Salve, Buteco! A expectativa para a partida era baixa. Time já classificado, estreia na temporada de alguns jogadores, por isso mesmo fora de ritmo, e aquele medo de cair um toró antes de entrar no estádio, já que a semana foi de muita chuva em Brasília. Cheguei a comprar capa de chuva, mas felizmente não precisei usá-la. Acabou sendo um investimento para ocasiões futuras. Difícil mesmo foi entrar no estádio em meio a filas imensas e apenas duas entradas liberadas. A organização deixou muito a desejar. Quando consegui entrar, a bola já estava rolando, ainda que por poucos minutos, e demorou um pouquinho pra achar o melhor lugar pra ficar. Como só liberaram as arquibancadas inferiores, as torcidas organizadas ficaram atrás do gol para o qual o Flamengo atacou no segundo tempo (norte). Fiquei muito próximo e não me arrependi. A animação da TO, que cantou por noventa minutos, foi mais divertida do que o jogo em si.
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O que esperar de um jogo de última rodada pela Taça Guanabara contra o Nova Iguaçu com o time já classificado? Testes, é claro. E eles vieram com o time postado taticamente em um 4-1-4-1, preferencialmente com Diego e Lucas Paquetá como meias internos. Porém, houve bastante troca de posições entre ambos e os Evertons, o que tornou a experiência interessante. Everton Ribeiro me pareceu bem mais a vontade do que na partida contra o Vasco da Gama, que havia sido sua primeira no ano. Acho que teve boa atuação. Já Diego se arrastou em campo, tal como Everton Ribeiro sábado da semana passada, o que pode ser fruto da falta de ritmo. Ao ver o menino Lincoln jogar, logo lembrei-me dos primeiros jogos de Lucas Paquetá e Vinícius Jr. no time titular pelo Brasileiro/2017, por exemplo, contra o Atlético/GO na Ilha do Urubu. Falta ao nosso jovem talento dosar as energias e tomar decisões melhores, o que só virá com mais partidas no time de cima. Por exemplo, chegou até a acompanhar o lateral adversário e talvez por isso antes dos quarenta minutos da primeira etapa já estava com as mãos nas cadeiras aparentando cansaço. A boa notícia é que jogou bem melhor do que em partidas anteriores e quase marcou por duas vezes, mostrando boa movimentação, habilidade e muito mais desenvoltura. É sem dúvida um dos nossos maiores talentos. Gostei também de Cuéllar, muito a vontade na função de primeiro volante nesse desenho tático, como, aliás, eu já havia testemunhado no mesmo estádio em sua estreia pelo Flamengo, contra o Fluminense, ainda sob a direção de Muricy Ramalho.
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Apesar da boa movimentação, achei o time pouco agudo no primeiro tempo. Imaginei então que Carpegiani mexeria no time para deixá-lo mais agressivo, porém confesso que não entendi o que se passou na cabeça do nosso treinador. Até entendo testar em um jogo de pouquíssima importância a movimentação do ataque sem um centroavante fixo e por isso compreendo o fraco desempenho de Lucas Paquetá, Vinicius Jr., Diego, Marlos Moreno e dos dois Evertons pelo setor nessas condições; impossível é compreender Everton Cardoso jogando como meia, como ocorreu a maior parte da etapa final, e uma série de chuveirinhos com o time jogando sem centroavante. Aí o teste passou a se dar com a paciência da torcida. E quando Carpegiani elogiou Willian Arão na entrevista pós-jogo, senti um arrepio na espinha e quase bati o carro só de imaginar os dois como meias internos da equipe. Faltam pouco mais de três semanas para a estreia na Libertadores contra o River Plate e espero que Carpa não tente inventar a roda até lá. Teremos melhor noção de como pensa no próximo sábado. No final das contas, o jogo foi morno, o segundo tempo foi bem fraco e Rhodolfo nos salvou com um golaço em um tiro de longa distância, de rara felicidade, no último lance do derradeiro minuto dos descontos. Uma sensação maravilhosa. A torcida foi ao delírio e saiu leve do estádio.
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Passo a bola para vocês dizerem o que acharam do jogo, as expectativas para a semifinal contra o Botafogo e qual estádio na opinião de vocês seria a melhor opção para receber a partida.
Bom dia e SRN a tod@s.