A entrevista estapafúrdia concedida pelo EBM na véspera da decisão já foi um mau augúrio. Desfilando as costumeiras vitimizações, em que sempre "o outro" o interpreta mal, que todos os perebas e péssimos profissionais criticados são "ótimos e maravilhosos", o presidente pouco falou da decisão, ocupado em falar sobre si. Com isto já deu para reparar que os batuques de motivação do Departamento de Futebol estavam, mais uma vez, em silêncio. Nesta gestão que pensa que apenas dinheiro e boa estrutura trazem títulos. Esqueceram da alma. Se a alma não quer, nada advirá.
Falando do jogo. Foi uma decisão, nervosa, decidida pela marcação. Cruzeiro marcou excepcionalmente bem o Flamengo, principalmente a articulação de jogadas de Diego e os pontas Berrio e Everton. Os volantes Arão e Cuellar pouco avançavam e os laterais, mais presos com Rueda a marcação, não faziam o ataque ter um número maior de jogadores para melhor articulação de jogadas.
Flamengo, com maior domínio de bola, cercava, cercava mas não conseguia finalizar direito. Sempre muito bem marcado pelo Cruzeiro que claramente jogou pelo empate, contando com erros do Flamengo para finalizar. E aconteceram. Pressionando a saída de bola nos contra-ataques do Flamengo, recuperaram umas duas bolas que resultaram em perigo de gol no fraco Muralha, que nem um milhão de cartinhas resolveria.
Rueda insistiu, insistiu na fórmula Berrio e Everton, com Guerrero isolado e Diego tentando criar algo, se movimentando bem e até dando alguns bons passes, mas evidentemente está em má fase. Pena pro Flamengo que não pode contar com Everton Ribeiro neste regulamento estapafúrdio da asquerosa CBF.
No primeiro tempo, as melhores chances com Cruzeiro, com Muralha mostrando aquela insegurança de sempre. Guerrero chutou uma bola na trave em cobrança. Mas era um jogo tenso. Decisão é assim. Não necessariamente é um bom jogo. É adrenalina todo o tempo.
Segundo tempo, Cruzeiro resolveu partir mais para o ataque, mas a defesa do Flamengo estava muito bem. Juan e Rever faziam uma partida incrível. E pensar que o falecido colocava Juan de reserva de um Vaz. Arão sumiu do jogo. Mas nem pedia sua saída, porque Rueda colocaria o amaldiçoado ao invés de Mancuello. Cuellar se multiplicou em campo. Diego, apagado novamente. Flamengo não poderia ir para pênaltis. Avisamos isto reiteradamente. Mas o futebol do Flamengo vive aquela realidade paralela peculiar do setor. Uma realidade que vê no preparador de goleiros Victor Hugo qualidade para ainda permanecer no cargo. Não tem.
Marcação forte, Cruzeiro claramente jogando pelo empate consagrador. E o Flamengo nada. Rueda mexeu no time tarde demais. Colocou Paquetá e Rodinei. Paquetá fez companhia ao Diego e o meio melhorou. Boas trocas mas muito tardias.
E para desespero de todos nós, foi para os penaltis. Muralha fez seu papel ridículo de cair sempre para o mesmo lado antes da cobrança. E Diego, infelizmente, bateu mal seu penalti e do outro lado tinha o Fabio.
Enfim, uma decisão perdida. Mas ao menos conseguimos chegar lá. Já é algo. Agora espero que na Sul Americana a abordagem seja mais vencedora e focada, e que no Brasileiro não brinquemos mais.