Salve, Buteco! Os números gerais são ótimos: 75 jogos, 44 vitórias, 22 empates e 13 derrotas. Na história do Flamengo, dentre os maiores campeões e os que conquistaram menos títulos, pouquíssimos treinadores têm aproveitamento semelhante ou superior, como, por exemplo, Cláudio Coutinho, Carlinhos, Fleitas Solich, Paulo César Carpegiani, Joel Santana e Vanderlei Luxemburgo. Só que, além de faltarem títulos a Zé Ricardo, atualmente o futebol produzido está indiscutivelmente aquém do esperado e não pode de maneira alguma ser qualificado como de boa qualidade. No Campeonato Brasileiro/2017, são 8 (oito) jogos com 2 (duas vitórios), 5 (cinco) empates e 1 (uma) derrota; 11 (onze) pontos e a 10ª colocação, nove pontos distante do líder. O elenco é considerado um dos três melhores do país e o treinador, que participou do planejamento para a atual temporada, está há mais de um ano à frente do time, sendo o mais longevo no cargo dentre todos os clubes que disputam a Série A. Há bons reforços por estrear e ainda vem mais gente nova, porém mesmo sem essas peças é inevitável a decepção com o desempenho do Flamengo em 2017, apesar do título estadual. É que, considerando a (mais uma, segunda nas gestões EBM) eliminação na fase de grupos da Libertadores da América e o desempenho até aqui pífio no Campeonato Brasileiro, torna-se no mínimo questionável o desempenho nas competições mais importantes. A impressão que tenho é que o Flamengo anda em círculos. Está hoje em situação até pior do que há 12 (doze) meses atrás. Exagero? Creio que não.
"Ah, o time do Muricy era uma zona e o Zé Ricardo ajeitou tudo". Tá bom. Que tal analisar o que está acontecendo com um pouquinho de distância e dar uma espiada no videotape de Flamengo 1x0 Sport Recife, pela 1ª Rodada do Brasileiro/2016, e avaliar qual time está jogando mais bola, se há diferença significativa? Antes de invocar o 3º lugar no Brasileiro/2016, talvez seja melhor lembrar, além da perda do título na reta final da competição, que o antecessor de Zé Ricardo, apesar de muito longe de ser brilhante, nunca dirigiu o time com os reforços entregues ao atual treinador, não disputou uma só competição e nem tinha estádio próprio. Além disso, o próprio desempenho do time a essa altura já era bem superior. Em tese, o time teria que estar "voando" sob o comando de Zé Ricardo. Logo, até o "argumento Muricy" anda se esvaziando, se prestarmos bem atenção.
Mas eu também não quero andar em círculos no texto de hoje. Quantas vezes foi ressaltada no Buteco, em colunas e comentários, a falta de movimentação ofensiva, dificultando tanto a transição quanto a articulação de jogadas de gol? E a postura excessivamente defensiva, além do tempo perdido em vários jogos nos quais o Flamengo inclusive atuou como mandante? Escalações, preferência por jogadores que tinham lugar cativo no time? Atuações fora de casa? É triste constatar que, mais uma vez, nenhuma novidade foi apresentada ontem, no Maracanã. O Flamengo, jogo a jogo, sempre retorna ao mesmo ponto. Aliás, ressaltei, ano passado, que o Zé Ricardo mostraria o seu potencial em 2017. Por acaso há alguém animado?
Análise do jogo de ontem? Fiquem absolutamente a vontade. Para que escrever mais do mesmo? Por favor, examinem os primeiros quarenta e cinco minutos das partidas contra Botafogo e Fluminense, os clássicos estaduais disputados até aqui, e digam com sinceridade se há necessidade de me repetir. "Ah, o Guerrero não jogou bem". Não, não jogou mesmo, como o resto do time. Uma estrela como Guerrero tem que ser cobrado, mas quando todo mundo joga mal com frequência a culpa é individual, de cada jogador, ou o problema é coletivo?
Então o que fazer, se o presidente afirmou que, por ele, satisfeitíssimo, o treinador, que não dá mostras de sequer achar que está errado, tanto que se mostrou "animado" com a atuação de ontem, fica até o final da gestão?
Zé Ricardo está longe de ser um incompetente, mas ao mesmo tempo demonstra não ter maturidade e experiência para lidar com a estagnação de sua proposta de trabalho. Tão jovem, não está se mostrando capaz de se reinventar. Até quando esperá-lo amadurecer ou reagir é uma atitude sensata e responsável?
Zé Ricardo está longe de ser um incompetente, mas ao mesmo tempo demonstra não ter maturidade e experiência para lidar com a estagnação de sua proposta de trabalho. Tão jovem, não está se mostrando capaz de se reinventar. Até quando esperá-lo amadurecer ou reagir é uma atitude sensata e responsável?
Espaço aberto para caminharmos em círculos com os mesmos comentários de sempre. Ou não...
Bom dia e SRN a tod@s.