Depois da constrangedora entrevista do Mozer, membro integrante da zumbilândia que assola o Departamento de Futebol, com exigências competitivas mínimas e defesas extremadas dos perebas, a partida decisiva contra o Fluminense vinha cercada de resignação nervosa. Devido ao clima anti-competitivo que parece nortear o Flamengo já algum tempo, grande parte da torcida desistiu do Flamengo em 2017, e assiste resignada aos jogos finais da temporada. E hoje, quarta-feira, era Fla-Flu. Clássico. Uma expectativa se criou mas sem aquela confiança. O time já nos "traiu" tanto que demorará a recuperá-la.
A escalação começa estimulante. Marcio Araujo e Gabriel, os craques do Mozer, sequer são relacionados pro banco. Se isto não é sinal que a sorte virou não sei o que mais é. E veio o jogo. Flamengo jogava mal no primeiro tempo, mas disputava todos os lances na raça, levando e dando porrada em campo. Desorganizado atacava muito mal. E logo levou o primeiro gol. Jogada no meio de campo, por algum motivo Trauco abandona a marcação na lateral para combater, e abre o vazio que é fundamental para o jogador do Fluminense chutar bem e marcar.
Mau augúrio. Primeiro chute, primeiro gol. Ai Ai. Mas jogada lá na frente. Diego cai. Falta. Ele mesmo bate a la Zico. Primeiro chute do Flamengo, primeiro gol. Ufa. Empate nos dá a classificação. Depois o Flamengo se perde. Entrando na pilha do rodízio de faltas do Fluminense, fica totalmente perdido em campo. Vizeu apagado na frente. Everton Ribeiro errando tudo que podia. Everton sumido. Só Diego tentava aqui e ali sem qualquer tipo de sucesso. Enquanto isto o Fluminense bombardeava a área do Flamengo com cruzamentos. Muitos. Abelbol na veia. E então marcou o segundo gol. Arão não pula direito, gol do Fluminense de cabeçada.
Ir pro intervalo perdendo de 2 a 1 não é bom. Expectativas de gol inexistentes. Reza-se por uma bola fortuita que empate o jogo e nos classifique. Mas nem adianta muito. Logo começa o segundo tempo, centram a bola na área do Flamengo, e o mesmo jogador marca o segundo gol em cima do Arão, que não pula direito novamente. Fluminense 3 a 1. Classificação para eles. Vontade de desligar a TV. Mas lembro de reviravoltas históricas no passado. E Rueda não tinha gasto seus cartuchos.
Fluminense decide esperar o Flamengo em seu campo e abdica de atacar. Dane-se. Problema deles. Rueda tira Trauco e coloca Vinicius Jr. O garoto que não sente peso da camisa, peso de clássico, peso do Maracanã, nada. Nasceu para ser grandioso. Entrou muito bem no jogo, com Everton indo para lateral esquerda, de onde, aliás, não deveria sair mais.
E numa jogada iniciada por Vinicius Jr, um passe de calcanhar de cinema do Everton Ribeiro e o até então sonado Vizeu marca seu gol, ressaltando a importância de ter um homem de área, mesmo que seja ele.
Flamengo se inflama. Fluminense tenta segurar. As chances vão sendo criadas, mas a forte marcação do Fluminense atrapalhava. Clássico é clássico. Juan sente e entra Rafael Vaz. Muito bem por sinal. Rueda também coloca Paquetá. Que é um dínamo em campo. Então veio um escanteio. Pará cobra e Arão cabeceia pro gol, o livrando da "dívida" pelos dois gols feitos em cima dele.
Flamengo 3 a 3. Torcida em festa. Time correspondendo em campo. Diego ainda perde um gol feito no fim. O Flamengo que sonhamos em ver se classificando para a semifinal da Sul Americana.
Que este empate sirva de estímulo e confiança para este time e recupere a chama da união entre ele e a torcida.