Em nossa última coluna, comentamos que este primeiro bloco de 5 jogos seria difícil: em casa, a estreia contra o forte time do Atlético MG e o clássico local contra o Botafogo. Ainda sem a Ilha, não conseguimos mais que dois empates. Além disso, os outros três jogos seriam fora de casa, um em local historicamente desfavorável (Atlético PR, em Curitiba) e outro em território historicamente hostil (Sport, no Recife). Tabela bem complicada para um início de competição, ainda mais preocupante pelo fato do nosso principal jogador encontrar-se no departamento médico.
O fato é que fizemos apenas 6 pontos nos primeiros 4 jogos. Para quem entrou no campeonato como um dos favoritos, é pouco. Há atenuantes, é verdade, e o principal deles é o elevado número de desfalques devido a contusões e/ou falta de condicionamento físico. Para se ter uma ideia, no início do ano imaginava-se uma equipe-base com Muralha; Pará, Rever, Donatti e Trauco; Rômulo, Arão e Diego; Ederson, Everton e Guerrero. Entretanto, após 4 jogos não conseguimos mandar um time a campo que tivesse menos de 3 alterações significativas em relação a esta base – Donatti, Rômulo e Diego fora em todos os jogos – sendo que contra o Atlético PR a escalação inicial tinha nada menos que 6 (seis!) diferenças. Até aqui, escalamos 21 jogadores diferentes como titulares, um número que chama atenção e pode ajudar a explicar a má fase da equipe.
Notem que, embora o nosso elenco seja visto como um dos 5 melhores do campeonato, não conseguimos encontrar substitutos à altura para nenhuma das três peças ausentes – zaga, volante e armação. O treinador Zé Ricardo se mostrou insatisfeito com a armação (deu oportunidades a Sávio, Mancuello, Ederson – deslocado para lá – e Gabriel) e com a zaga (entrando com Juan na última partida). No entanto, parece satisfeito com o Márcio Araújo no lugar do Rômulo, uma vez que ele jogou todas até aqui.
O time, cujo maior problema até então fora a transformação das oportunidades criadas em gols, simplesmente parou de criar. Guerrero voltou a ficar sozinho na frente, brigando com as defesas e a saída de bola, que antes buscava as triangulações e aproximações, agora recorre com frequência aos chutões para a frente. Por outro lado, o time sofreu apenas dois gols na competição (a terceira menos vazada) e ainda não perdeu (assim como apenas outros dois times). Se a ideia era somar pontos, ainda que com empates, neste início de campeonato de tabela desfavorável e com desfalques consideráveis, podemos dizer que pelo menos isso foi conseguido.
É pouco? Na minha opinião, sim. Poderíamos ter ousado mais contra o Atlético PR – jogo que, para nós, valia a liderança – e contra o Botafogo, quando poderíamos ter entrado com Diego ou Vinícius desde o início, embora se possa ponderar que correríamos o risco de estourar o primeiro e queimar o segundo (realmente, daqui de fora, é difícil saber quanto tempo eles poderiam aguentar). Após a entrada dos dois, o time pelo menos voltou ao modo anterior, com a criação de algumas oportunidades, ainda que com a mesma ineficiência em transformá-las em gols.
Para o bem ou para o mal, o campeonato não para: amanhã temos o difícil compromisso contra o Sport e domingo visitamos o Avaí, em Florianópolis. Duas vitórias fatalmente nos colocarão entre os 4 primeiros, assim como duas derrotas provavelmente nos deixem entre os 4 últimos. Na gangorra do Brasileirão, passamos pelo primeiro momento de baixa mais rápido do que imaginávamos. Resta saber se o elenco e a comissão técnica terão condições de nos impulsionar para o alto, antes que seja tarde demais.
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Excelente a contratação do Everton Ribeiro, principalmente pelo fato do jogador vir atuando constantemente e com algum destaque, ainda que o futebol no Oriente Médio seja inferior ao praticado aqui. Jogador que chega, escolhe a camisa e entra para jogar, exatamente o que precisamos. A informação que circula nas redes sociais é que a janela de transferências internacionais abre no próximo dia 20 (não consegui confirmar isto na página da CBF, mas no site https://www.transfermarkt.pt/ há esta mesma indicação), de forma que poderemos ver a estreia do Everton Ribeiro na 9ª rodada, contra a Chapecoense na Ilha.
Fonte: Twitter |
Até lá, quanto mais próximos estivermos do time-base montado para a temporada, melhor. Vejo o Everton Ribeiro na vaga do Ederson e o Conca no banco, entrando mais nos jogos das outras competições que disputaremos. Vinícius Jr já mostrou que tem potencial para entrar no lugar do Everton e, com Diego, Everton Ribeiro e Guerrero para segurar “a bronca”, pode ser que o moleque se solte ainda mais e evolua bem rápido. Torcemos por isso.