E na penúltima partida de seu difícil grupo da Libertadores, o Flamengo venceu. Sua última partida em casa nesta etapa do campeonato. Venceu todas. Assim como perdeu todas fora de casa até aqui. Teremos a última partida lá na Argentina contra um motivado San Lorenzo, agora em segundo lugar no grupo após sapecar um 3 x 0 em plena Arena da Baixada contra o Atletico PR. Será um jogo complicado. Flamengo, se perder e Atletico PR ganhar, Flamengo estará fora. Qualquer outra combinação, Flamengo se classifica. Ansiamos por isto. E a qualidade deste elenco merece.
E como foi a partida? Bem, ela teve um nome. Guerrero. Nosso camisa 10, camisa 9, camisa 8, o peruano se desdobrou em campo. Era uma multidão. Concentrava todas as jogadas de ataque mostrando, mais uma vez aos rubro-negros, porque é tão idolatrado pelo povo peruano. Com justiça marcou seu gol.
Mas, vamos falar do primeiro tempo. O que foi aquilo? Flamengo até que começou bem, com ímpeto, jogadores sabendo o que fazer, até Gabriel jogando bem. De repente, assim que o UCA resolveu avançar suas linhas e passar a armar jogadas pelo centro, o Flamengo entrou em curto. Pane geral. As linhas defensivas não se entendiam. Marcio Araujo ao querer roubar bolas de forma obsessiva, em busca de qualquer jogador que estava com ela, abandonava o centro do meio de campo, deixando um buraco não preenchido por Mancuello ou Arão. Assim o UCA chegava fácil quando resolvia partir pro ataque. Flamengo deixou de produzir mais oportunidades. A fonte do Gabriel secou e Everton fazia partida bem apagada. O time que deu certo contra o Fluminense não funcionou contra o UCA. Talvez porque faltou o Berrio.
E talvez pensando nisso, Zé Ricardo no intervalo, finalmente sacou Mancuello e colocou Rodinei para fazer o papel do colombiano, impedido de jogar esta partida. E também, obviamente, acertou a marcação pelo meio. Arão passou a centralizar mais e Marcio Araujo ficou menos tresloucado em ir para frente, para os lados, ao banheiro, arquibancada do estádio, em busca de roubar a bola. E, numa boa finalização de Rodinei, o Flamengo, justamente, abre o placar. Festa na arquibancada. Flamengo jogava bem. Um time agora ajustado. Marcio Araujo, útil, roubava as bolas de forma ninja, diria. Fica feliz em fazer isto. Pará e Rodinei faziam uma dupla infernal pela direita. Renê também entrou e Trauco e Rodinei ressuscitaram o setor esquerdo, perdido com o futebol apagado do Everton.
Mas o El Tanque empatou. Numa bobeada do Trauco, bola centrada na área e ninguém conseguiu parar o armário chileno. Gol deles. Tensão no ar. E agora? Sempre se fica com medo da reação do Flamengo. Um time meio assustado com estas coisas. Mas não. Resposta madura. Pôs a bola no chão e foi para cima. E numa das jogadas, gol do Guerrero. Premiando o melhor do time. Festa na torcida. Mas UCA é um time articulado, trama bem as jogadas, porém desta vez o Flamengo, no segundo tempo, estava muito bem postado atrás e, numa jogada do Trauco na frente, ele marcou um "gol de Libertadores", driblou um, dividiu com outro, driblou de novo, e golaço. Fez valer o ingresso dos felizes torcedores que foram ao estádio.
Agora, é esperar domingo. Mais uma parada dura.