Salve, Buteco! Sábado o Mais Querido do Brasil não saiu de um frustrante empate sem gols contra o Vasco da Gama. Criando mais oportunidades, esbarrou em inacreditáveis erros de finalização de nossos atletas. O time inegavelmente se empenhou dentro de campo, mas impressiona como tem dificuldades para finalizar, tal como na época do atual treinador do adversário. Aliás, Rueda pegou o Flamengo em 5º lugar na tabela, com 50,9% de aproveitamento, três pontos e vitórias a menos do que o quarto colocado, a dezoito do líder, mais empates do que vitórias. Hoje, em 7º, continua a três pontos e vitórias do quarto colocado, mas a doze do líder, com mais vitórias do que empates, 50,5% de aproveitamento e aumento do saldo de gols (percentuais do Brasileiro/2017). De lá pra cá, fomos alcançados e superados por Botafogo e Cruzeiro, que têm melhores campanha no returno e ocupam a quinta e sexta colocações, com o mesmo número de pontos e maior número de vitórias. Na prática, o Flamengo vinha em queda livre após um desastroso mês de julho, que havia começado promissor. Rueda conseguiu estancar a sangria, mas não cicatrizar o ferimento, e tem dificuldades para fazer o time melhorar.
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Estou longe de concordar com todas as decisões do nosso treinador colombiano. Por exemplo, as escalações contra Botafogo (Engenhão) e São Paulo (Morumbi) contiveram experiências ousadas, nas quais foi assumida uma margem de risco maior do que a necessária. Não é exagero afirmar que nos custou a atual posição na tabela em relação ao tradicional rival. Mas não é só escolha de peças. Taticamente Rueda conseguiu retomar a consistência defensiva que o time um dia possuiu com seu antecessor, porém não conseguiu resolver o crônico problema ofensivo que já existia. A dificuldade para tabelar e construir jogadas no ataque permanece, assim como a impressão de que os jogadores ficam desnecessariamente distantes um dos outros. Parece que o time não escolhe bem os melhores momentos para ter amplitude ofensiva, conceito pelo qual Zé Ricardo tem grande apreço.
Em certos momentos a amplitude ajuda e aqui é bom lembrar que o time foi concebido por Zé Ricardo para ceder mais posse de bola ao adversário e matar o jogo com lançamentos em profundidade. Porém, o futebol está longe de ser estático. Contra sistemas defensivos completamente fechados, a amplitude à vezes dificulta a execução de outros conceitos, como os de triangulação, pouco utilizado pelo time. Tudo piora quando os pontas se afastam da zona de finalização para armar e jogar em linha com os de meio campo, gerando o efeito "arame-liso". Fazendo o mesmo que o antecessor, Rueda dificilmente conseguirá resultados muito diferentes.
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Em favor de Rueda há uma série de fatores. Primeiramente, mantendo o papo no campo da tática, mudar em meio a três competições (duas atualmente) e com jogos em todo meio de semana não é tarefa das mais simples (não que seja impossível). Em segundo lugar, o colombiano não tem a menor responsabilidade pelo desastroso planejamento de 2017 para o futebol, que nos levou a uma decisão de campeonato sem goleiro à altura, a ter apenas dois volantes que possam jogar em bom nível no time titular (Cuéllar e Willian Arão) e a não ter bons atacantes finalizadores, muito menos para a reserva da maior estrela do time (Guerrero), frequentemente convocado para a seleção peruana e atualmente contundido. Também não tem culpa da decisão de contratar no meio do ano em centros de menor competitividade no cenário internacional jogadores que chegam em condições atléticas visivelmente inferiores as do restante do elenco. Os efeitos desses problemas de planejamento estão pipocando no final de temporada e são potencializados pelo fato do Flamengo ser disparado o time que mais joga na temporada, e que fatalmente terminará 2017, no mínimo, com 80 (oitenta) jogos, marca não alcançada por nenhum adversário.
Não é só a escalação. Para o bem e para o mal. Contra a Ponte Preta, um dos piores desempenhos do campeonato e do returno, o time titular andou em campo e perdeu em uma das mais lamentáveis apresentações do Mais Querido nos últimos anos. Os times que entraram a campo contra Botafogo e São Paulo não teriam feito pior.
Rueda também herdou um Flamengo com a mentalidade conformista, paneleira e pouco afeta a competitividade da Diretoria e de seu antecessor, que claramente impregnou as mentes de vários atletas do elenco. Sozinho tenta, com toda sua experiência, motivar o grupo para as grandes conquistas. Independentemente da opinião que se tenha sobre o seu trabalho, nosso treinador colombiano pouco conhece do clube, mas parece ter espírito mais rubro-negro do que muitas pessoas na Gávea.
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Não é só a escalação. Para o bem e para o mal. Contra a Ponte Preta, um dos piores desempenhos do campeonato e do returno, o time titular andou em campo e perdeu em uma das mais lamentáveis apresentações do Mais Querido nos últimos anos. Os times que entraram a campo contra Botafogo e São Paulo não teriam feito pior.
Rueda também herdou um Flamengo com a mentalidade conformista, paneleira e pouco afeta a competitividade da Diretoria e de seu antecessor, que claramente impregnou as mentes de vários atletas do elenco. Sozinho tenta, com toda sua experiência, motivar o grupo para as grandes conquistas. Independentemente da opinião que se tenha sobre o seu trabalho, nosso treinador colombiano pouco conhece do clube, mas parece ter espírito mais rubro-negro do que muitas pessoas na Gávea.
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Chega a hora do colombiano escolher a formação que irá a campo. A dúvida é o centroavante. Olha o peruano que trabalha o "músculo Nova Zelândia", o jovem roliço das tatuagens e seu amigo que mostra uma fome de vencer descomunal, muito superior a de seus companheiros, mas não é da posição. Ainda tem o que trouxeram de um rincão da China, que vem jogando com a intensidade de uma brisa. Além disso, só jogadores de meio de campo ou atacantes menores de idade, já que o grandalhão esforçado, reserva do peruano, contratado graças a boas relações com grupo empresarial, foi liberado antes de sua chegada para um rival tentar ascender à Série A.
Há espaço para críticas, mas por justiça é preciso contextualizar.
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Olhando pra frente, pelo Brasileiro serão sete jogos, ou seja, vinte e um pontos em disputa. Em casa, o Mais Querido receberá Cruzeiro, Santos e Corinthians, e viajará para enfrentar Grêmio, Palmeiras, Coritiba e Vitória. Entre Vasco e Grêmio, o Fluminense pela Sula, e com a provável classificação, entre Corinthians e Santos, o Atlético Junior de Barranquilla, líder do campeonato colombiano e aparentemente em grande fase.
Rueda também não tem culpa da tabela com os maiores clássicos estaduais e nacionais intercalados com todas as datas de Libertadores e Sul-Americana neste semestre. Não acontece com os demais clubes que se classificaram para a Libertadores em 2017 e sim com o Flamengo.
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Quarta-feira é dia de decisão e de carimbar o passaporte para as semifinais da Sula contra o mais tradicional dos adversários. Domingo será a vez do tradicionalmente difícil confronto contra o Grêmio em Porto Alegre.
Tradicional também é o papo com os amigos do Buteco, de quem espero, como sempre, as impressões e sugestões de escalação para o nosso treinador. Que a semana seja rubro-negra.
Bom dia e SRN a tod@s.