E o Flamengo foi na Ilha de Urubu novamente, seu pequeno alçapão, e arrancou mais uma bela vitória. 2 a 0 em cima do Santos, que poderia ser de mais se não fossem as incríveis defesas do ótimo goleiro Vanderlei, particularmente em finalizações do Berrio, que, endiabrado na partida, não parava de construir lances de ataque e mesmo ajudar na recomposição defensiva.
Flamengo entrou em campo, enfim, com Pará no lugar do Rodinei. Na minha opinião Pará é um lateral bem mais técnico, sabe cruzar a bola melhor, além de ter habilidade suficiente para construir jogadas em diagonal. Sua reserva era injustificada. Também entrou em campo com o ótimo colombiano Cuellar no lugar do sonado Arão. Depois de duas partidas muito boas do Cuellar, inesperadamente Zé Ricardo o colocou de novo na reserva para o Arão, mostrando ser um técnico com enorme dificuldade em pensar um time diferente, em mais de uma de suas inúmeras limitações enervantes. Arão está com ele desde 2016 e, em nome da suposta lealdade, deve jogar por uma questão de "compromisso" ou sei lá o que se passa na cabeça do treinador. Futebol não é. Vontade em campo menos ainda.
Marcio Araujo, o indefectível peladeiro, mais uma vez em campo. Marcio Araujo é como um imposto que temos que pagar para consumir um produto que pagamos. Um mal que temos que tolerar. E, por este inexperiente e medroso treinador, obrigados a vê-lo jogo sim, jogo também. Com ele em campo fica-se um buraco. Por algum motivo este jogador limitado, tal como o Rafael Vaz, supõe que tem talento suficiente para se mandar pelo campo e construir jogadas. Não tem. É ruim. Seu negócio é tentar roubar a bola. E nem isto faz mais. Com Cuellar ali pensou que estava liberado para ir para frente. Resultado? Buracos na compactação, recomposição e saída de bola. Diego teve que recuar mimetizando um volante. De uma maneira irônica e cruel realmente o #10vestiu8. Pois quem ficava aparecendo, mais uma vez na frente, para vergonha dos torcedores, era Marcio Araujo.
Mas o Flamengo tem Guerrero. E se tem Guerrero, tem retenção de bola, pivô e passes inteligentes na última linha. E em um destes passes deixou Everton em condições de belo gol de cobertura, em uma jogada que começou lá atrás, com uma bela saída de bola do Cuellar, em um passe longo para o lado esquerdo. Berrio, como mencionado, construía ótimas jogadas de ataque, com Everton fazendo boas jogadas. O setor direito do Flamengo com Pará, Berrio e Cuellar mais por ali, funcionou divinamente, seja no modo ofensivo como defensivo, sendo uma pena que devem ser escanteados como reservas novamente pelo técnico atual. O lado esquerdo com Trauco e Everton, em que pese boas jogadas construídas não foi tão eficiente. Santos atacava muito por aquele setor.
Um primeiro tempo de domínio maior do Flamengo e veio o segundo tempo. Santos, seguindo a receita de 10 entre 10 técnicos que enfrenta o Flamengo, avança as linhas e deixa Marcio Araujo, o pereba, ficar conduzindo a bola. Sabem que irá perder logo, e rapidamente o ataque pode ser acionado com um buraco defensivo no Flamengo. Mas o Flamengo se defendeu bem. Toda a zaga funcionou muito bem na partida. Santos pressionou, ficou cruzando a bola aqui, tentando passes ali, finalizava bem marcado mas nada conseguia. Flamengo tentava encaixar contra-ataques, mas o Santos sempre se defendendo bem também. Era um jogo interessante.
Mas no fim, Guerrero constrói bela jogada. Retém a bola. Dribla. Não consegue finalizar. Volta a bola pro Cuellar, que dá uma bela finalização em curva. Golaço. Flamengo 2 x 0. Alegria. Boa vitória.
E que os melhores permaneçam titulares. Panela é na cozinha e não no Flamengo.