quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Alfarrábios do Melo

Sim, o Botafogo já é passado.

Mas foi daquelas vitórias de lavar a alma. De nos sentir estreitos, grudados ao Flamengo que amamos e que aprendemos a admirar, a se espelhar, a reverenciar.

Porque o Flamengo, é verdade, vive e se alimenta de conquistas. De taças. Dos momentos que eternizam os heróis que, exalando sangue de suas entranhas, nos trazem, junto aos despojos do oponente vencido, o justo troféu, a faixa no peito, a volta olímpica que anaboliza nossas mentes sedentas pelo mais alto posto colocado em disputa.

No entanto, há também aqueles triunfos que, se não nos trazem galardões maiores, têm um poderoso efeito estimulante no sentido de provocar a vontade de cantar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro. Seja na forma de um tapa que rebenta em resposta ao inimigo marrento, seja na demonstração de comunhão entre os onze jogadores e sua gente, seja naquela exibição de gala que faz paralisar o país. São grandes batalhas que, independente de fazerem ou não parte de trajetórias vitoriosas, expõem a cru e a nu toda a nossa força, o nosso gigantismo, aquilo de que somos capazes.

Assim, traz-se hoje 26 desses momentos. Partidas históricas, após as quais o mais renitente torcedor flamengo, de qualquer rincão desse país ou mesmo da gringa, surpreendeu-se tomado pela lírica vontade de arrancar os sapatos, meter-se no Manto e sair gritando, qual criança, pelas ruas e becos gritando “Mengo”. Nenhuma delas findou-se em taças. Não há finais de campeonato ou mesmo de turno. Apenas jogos a esmo. Cujo desfecho talvez tenha valido mais que um título.

Vinte e seis páginas. Para contemplar, relembrar, puxar pela memória. E se orgulhar.

Sempre.

Boa semana a todos.


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