contrário vindo de dentro da própria diretoria, o Flamengo vai na fé e na camisa, como tantas e tantas vezes em nossa história.

E se emendar uma sequência de vitórias, a euforia retorna com força total.

Assim é o Flamengo e assim é a torcida do Flamengo: fé e superação mesmos nos momentos mais adversos.

 Eu confio e vou confiar sempre no Flamengo. É um hábito que já se incorporou à minha vida.









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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.