Salve, Buteco! O Mais Querido do Brasil está de volta ao G4 do Campeonato Brasileiro! Só que não falta torcedor reclamando do desempenho do time. Apesar da vitória fora de casa na Fonte Nova contra o Bahia, é evidente que falta de qualidade ao futebol apresentado. O time chegou a tomar sufoco de um adversário mesmo tendo um jogador a mais em campo e produziu muito poucas oportunidades de gol. Observando a escalação com a qual o time entrou em campo ontem, não precisava ser vidente para prever as dificuldades que o time teria na criação de jogadas de gol. O 4-4-2 com Willian Arão e Márcio Araújo como meias internos foi colocado em campo sob o pressuposto de que Diego e Guerrero, mais adiantados, e Everton Ribeiro, que jogou como meia externo pela direita, resolveriam no setor ofensivo. Pela esquerda, Matheus Sávio, dono de um bom passe, está longe de ser um velocista, e então o time que goleou a Chapecoense jogando com dois pontas velozes pelas extremas foi previsivelmente burocrático em um jogo de fraca qualidade técnica. Como consequência até lógica, ontem Guerrero mais uma vez jogou isolado e tentou se virar com as conclusões de média e longa distâncias, e novamente não teve sucesso. Mais um efeito deletério desse modelo tático, especialmente nos jogos fora de casa.
Zé Ricardo vem se tornando pródigo em dar explicações muito criativas nas entrevistas pós-jogo para as suas opções de escalação e substituição. Uma delas é que cada adversário enseja uma preparação distinta, e nesse ponto é impossível discordar do nosso treinador, principalmente porque hoje em dia há muitos recursos tecnológicos disponíveis viabilizando o acesso a apresentações dos adversários. O problema começa quando o discurso do treinador se torna abstrato e a realidade dos fatos não lhe dá sustentação na prática. Ontem, por exemplo, o treinador disse que escalou Matheus Sávio porque queria um jogador "de pé trocado" pela esquerda, o que tanto poderia ter ocorrido com Everton Ribeiro, com Berrío sendo mantido no time, em razão de sua boa apresentação na quinta-feira, como também com o próprio Berrío jogando pela esquerda. Qualquer das opções teria dado mais força ofensiva e velocidade ao time. O difícil é entender a aversão do treinador à ideia de dar sequência a quem joga bem e ter tanta condescendência com alguns poucos que sempre jogam mal.
O belo discurso de Zé Ricardo também não explica por que o antigo problema de Rafael Vaz "cuidar" da saída de bola voltou a ocorrer, como sempre com vários erros de passe. Até parece que todos os times têm um primeiro volante velocista, com problema crônico de passes e desempenho ruim nos desarmes, como se estivesse no regulamento do campeonato. Sua saga tentando provar que está certo prossegue inabalável, ao mesmo tempo em que fica cada vez mais evidente a proteção descabida ao seu "homem-de-confiança".
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Zé Ricardo vem se tornando pródigo em dar explicações muito criativas nas entrevistas pós-jogo para as suas opções de escalação e substituição. Uma delas é que cada adversário enseja uma preparação distinta, e nesse ponto é impossível discordar do nosso treinador, principalmente porque hoje em dia há muitos recursos tecnológicos disponíveis viabilizando o acesso a apresentações dos adversários. O problema começa quando o discurso do treinador se torna abstrato e a realidade dos fatos não lhe dá sustentação na prática. Ontem, por exemplo, o treinador disse que escalou Matheus Sávio porque queria um jogador "de pé trocado" pela esquerda, o que tanto poderia ter ocorrido com Everton Ribeiro, com Berrío sendo mantido no time, em razão de sua boa apresentação na quinta-feira, como também com o próprio Berrío jogando pela esquerda. Qualquer das opções teria dado mais força ofensiva e velocidade ao time. O difícil é entender a aversão do treinador à ideia de dar sequência a quem joga bem e ter tanta condescendência com alguns poucos que sempre jogam mal.
O belo discurso de Zé Ricardo também não explica por que o antigo problema de Rafael Vaz "cuidar" da saída de bola voltou a ocorrer, como sempre com vários erros de passe. Até parece que todos os times têm um primeiro volante velocista, com problema crônico de passes e desempenho ruim nos desarmes, como se estivesse no regulamento do campeonato. Sua saga tentando provar que está certo prossegue inabalável, ao mesmo tempo em que fica cada vez mais evidente a proteção descabida ao seu "homem-de-confiança".
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Acho importante ressalvar que o desempenho de todos os jogadores, inclusive da dupla de volantes que eu também gostaria de ver barrada, melhoraria se a bola fosse melhor trabalhada no meio campo, ou, dito por outras palavras, se houvesse mais qualidade tática na criação de jogadas. Apesar de ser certo que a entrada de outros jogadores arejaria o time, não chegaria ao ponto de solucionar esse problema tático. O Flamengo prossegue sem jogar de forma compacta no setor ofensivo e os jogadores continuam a não se movimentar para dar opções de passe e viabilizar as triangulações, problema recorrente e constantemente apontado nesse espaço.
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Como se vê, a torcida tem razões de sobra para desconfiar do time. A impressão deixada pela atuação na Fonte Nova foi que, apesar do time ter ficado mais agudo com Berrío e Vinícius Jr., o gol salvador (com trocadilho) do colombiano aconteceu em lance isolado, após um erro de finalização de Everton Ribeiro (que mostrou categoria), e que seria muito mais difícil vencer se não houvesse ocorrido a expulsão do zagueiro do Bahia aos trinta minutos do primeiro tempo. É bem verdade que o campeonato, como bem o descreveu Carlos Eduardo Mansur (@carlosemansur) em sua conta no Twitter, caracteriza-se pela proliferação de equipes que abdicam da posse de bola. O Flamengo de Zé Ricardo, sob esse enfoque, não difere do Corinthians de Fábio Carille, e sim pelos 9 (nove) pontos que os separam. O futebol, apesar de igualmente feio, é bem menos eficiente, só que o elenco do Flamengo é indiscutivelmente superior e tudo o que consegue apresentar é um desempenho semelhante ao do modesto Botafogo de Jair Ventura, o qual se classificou para as oitavas-de-final da Libertadores em um grupo igualmente forte, que inclusive contava com dois tradicionais ex-campeões da competição.
A julgar pelas manifestações via imprensa, a Diretoria está satisfeita com Zé Ricardo e seu trabalho, e sua tendência é valorizar uma campanha visivelmente abaixo do potencial do elenco por conta da possibilidade de estar novamente entre os quatro primeiros do campeonato, valendo-se de bordões como "os títulos virão na hora certa" ou "o importante é disputar a Libertadores todos os anos."
Para a Maior Torcida do Mundo, só resta ter muita paciência, principalmente com a maratona que está por vir, já que tende a reduzir o desempenho do time, tanto pela falta de tempo para treinamentos, como também pelo desgaste físico.
A palavra, como sempre, está com vocês, e aguardo a escalação para quarta-feira contra o Santos, na Ilha do Urubu, pela Copa do Brasil.
Bom dia e SRN a tod@s.