E o Flamengo perdeu mais uma decisão em 2017. De três, considerando carioquinha como tal, perdeu duas. Justamente as duas importantes que participou. Mas, na minha opinião, não faltou pegada ou determinação nas duas. Jogou até melhor contra o Cruzeiro, pecando pelos goleiros que tinha, e fez uma decisão equilibrada contra o Independiente, um time taticamente superior.
Enfim, o ano de 2017 fechou ontem. E agora é a oportunidade de se renovar e reciclar para 2018. Se livrando de profissionais que não deram o retorno esperado, trazendo reforços pontuais com a inteligência que não teve em 2017, e se livrando de uma vez da perebagem. É a chance de melhorar também processos no Departamento de Futebol e, se possível, já começar a incutir a figura de um coordenador técnico, nem que seja para iniciar pela base. Agora temos um técnico de verdade para avaliação do elenco, montagem e treinamento com pré-temporada de time base. Creio que, só por isto, nosso 2018 tende a ser melhor. Vamo com fé eu vou que a fé não costuma faiá.
E a partida? Antecipada por um clima exageradamente violento fora de campo. Torcida quebrando ônibus de argentinos, apontando morteiros para janelas de hotel, socando torcedores pelas ruas, enfim se comportando como selvagens "dando o troco", como se fosse algo digno superar qualquer violência. Enfim, tem gosto para tudo. Confundir um esporte com guerra é algo insano. Quem sabe se esta violência fosse concentrada em protestar contra o Governo que temos, seja municipal, estadual ou federal, que nos expolia e nos sangra com seus vermes parasitas engordando às nossas custas, as coisas até poderiam melhorar. Mas contra torcida adversária? Para que? Enfim, bola para frente.
Voltando a partida. Flamengo começou trocando Everton Ribeiro por Paquetá. Fui contra esta escalação por achar que Everton Ribeiro retém mais a bola. Mas, "ainda bem que o Rueda é técnico e você não", Paquetá foi um monstro. Melhor disparado no primeiro tempo. Deu a tônica ofensiva ao Flamengo. Que jogou determinado contra o bom time do Independiente, que nos é superior taticamente. Mas o Flamengo é mais técnico. E acabou achando seu gol através do próprio Paquetá. Muito merecido.
Depois Paquetá leva uma porrada no meio de campo. Sai de campo. Trauco rifa a bola pro meio da área deles. Flamengo leva um contra-ataque que Cuellar fica mano a mano com o último atacante, que tropeça nas próprias pernas e o juiz Commebol marca um penalti que duvido que daria se fosse contra os argentinos.
Enfim, Independiente empata. E sela o placar do jogo.
Veio o segundo tempo. Flamengo coloca logo Vinicius Jr. Mas Paquetá se cansa e com isto o Flamengo "morre" em campo. Não consegue articular boas jogadas, mesmo com as entradas de Everton Ribeiro e Lincoln. Independiente quase faz um gol, que é salvo milagrosamente pelo Juan. Mas no último lance de jogo, Vizeu, que fez uma partida sofrível, perde o gol na área.
Independiente é campeão. Jogando na bola. Foi merecido. É um time copeiro e o Flamengo ainda não. Flamengo é vice, sua melhor colocação na Sul-Americana até hoje. O que nos faz lembrar o fiasco internacional do clube visto que esta competição tem um tempo e o Flamengo sempre a desprezou. Vide ano passado com um time misto contra o Palestino.
O ano termina. Um ano cujas expectativas iniciais eram tão altas. Mas ter o iniciado com um técnico paneleiro e iniciante na comissão técnica certamente contribuiu para frustrar a tantos. Não foi mágico, mas também não foi trágico. Flamengo se classificou diretamente para a Libertadores. "Não é mais que a obrigação", certamente, mas o fez. Outros anos nem isto. Disputou duas decisões importantes. Claro que ser vice é uma frustração mas não é vergonha, se o adversário é bem qualificado, como foi o caso das duas decisões que fez. Mas é disputando decisões que o time se torna campeão. Não há outro jeito.
Enfim, agora 2018 começa. Férias para os jogadores e espero que fortes mudanças ocorram no futebol.