E o não tão inesperado aconteceu. Flamengo, mais uma vez, foi eliminado na fase de grupos da Libertadores. Sétimo ano seguido. E novamente nos minutos finais, com outro time fazendo resultado e nos eliminando. Vexatório, humilhante mas não injusto. Flamengo perdeu todas as partidas jogando fora nesta fase de grupos. Uma estrutura muito boa, salários em dia, elenco de bom nível, não foram suficientes quando se tem um treinador que faz as substituições que Zé Ricardo proporcionou ao longo do jogo.
Flamengo começou bem o primeiro tempo. Apesar da pressão do San Lorenzo, Flamengo controlou o jogo e logo fez seu gol através do Rodinei. Excelente. Formidável. Mas o que faz o Flamengo? A la times do Parreira fica agradecido pelo placar e fica mais retraído. Abdicando do ataque mais frequente para poder jogar em contra-ataques mortais, em tese. Só que Everton e Berrio(principalmente) não estavam bem. Mas mantinham o San Lorenzo preocupado com eles. Logo a seguir UCA faz seu gol. Os deuses estão conosco, pensei. Não, eles só estavam arrumando um enredo mais emocionante para nossa derrocada.
Veio o segundo tempo. San Lorenzo vem para cima. Inabalável. Cavando milhares de faltas cruza a bola sem parar em nossa área. A zaga do Flamengo conseguia tirar, assim como Muralha. Mas uma hora a casa cai nesta jogada. Flamengo ainda tinha em Berrio um escape pela direita, embora muitas vezes infrutífero. Mas o San Lorenzo tinha medo dele. Tem nome pela Libertadores passada. Everton marcando mais que atacando, não tentava grandes jogadas. Lado direito deles era forte.
Aí Zé Ricardo comete seu primeiro erro. Tira Berrio e coloca Romulo, um volante completamente sem ritmo no meio de campo. Por algum motivo Zé Ricardo execra Cuellar, jogador colombiano raçudo e com posicionamento mais central, e com mais ritmo de jogo. Também dispensou Ronaldo de vir ao jogo, outro que vinha jogando mais regularmente. Não, traz para uma partida ultra decisiva um jogador que não jogava. Inacreditável. Com isto levou Gabriel, que estava bem defensivamente no meio, para a ponta, fazendo com que o San Lorenzo se criasse mais por ali. Romulo, perdidaço.
San Lorenzo em cima. Alucinado. Aí Zé Ricardo pensou:"Posso fazer ainda pior". E colocou Matheus Sávio, um jovem ainda sem estofo para um jogos destes, sem experiência no lugar do Gabriel. Não preciso explicar que o San Lorenzo nem tomou conhecimento dele. Nada conseguiu a não ser ficar perdido em campo e ficar queimado pela torcida. Com menos dois em campo, San Lorenzo veio com tudo. Aos 29" do segundo tempo, ainda assim. A classificação era nossa. Ganhávamos de 1 a 0 e UCA empatava com a CAP de 1 a 1. Mas, em falha do Matheus que não estourou uma bola disputada, cruzaram a bola na nossa área (para variar), atacante desmarcado, e gol deles.
Tensão no ar. Deuses se divertindo. Aí o gênio da raça Zé Ricardo não satisfeito com a presença deles na nossa área, tira o Everton e coloca Juan. Acabando com a atenção deles pelo ataque pelo nosso lado esquerdo. Foi a senha pro lateral deles, agora o da direita, vir à vontade e fazer o San Lorenzo ficar todo na nossa área.
CAP vira o jogo. Estávamos por um fio. Aí disputa no meio de campo. O nome do jogo, pelo lado negativo, Matheus Savio, não entra rachando no lance. Bola sobra para eles e gol.
Mais uma vez eliminados.
Um dia depois de evento emocionante na Gávea em que trouxe verdadeiros ídolos para serem reverenciados pela conquista do mundial de 1981. Senhores de idade em que todos prestaram homenagens. Outros tempos.
Enfim, é angustiante, trágico. Como o momento político atual do Brasil em que nada parece ter saída. Mas o Flamengo tem. E esta passa pela revisão dos processos decisórios principalmente levando em conta contratação de jogadores e comissão técnica.