Passamos uns dias muito tensos com todo o futebol do Flamengo sendo questionado, do presidente com suas bananas ao público, de jogadores preteridos e outros protegidos pelo treinador, da torcida questionando a qualidade do técnico que a direção de futebol ainda insiste que continue no Flamengo, apesar das vastas e variadas amostras de mediocridade e insistências tacanhas.
Em meio a isto tudo a inauguração da reforma do estádio da Portuguesa da Ilha, reforma esta que deu origem a uma "arena", que alcunharam de Estádio Ilha do urubu. Como representa o futebol do clube, hoje uma ilha de insucesso e fraqueza frente ao resto bem qualificado da administração do Flamengo.
Ingressos caros, revolta com o time, com o técnico, com o futebol e com o presidente. Além da Ilha do Governador ainda ser vista com desconfiança, talvez, pelo resto dos torcedores. É longe? Tem transito? Como deve ser para ir e voltar? Ou seja, estas questões, e talvez mais algumas outras, impediram que o público enchesse o estádio em sua inauguração. Pena, pois pela TV pareceu bem bonito, com arquibancadas de uma proximidade incrível com o gramado.
Zé Ricardo, o eterno aprendiz, parece que sentiu a corda no pescoço e resolveu fazer uma substituição a tempos pedida. A titularidade de Cuellar indo para reserva o Arão. Zé Ricardo ficou lamentando a semana toda como se devesse favor ao jogador. Isto que dá ter técnicos insipientes, iniciantes, sempre acham que devem favor ao jogador experiente que lhes obedece em algum momento. Patético. Mas ainda sim manteve o pereba desqualificado que assombra o time e torcida a cada jogo, o Marcio Araújo. Mais Rodinei no lugar do Pará, o que até achei justo, pois Pará me pareceu acomodado nos últimos jogos e neste caso um banco até vai bem.
E com o ataque formado por Everton, Damião e o prodígio Vinicius Jr, mais Diego, o Flamengo entrou em campo. Começou até bem até Ponte Preta acertar a marcação. Quando ocorreu voltou o Flamengo de Zé "Duchas Corona" Ricardo. Chuveirinhos inócuos em diagonal, espaçamento gigante no ataque. Vinicius Jr tentava vários lances. O garoto vem evoluindo a cada jogo. Diego, ainda precisando de mais ritmo. Everton em mais um jogo lamentável. Lembrando os tempos do bonde da stela. Damião e a eterna briga com a bola, mas sempre é um lutador em campo. Justiça tem que fazer a ele.
Na defesa Thiago, parecendo cada vez um bom goleiro, muito mais seguro que Muralha. Rever e Vaz, que fizeram uma partida sólida. Particularmente Vaz. Mas este sempre está por um fio para despirocar e fazer alguma merda. Mas ontem se controlou.
Flamengo tinha Cuellar, o dono do jogo, o dono da área, desarmes e jogo elegante de passes rápidos e inteligentes, mostrando que com ritmo de jogo não tem para ninguém. E o crime que Zé Ricardo fez ao Flamengo o colocando na geladeira todo este tempo fazendo o clube até ter que contratar Rômulo. Técnico paneleiro é sempre um crime ao futebol. E junto dele o indefectível Marcio Araujo, que peladeiro, parecia não ter função no jogo, chegando várias vezes à frente exibir sua perebice à torcida como forma de punição. Se não joga como primeiro volante o que faz em campo? Porque Zé Ricardo insiste neste mala? Qual o critério? É bem bizarro.
Aí no final do primeiro tempo, Rever faz gol de cabeça, inaugurando o estádio com louvor. Alívio. Não que o Flamengo merecesse, mas futebol é como a vida, não é justo.
No segundo tempo, Ponte teve que sair pro jogo, com isto a marcação ficou mais frouxa e o Flamengo conseguiu controlar bem melhor o jogo. Lances começaram a sair, Cuellar sempre muito bem em campo. Diego procurando Vinicius e vice-versa. Thiago fazendo bela defesa, sempre bem seguro. E o Flamengo com falhas de marcação na bola aérea, só que a Ponte finalizava mal. Ainda bem.
Então Damião fez o gol dele. Centroavante está aí para isto. Mostrando efetividade. Vinicius Jr sai e o treinador coloca Pará adiantando Rodinei. O previsível. Se mudar o esquema Zé Ricardo capaz de ter AVC na beira do campo.
E de mais relevante ao fim, Conca enfim entra em jogo. No lugar do Diego. Sem ritmo, ainda assim não se esconde, tentou várias jogadas. É um jogador com ímpeto. Por isto tanto sucesso em sua carreira. Na coletiva pós-jogo o brilhante treinador diz que Conca e Diego não podem jogar juntos.
Fecha o pano.