domingo, 23 de julho de 2017

Três pontos e só


Vivemos a era da impaciência. O avanço da tecnologia, disponibilizando um volume cada vez maior de informação numa velocidade quase instantânea, deixou as pessoas dependentes de soluções e ações rápidas. Quanto maior o acesso a informações, menor nossa capacidade de atenção e, consequentemente, de análise. Essa falta de paciência é muito evidente no nosso meio, o futebol. As notícias veiculadas durante a semana dando conta que alguns jogadores, entre eles o Diego, seriam poupados do confronto de ontem contra o Coritiba, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Muitos encararam isso como um menosprezo ao adversário, até uma desistência da competição mais importante que estamos disputando no ano, depois da decepcionante eliminação na fase de grupos da Libertadores.

O clima entre os torcedores na Ilha do Urubu era tenso, semelhante ao da partida contra a Chapecoense. Havia muita gente que não ficaria chateada se o time perdesse se isso significasse a queda do Zé Ricardo. Assim como na última quarta-feira, pressão inicial, bola na trave e gol, num contra-ataque, raro nessa equipe rubro-negra que é pensada para propor o jogo. Acontece que, como já vimos inúmeras vezes, a equipe desligou após o tento prematuro. Pará, por exemplo, desistiu por duas vezes de uma jogada pedindo marcação de falta. Parecia uma equipe mais preocupada com os embalos de sábado à noite.

Se foi assim no primeiro tempo, o roteiro dos quarenta e cinco minutos finais parecia de filme B de terror. Logo no primeiro lance, extremamente similar aos últimos gols sofridos pelo Flamengo nas partidas contra Palmeiras e Cruzeiro, passe em profundidade entre o lateral e o zagueiro, Thiago não sai e o atacante adversário tem apenas o trabalho de finalizar onde quis. Aquele time queixo de vidro voltou a aparecer. Sem querer reclamar de arbitragem, no entanto, a verdade é que o gol mal anulado do Guerrero poderia ter mudado o panorama. Poderia também ter feito retornar aquele time preguiçoso da primeira etapa, vai saber?

Uma pressão desordenada, perigo apenas em dois lances pelo alto, num deles Juan acertou a trave. Principalmente num excelente passe do Guerrero para o Rômulo desperdiçar. A paciência, que citei lá em cima, já tinha ido embora há muito tempo quando Vinícius Jr. foi infantilmente derrubado dentro da área. Pênalti que, ao contrário do Diego na quarta, Éverton Ribeiro cobrou com imensa maestria e tranquilidade.


Enfim... valeu pelos três pontos, pela boa experiência da dupla de volantes que, para mim, com todos em boas condições físicas, é a ideal e pela exibição do Éverton Ribeiro fazendo a função do Diego. Agora é ligar o secador e virar a chave para quarta-feira, Copa do Brasil.