Irmãos rubro-negros,
o ano de 2017 foi um dos mais decepcionantes, tristes e melancólicos que já vivenciei em meus mais de quarenta anos como rubro-negro.
Um ano em que tivemos muito dinheiro e ótima estrutura, mas que a diretoria não soube materializar em títulos.
Minha expectativa para 2018, eu já lhes disse, é baixa.
No ambiente contaminado do nosso departamento de futebol, imperam os caprichos de um senhor completamente divorciado da realidade, que entende o clube como uma instituição que lhe pertence exclusivamente, onde a sua vontade e a visão do que ele acha "certo" devem prevalecer sobre todas as evidências.
Uma diretoria que se dá ao luxo de colocar o Fred Luz, um ignorante de futebol e de Flamengo, para tocar o departamento, quando a sua função, como CEO, exigiria cautelosa distância.
Isso para não mencionar o Rodrigo Caetano, que tem milhões à disposição, mas não obtém, a despeito da satisfação debochada do presidente, resultados minimamente aceitáveis.
O futebol do Flamengo hoje é isso aí. Comemora-se como título o sexto lugar no Campeonato Brasileiro.
Exalta-se o campeonato da Ferj como se fosse grande conquista. Os que se gabam agora são os mesmos que durante anos escarneceram da competição, quando ela foi conquistada por quem os precedeu.
Um futebol sem alma, controlado por um presidente alienado e extremamente vaidoso, um CEO que não entende absolutamente nada do riscado e os grupos de apoio político batendo palminha e avalizando toda essa vergonha.
Como disse muito bem nosso amigo Ronel Bonifacio, ontem, no excelente post do Flavio, são como mariposas procurando holofote.
O vice-presidente de futebol, jogado às feras, e cujo esforço reconheço, já se vê que não tem autonomia nenhuma. Está ali para obedecer estritamente a cartilha do mandatário. Por ser um rubro-negro bastante respeitado dentro do clube, foi colocado na função pelo grupo político para dar um verniz de novidade e mudança.
Mas não mudaram nada. Mantém-se tudo igual.
O presidente e o Fred Luz continuam e continuarão frequentando vestiário, ônibus da delegação e se aproximando dos profissionais do departamento e dos jogadores, numa relação que só prejudica o clube.
O Bandeira de Mello não é líder. Não tem liderança. Não tem perfil de comando. Se acerca dos aduladores e não aceita críticas, por mais pertinentes que sejam, pois, para ele, sempre se trata de algo com "viés político" ou de "falsos rubro-negros".
Ele prefere, parece até sentir prazer nisso, confrontar a torcida do que dar um esporro no Fred Luz ou no Rodrigo Caetano, profissionais que recebem milhões para entregar resultados pífios.
Nem falo da defesa tosca, mal acabada e estúpida que faz de jogadores que já nos prejudicaram bastante.
Mas quando o Flamengo é covardemente atacado pela imprensa ou quando nossa torcida sofre como visitante, não esperem defesa do presidente. Nessas horas, ele até faz coro com a imprensa, a fim de agradá-la. Mas não perde uma oportunidade de espezinhar a torcida do Flamengo sempre que pode. Para fazer justiça, ele até mantém seus embates com certo jornalista, mas apenas porque ele é apoiador declarado do grupo que lhe faz oposição. Muito vaidoso, de fato, o presidente.
Enquanto isso, seus apoiadores políticos e bajuladores fazem piadinhas nas redes sociais. Debocham e acham graça da indignação e tristeza da torcida rubro-negra.
E assim nós vamos para o quarto ano desse modelo. Um modelo que só nos trouxe fracassos, vexames e humilhações.
Quem sabe, porém, 2018 não seja o tão propalado "ano mágico"?
Seria a prova cabal de que aquela teoria que define a loucura ou a estupidez (fazer as mesmas coisas na expectativa de obter resultados diferentes) é falsa.
Reconheço que não tenho ânimo para debater contratações e admiro os amigos que o fazem.
O futebol do Flamengo nesta diretoria chegou a um estágio em que a impressão é de que podem gastar mais alguns milhões que não adiantará muito, pois o ambiente está contaminado.
Minha esperança reside naquele que veio por acaso, a contragosto da diretoria: Reinaldo Rueda (não nos esqueçamos: pela diretoria, Zé Ricardo ainda seria o técnico; e mesmo quando ele foi demitido, os "jênios", certamente sob orientação do Rodrigo Caetano, fizeram a primeira oferta ao Roger Machado que, para nossa sorte, negou o convite).
Isso se o Rueda ficar. Se não ficar, mostrará um enorme desrespeito ao clube. Mas se permanecer, poderá realizar um trabalho à sua feição, quem sabe minimizando os efeitos maléficos dos seus superiores no departamento de futebol.
Perdoem os amigos o tom amargo deste post.
Gostaria muito que fosse diferente. Muito mesmo.
Torço muito para que o nosso amado Mengo nos surpreenda em 2018. Quando a expectativa é baixa, a chance de alegria aumenta.
São muitos os desafios e eu sempre tenho a esperança de que o Flamengo tire forças sobre-humanas e consiga superar as maiores adversidades.
A camisa e a torcida jogam muito. Muito. A mística rubro-negra existe, amigos.
O técnico campeão da Taça Libertadores da América de 2017 afirmou para todo o Brasil, no Jogo do Zico, que "o Flamengo é um sonho". Não apenas dele, mas de outros profissionais, e que "espera um dia treinar o clube".
Às vezes, quando o ano já começa com cobrança muito forte da torcida, o time se supera e entrega aquele algo a mais que distingue quem joga no Flamengo.
É a esperança que tenho de um 2018 melhor.
Para finalizar, amigos, desejo a vocês um próspero 2018, de muita saúde, paz, amor, sucesso e vitórias do Mengão.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.