E o Flamengo, enfim com técnico à altura do clube, e, principalmente, do elenco de qualidade que dispõe, jogou com seriedade, de jeito copeiro, e conquistou a vaga para a final da Copa do Brasil 2017 com o Cruzeiro, que eliminou o Grêmio nos pênaltis, numa disputa de quem batia pior.
O jogo começou muito marcado. Botafogo não aliviava a marcação no Diego, não o deixando evoluir no jogo, e, principalmente, marcava bem de perto o Berrio e Guerrero, jogador que não pode ter espaços.
Botafogo logo no início teve um lance perigoso. Em um ótimo cruzamento de Roger, Guilherme subiu livre para cabecear, com seu marcador Rodinei ajoelhando em campo para orar pelo insucesso deste lance. A reza foi forte e ele cabeceou para cima. Do lado do Flamengo um chute perigoso do Guerrero, com boa defesa do Gatito. A se lamentar o árbitro dando um amarelo desnecessário ao Guerrero, que o tirou da primeira partida da decisão contra o Cruzeiro e deixando de marcar uma falta frontal à grande área, em um lance que derrubaram o Diego a uns 2 metros dele. A se elogiar o sistema de marcação do Botafogo. Muito bem treinado pelo Jair Ventura. E o Flamengo já com tomando o jeito Rueda de ser, marcando forte também, com muitos passes verticais.
Termina o primeiro tempo. 0 a 0. Preocupante. Jogo com este resultado iria para os penaltis, e considerando o Gatito do outro lado era talvez melhor nem perder tempo.
Segundo tempo. Botafogo continua na marcação mas o Flamengo prende mais os laterais, soltando mais os volantes para o meio, fazendo com que a marcação sobre Diego, forte, se dividisse. Flamengo, fica com mais domínio das ações e o Botafogo preso na armadilha. Com a bola vindo de cá para lá, mas sem esmorecer, sem começar a ficar em panico como a era Zé Panela, Flamengo seguia tentando com o apoio sempre presente da torcida.
Até que em uma jogada fabulosa pela direita, Berrio aplica o drible "cadê você, cadê você", e rola a bola pro Diego, que chuta de chapa na bola, Guerrero faz o corta luz e a bola entra. É gol. É festa. Flamengo 1 x 0 Botafogo. Neste momento muito merecido o placar. Aí entra o Flamengo sóbrio da era Rueda. Não mais o Flamengo acovardado. Vinicius entra em campo no lugar do Berrio e faz algumas jogadas de velocidade, sendo sempre uma boa opção, quase marcado gol em duas jogadas.
Flamengo, glória a Deus, Aleluia, prende a bola. Segura ela. Não fica mais soltando como se tivesse queimando nos pés. Com certeza orientação do Rueda. E segue fazendo jogadas retendo a bola no campo adversário. Depois de um longo e tenebroso inverno enfim vejo o Flamengo fazer algo até trivial nestes momentos decisivos mas parecia impossível.
Flamengo se classifica. Mostrando predomínio. É um Flamengo já diferente mesmo com pouco tempo de trabalho do Rueda. Cuellar e Juan fizeram ótimas partidas. Mostrando o absurdo que era serem reservas com o técnico anterior.
Agora temos treinador. Jogador olha para a área técnica e não vê mais um sujeito tão atordoado quanto eles e medroso nas ações a serem tomadas. Isto tornava o time desequilibrado o que o fazia perder seguidas partidas decisivas. Rueda é outra estirpe. Um técnico que o Flamengo necessitava há tempos. Demorou a chegar mas está aí. É com ele que poderemos vencer o Cruzeiro.