OS
DOZE – PARTE 1
1
- DORIVAL JÚNIOR (Janeiro 2013 – Março 2013)
PERFIL
Continuidade
(já conhece o plantel), bom posicionamento de mercado, capacidade de
lidar com elencos limitados, disposição para utilizar a base.
CONTEXTO
Início
de nova administração, que se propõe a um trabalho de ruptura e
revolução administrativa. Os mais caros jogadores da equipe (Vagner
Love e Liedson) são devolvidos. Os reforços, baratos e, em quase
sua totalidade, apostas. Horizonte é montar um time modesto e
competitivo para conquistar Estadual e se manter na Série A do
Brasileiro.
RESULTADOS
Bom
início na Taça Guanabara (7 vitórias em 8 jogos). Time veloz, de
contragolpe, mesclando juventude e experiência. Mas a falta de
acordo na revisão do contrato (que previa gordo reajuste caso
renovado) precipita sua saída, após duas derrotas seguidas.
2
– JORGINHO (Março 2013 – Junho 2013)
PERFIL
Jovem,
bons trabalhos recentes (Figueirense, Seleção Brasileira),
conhecimento da cultura do clube (onde foi vitorioso como jogador),
enérgico, capaz de trabalhar com divisões de base e apostas.
CONTEXTO
Há
uma base deixada por Dorival. A mescla de jovens e medalhões dá
certo resultado, mas os reforços ainda não engrenam. A equipe ainda
apresenta sérias limitações e precisa contratar.
RESULTADOS
Demora
a engrenar, perda de pontos contra pequenos que custam a eliminação
do Estadual, dificuldade de relacionamento com alguns medalhões
(Alex Silva, Renato Abreu, Renato Santos). Jogo de contragolpe, mas
executado de forma pobre. Equipe com baixo poderio ofensivo e defesa
lenta. Início desastroso no Brasileiro (duas derrotas e dois
empates), além de rumores de focos de indisciplina no elenco selam
a sua demissão.
3
– MANO MENEZES (Junho 2013 - Setembro 2013)
PERFIL
Ascensão
na carreira (ótimos trabalhos em Grêmio e Corinthians) interrompida
por uma passagem apagada pela Seleção Brasileira. Identificado como
um nome de peso, capaz de estancar os problemas de indisciplina
atribuídos à inexperiência do antecessor. Não é conhecido por
usar a base. Aceita um salário moderado, com multa baixa, mas exige
que o elenco seja qualificado.
CONTEXTO
O
péssimo início no Brasileiro traz à tona o fantasma do
rebaixamento. O Flamengo segue vivo na Copa do Brasil, mas a
eliminação é considerada questão de tempo. Lideranças do elenco
(Ibson e Renato Abreu) são afastadas. Há indícios de racha e
jogadores insatisfeitos. Alguns reforços começam a render.
RESULTADOS
Time
excessivamente instável, irregular, sem jamais encontrar uma
escalação-base. O Flamengo sai da Zona de Rebaixamento, mas se
mantém a uma distância perigosamente pequena. Na Copa do Brasil o
time segue avançando, com o ápice na heroica vitória que elimina o
favorito Cruzeiro. Elias assume o protagonismo da equipe. Mas após
uma contundente derrota para o Atlético-PR no Maracanã, Mano
Menezes pede demissão de forma inexplicável.
4
– JAYME DE ALMEIDA (Setembro 2013 – Maio 2014)
PERFIL
Boleiro,
“Old School”, auxiliar com anos de casa, ex-jogador (revelado com
Zico, Rondinelli e Cantarele), bom de conversa, aglutinador, capaz de
mobilizar as lideranças do elenco e fazer o time “correr pelo
treinador”. Conhece a base.
CONTEXTO
Com
a severa crise decorrente da saída de Mano, a ameaça do
rebaixamento se torna mais real. O elenco está desmotivado e atônito
com a debandada de seu comandante. Em poucos dias, o Flamengo
enfrentará o Botafogo (que vive bom momento) pela Copa do Brasil. A
Diretoria tenta Abel Braga, mas este recusa assumir um trabalho no
meio do ano. Elias, Leonardo Moura e André Santos despontam como as
principais lideranças do elenco.
RESULTADOS
Jayme
rapidamente encontra um time-base. Elenco é mobilizado e, jogando no
limite, consegue ser intenso e vistoso. Escapa com folga do
rebaixamento (apesar do extracampo) e, de forma espetacular,
conquista a Copa do Brasil. O título muda os planos da Diretoria
(que desejava trazer um treinador renomado para 2014) e Jayme é
mantido. Mas, apesar dos numerosos reforços, a perda de Elias é
muito sentida. Jayme não consegue lidar com o novo plantel e com o
relaxamento natural do elenco após o título nacional. Também não
concilia adequadamente as disputas do Estadual e da Libertadores
(perde alguns jogadores importantes por lesão). A precoce eliminação do
torneio continental sela seu destino. Jayme ganha certa sobrevida com
o título estadual, mas o fraco início no Brasileiro define o seu
fim de linha.
5
- NEY FRANCO (Maio 2014 – Julho 2014)
PERFIL
Bom
momento na carreira (vitorioso no São Paulo, elogiado no Vitória),
capacidade de trabalhar com apostas e jovens, bom relacionamento
interpessoal, aglutinador. Conhece o Flamengo, onde conquistou títulos. Dificuldades para lidar com problemas
disciplinares.
CONTEXTO
Elenco
desmotivado com a eliminação da Libertadores, alguns jogadores
incomodados com a reserva, focos de divisão no elenco começando a
se formar. Início ruim no Brasileiro volta a assombrar. Perspectiva
de parada na Copa do Mundo para preparação mais adequada.
RESULTADOS
Em
decisão notavelmente controversa, o elenco ganha férias durante
parte da Copa. A contratação de Ney Franco se revela um grave erro
de avaliação, pois o treinador jamais consegue se impor a um grupo
coalhado de lideranças divergentes entre si. Sem jamais definir uma
filosofia clara de trabalho, Ney afunda com os resultados e é
demitido após apenas sete jogos à frente da equipe. No cartel, três
empates, quatro derrotas e nem uma mísera vitória.
6
- VANDERLEI LUXEMBURGO (Julho 2014 – Maio 2015)
PERFIL
Medalhão
decadente, com os tempos de protagonismo já se esvaindo num passado
cada vez mais distante. Retrospecto recente de trabalhos ruins
(Atlético-MG, Fluminense), com a irônica exceção de uma passagem
razoável pelo próprio Flamengo em 2010-12. De personalidade forte,
vaidoso, faz-se respeitar pela biografia.
CONTEXTO
Elenco
rebelado contra a Diretoria (jogadores ainda não digeriram o
“esporro vazado” do Executivo Felipe Ximenes após uma derrota
para o Cruzeiro). Os focos de racha se acentuam. O Flamengo, na
lanterna do Brasileiro, parece sem forças para reagir contra o
Rebaixamento. A Diretoria, impotente, traz mais reforços.
RESULTADOS
Carregar
um saco de cimento nas costas é o lema. Enérgico, motivado e disposto a
recuperar sua reputação, Luxemburgo constrói um Flamengo
competitivo ao extremo e capaz de ombrear contra qualquer equipe do
país. Consegue extrair ótimo desempenho dos reforços, engata uma
sequência de cinco vitórias seguidas e escapa do Rebaixamento de
forma até mais tranquila que no ano anterior. No entanto, uma
derrota traumática nas Semifinais da Copa do Brasil soterra o
prestígio de Luxemburgo, que jamais se recupera do revés. Seu
contrato é renovado (numa decisão que não é unânime na
Diretoria), mas Luxemburgo não consegue reeditar o êxito dos
primeiros meses. Seu time é confuso e pouco objetivo. Chegam
reforços, mas dessa vez o encaixe não é imediato. O treinador
começa a irritar a Diretoria pela forma como elogia outros clubes
(chegando a se dispor a ouvir propostas de Internacional e São
Paulo) e pela tendência ao distanciamento das atividades de campo. O
controverso Jayme de Almeida volta ao clube a seu pedido. O Flamengo
é eliminado do Estadual e começa, mais uma vez, muito mal o
Brasileiro. E Luxemburgo é demitido.
(SEMANA QUE VEM - PARTE 2)