sexta-feira, 4 de agosto de 2017

De quem é a responsabilidade







Irmãos rubro-negros,


a crise gigantesca vivenciada pelo Flamengo é de inteira e exclusiva responsabilidade da diretoria, ou de parte dela, capitaneada pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello. Para o bem ou para o mal, a responsabilidade é da diretoria.

É evidente que uma diretoria séria não pode pautar a condução do departamento de futebol exclusivamente pelas opiniões, mais ou menos oscilantes, da torcida.

Por outro lado, cerrar os olhos e fechar os ouvidos ao clamor que vem da massa não é medida sábia, ainda mais  porque a mística do Flamengo é constituída sobre a sua camisa e o amor de sua torcida.

Negar isso é negar o próprio clube.

Fosse apenas uma situação momentânea de ruído ou incompatibilidade de visões, tudo bem.

Mas a coisa já não se resume à indiferença da diretoria atual em relação à torcida e às humilhações e fracassos sucessivos sofridos pelo nosso futebol.

O presidente foi à Fox e deu uma entrevista ridícula, lamentável, completamente alienado e alheio à realidade. No meio do turbilhão, apareceu sorridente, brincalhão, feliz. Fez questão de abrir a boca, olhar de cima a torcida, e dizer que os alvos dos questionamentos mais assertivos são seus "protegidos".

Em resumo: claramente confrontou a torcida.

Mas ele não está só. Há membros da diretoria, não todos, creio, que compartilham, senão incentivam, esse arremedo de gestão que se está a praticar no futebol do Flamengo. 


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Se há na diretoria do Clube de Regatas do Flamengo pessoas que não concordam com tudo o que tem sido feito no futebol do clube, a despeito do trabalho exemplar em outras áreas; se há quem não concorde com a forma desrespeitosa com a qual é tratada a tradição, a história da instituição e a relação dos mandatários com a torcida; se há alguém com caráter e hombridade suficientes para, sem abdicar do ótimo trabalho na pasta, se insurgir contra essa situação absurda, o momento é agora, amigos.

Agora.

Expor publicamente a opinião, ainda que não seja aquela compartilhada por quem tem a última palavra, não é errado. Muito pelo contrário, em situações em que o amor e o sentimento são determinantes, a liberdade é a voz da alma.

Se o presidente, e aqui a expressão é usada como simples metonímia, pode falar em altos brados que não trocará o técnico, que tem seus protegidos, que entende toda manifestação de cobrança como algo orquestrado por "falsos rubro-negros"; se ele vê nas críticas o exercício mórbido de um ardil político, se ele acha que todos os vexames por que tem passado o Mengo são desimportantes para alterar suas convicções, por que um vice-presidente, que doa seu tempo e seu saber ao clube, sem depender disso para sobreviver, vai aceitar, passiva e bovinamente, essa gestão prejudicial ao Flamengo? 


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A nossa torcida erra, e erra gravemente, quando direciona seus protestos aos jogadores e à comissão técnica. Os menos culpados são o Muralha, o Vaz, o Márcio Araújo, o Gabriel, o Zé Ricardo ou o Jayme.

Estão lá fazendo seu trabalho, seja bom ou ruim.

Cabe aos comandantes, aos empregadores decidir se o trabalho está sendo prestado a contento ou não. E de quê adianta ir ao Ninho do Urubu? Afora fazer certo rumor na imprensa, junto aos jogadores e aparecer em foto de jornal, não há efetividade alguma.

Qualquer manifestação pacífica, sempre pacífica, deve ser organizada em evento ou situação em que a cúpula do futebol esteja presente: presidente, vice-presidente, CEO e diretor.


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As desculpas acabaram.

Faxina ético-moral, administrativa, financeira, jurídica, estrutural e patrimonial, tudo foi feito. 

No âmbito específico do futebol, hoje o Flamengo tem salários em dia, CT excelente, bons profissionais, Exos e o melhor elenco do país.

Mas acharam uma nova desculpa: "a falta de sorte, a bola, o gramado, o acaso".

Eu cresci a minha vida, como homem e como rubro-negro, vendo o Flamengo valorizar, exaltar, construir, a filosofia de que somos fortes na adversidade. 

Querem, porém, criar uma nova ideia, a de que o time é vítima das circunstâncias. 

Nada pode ser mais a antítese rubro-negra que isso.

O Flamengo disputou vinte e um pontos contra os grandes de Minas, Rio Grande do Sul e São Paulo no primeiro turno deste Campeonato Brasileiro. Conquistou somente sete. 

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E em pleno agosto, com o melhor elenco do Brasil, com dinheiro e estrutura, o nosso time está fora da Libertadores e praticamente fora do Brasileiro.

Essa idéia de "profissionalismo" e de "projeto de clube" é a personalização do fracasso.

Há quem se identifique. 

Se continuar assim, acho que a corda vai arrebentar. E vai arrebentar com o melhor elenco e estrutura dos últimos vinte anos.

O Flamengo merece mais. Muito mais. Ser feliz na dor e na alegria. Sofrer com fé, amor e felicidade; nos bons e maus momentos.

Esse clima de ódio e revolta interna não interessa a ninguém, só aos arco-íris.

Mas se a própria diretoria não enxerga isso, o Mais Amado vai precisar mais do que nunca do amor de todos nós rubro-negros.


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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.