terça-feira, 23 de maio de 2017

Checkpoint Brasileirão

Entrando no seu 15º ano, o campeonato brasileiro de pontos corridos não é mais novidade para o torcedor. Cada um tem o seu mantra para o título, devidamente embasado pelos resultados dos anos anteriores e, em geral, está muito próximo do “vencer em casa e empatar fora”, equivalente a “fazer 4 pontos a cada duas rodadas”.

Naturalmente, em um campeonato tão equilibrado quanto o nosso, fazer uma projeção para ciclos maiores que duas partidas talvez seja uma forma mais interessante de analisar os picos de variação do desempenho do time, ao longo do torneio. O aproveitamento histórico para o Campeão, G4 (Libertadores) e G6 (Pré-Libertadores), vai nos ajudar a compreender a proposta, que será feita sobre blocos de 5 jogos.


Considerando, os números da seção anterior como metas, elaborei a seguinte metodologia:
  • Dividimos os confrontos em 7 blocos de 5 jogos;
  • Projetamos o total de pontos a serem conquistados em cada bloco;
  • Atingindo a meta ao final da 35ª rodada, estaremos na briga;
  • Dá-se, nos 3 últimos jogos, o sprint final para o objetivo possível (título, G4 ou G6).

Dividindo as 35 rodadas em 7 de grupos de 5 e analisando nível de dificuldade, temos as seguintes classificações:
  • Bloco 1: Atlético MG (c), Atlético GO (f), Atlético PR (f), Botafogo (c) e Sport (f) – DIFÍCIL
  • Bloco 2: Avaí (f), Ponte Preta (c), Fluminense (f), Chapecoense (c) e Bahia (f) – MÉDIO
  • Bloco 3: São Paulo (c), Vasco (f), Grêmio (c), Cruzeiro (f) e Palmeiras (c) – DIFÍCIL
  • Bloco 4: Coritiba (c), Corinthians (f), Santos (f), Vitória (c) e Atlético MG (f) – DIFÍCIL
  • Bloco 5: Atlético GO (c), Atlético PR (c), Botafogo (f), Sport (c) e Avaí (c) – FÁCIL
  • Bloco 6: Ponte Preta (f), Fluminense (c), Chapecoense (f), Bahia (c) e São Paulo (f) – MÉDIO
  • Bloco 7: Vasco (c), Grêmio (f), Cruzeiro (c), Palmeiras (f) e Coritiba (f) – DIFÍCIL
  • Sprint Final: Corinthians (c), Santos (c), Vitória (f) – MÉDIO
Diferentemente do alardeado em alguns canais de comunicação, a tabela do Flamengo é, inicialmente, bem desfavorável. Para se ter uma mais clara ideia, nas 10 primeiras rodadas são 5 jogos fora de casa, 2 clássicos estaduais e apenas 3 jogos com efetivo mando de campo, sendo um deles o difícil jogo da estreia, clássico regional. Não obstante, a partir da 11ª rodada há, em sequência, jogos contra São Paulo, Vasco, Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras, o bloco mais difícil do campeonato.

Esses 15 primeiros jogos serão vitais para nossas pretensões: se conseguirmos atingir os 30 pontos planejados para a disputa do título, estaremos muito bem, uma vez que os outros blocos – especialmente o 5 e o 6 – nos são mais favoráveis. 

No ano passado, fomos muito bem contra os times médios da competição, faltando apenas um melhor desempenho contra os grandes. Este ano, com a Arena da Ilha, esperamos uma evolução neste quesito. Além disso, aproxima-se a estreia do Conca e é grande a possibilidade de outras contratações na janela de meio de ano. Neste cenário, as perspectivas são bem interessantes.

***

Para 2018, a CBF acena com uma premiação recorde na Copa do Brasil. Serão 50 milhões de motivos para todos os clubes priorizarem a competição, em detrimento até mesmo do campeonato brasileiro. No entanto, este ano a relevância da competição está próxima do zero, ao menos para o Flamengo. A recompensa financeira é pequena, não existe mais o “caminho mais curto para a Libertadores”, uma vez que é muito mais fácil ser 6º no campeonato brasileiro e, esportivamente, o que há é apenas “mais do mesmo”: os times que seguirão na Libertadores disputarão a competição com reservas, assim como os times da parte de cima do brasileiro, fazendo com que a Copa do Brasil se restrinja aos demais. Entendo que o melhor planejamento para esta competição seria a escalação do time reserva em todas as partidas.

Por outro lado, a Sulamericana é uma competição que não podemos desprezar. Não custa lembrar que a competição conta pontos para o ranking da Conmebol, no qual continuamos no “pote 3”, além de levar o campeão para duas outras competições: a Recopa (mais pontos no ranking...) e a Copa Suruga, oportunidade do time retornar ao Japão em um jogo oficial, ajudando no processo de expansão da marca Flamengo em território internacional. 

Esportivamente, os desafios são inferiores aos encontrados na Libertadores. No entanto, ainda assim deverão servir para que time e técnico ganhem maturidade neste tipo de competição. Há times tradicionais em competições sul-americanas (São Paulo, Cruzeiro, Independiente, LDU, Racing), possibilidade de fortes embates caseiros (Fluminense, Corinthians) e mesmo a chance de encarar bons times que também virão da Libertadores (Estudiantes, The Strongest, Libertad, Lanus). Desprezar esta competição me parece um erro estratégico. Escalaria o time titular sempre.

https://anotandofutbol.blogspot.com.br/2017/01/flamengo-parte-13.html?m=1
Quanto à Primeira Liga, não há nem o que comentar. Coloca o Sub-20 e segue o jogo.

***

O cenário é de reestruturação. Por mais que todos estejamos feridos, a temporada não acabou. É aproveitar o momento para rodar o elenco e encontrar a melhor formação. Independentemente de quem jogue, a obrigação do time/técnico é apresentar um nível de competitividade de acordo com as tradições do Flamengo. 

Nós, torcedores, só esperamos isso. O resto a gente mesmo faz.