quinta-feira, 1 de março de 2018

Flamengo 2 x 2 River Plate - O empate em casa

Finalmente a Libertadores começou. E o primeiro resultado já não foi bom, em que pese enfrentar o River Plate, um clube gigante argentino em um estádio sem torcida, logo neutro. A torcida do Flamengo, como ela mesma gosta de se gabar e com razão, faz a diferença. Nesta não tinha como fazer. Tudo só dependia do time treinado por Carpegiani conseguir se impor a um adversário que, embora cambaleante na competição local, é um adversário de nome, renome e sobrenome na Libertadores. Mais de 30 participações. Ao contrário do Flamengo e sua conquista única.

E o Flamengo começou o jogo sofrendo uma forte marcação do River Plate. Jonas, no papel do Cuellar, fez bem o papel defensivo, mas, infelizmente, não tem o talento do colombiano para se colocar em condições de passe e fazer a saída de bola fluir. O resultado é que os meias tinham que voltar a todo instante, ficando no vai e vem, que acabava por afastar o meio do ataque e a cansar os jogadores.

Flamengo dominava no estilo arame liso até ter um penalti não marcado de forma escandalosa pelo árbitro que foi inesperadamente remanejado para este jogo. Vimos o porque. Foi na frente dele, afrontoso.

River atacava mas o Flamengo também estava bem defensivamente. Nitidamente o River jogava pelo "Ponto fora". Que é o que os clubes grandes na Libertadores geralmente fazem contra outros times quando visitantes.

Veio o segundo tempo. Flamengo se acertou no intervalo. Passou a atacar melhor, ter um jogo melhor, até Diego sofrer um penalti. Aí o Ceifador não perdoa. Gol. Falando em Ceifador ontem matou inumeras bolas no estilo "Guerrero" demonstrando, mais uma vez, como jogou isolado do resto do time. 

Alegria de pobre dura pouco. River teve uma falta cobrada em diagonal. O time inteiro do River se adiantou. Até o massagista. Só o bandeirinha "não viu". Gol de um baixinho que só o faria se tivesse bem adiantado em relação ao Juan.

Enfim, arbitragem 2 x 1 Flamengo. Jogo dificil, sem torcida, contra um River e contra a arbitragem. Mas o Flamengo tentava. Paquetá acertou um passe cinematográfico ao Everton que tocou na bola sem chance ao bom goleiro do River. Flamengo 2 x 1 River Plate.

E aí parou.

Foi a senha pro River começar a atacar de novo. Jonas cansou. Entrou Rômulo. Sempre indício de derrota. Rodinei também tinha entrado antes no lugar do Pará, e para mim, melhorou o setor. Talvez tenha que ser o titular neste cobertor curto que se transformou as laterais do Flamengo.

Everton, o motorzinho cansou. Flamengo já todo atrás. O que faz o Carpegiani? "Zé Ricardeia" de forma exagerada. Coloca Arão. Jogador sem qualquer ritmo de jogo e já reconhecido pela falta de sangue. Flamengo passa a jogar todo atrás e com um "peladeiro" de fim de churrasco em campo.



Até que a bola sobre para um jogador do River, sem marcação alguma, no fim do jogo. Arão dava toda a distância para ele dominar, ir ao banheiro, voltar, pensar e finalizar. E o fez muito bem. Um tiro rasteiro, forte e em curva. Mas longe, muito longe. Daniel Alves demorou a cair. Se esticou mas a bola foi na rede, mostrando que talvez o César que devesse estar ali. Mas o Carpegiani foi claro ao dizer que quem escalava o goleiro era o preparador. 

Flamengo já não tinha pernas para tentar voltar a ter vantagem e o jogo terminou em empate. Um mau resultado? Sim. Afinal em casa tem que ganhar. Mas ao menos não perdeu e abriu vantagem ao River, forte concorrente a vaga. Agora o Flamengo terá que fazer resultado fora, de qualquer maneira, sem desculpa, sem adiamento, e isto, paradoxalmente, pode ter sido o lado "positivo" do resultado. Obrigar o Flamengo a lutar mais lá fora e mostrar que o time precisa se aperfeiçoar mais, o que vitórias escondem.

Teremos mais um jogo em casa sem torcida. Espero que a mesma tenha aprendido a lição.