A partida teve mesmo características de decisão, com duas equipes bem armadas por treinadores promissores da nova geração. Marcação encaixada em ambos os lados, jogo em 30 metros do campo, nenhuma chance de gol. Tanto que o gol saiu numa não-chance apenas aos 23 minutos. Matheus Sávio cruzou a bola para a área buscando Guerrero mas nem o peruano, nem seu marcador e nem o goleiro Victor encontraram a pelota que morreu no fundo da rede. O time parou, chamou o Galo pro nosso campo e sofreu uma pequena pressão. A rigor, no entanto, só ameaçaram numa cobrança de falta venenosa, de longe, do Otero que o Muralha pegou com dificuldade.
Foto: Buda Mendes/Getty |
Um desarme do Márcio Araújo sobre o Robinho trouxe a torcida de volta e o time cresceu. Nos minutos finais, duas oportunidades importantes para ampliar o placar. Na primeira, Berrío não encontrou o espaço que queria para finalizar, a bola sobrou pro Guerrero que virou e bateu pra fora. Talvez a melhor opção fosse ajeitar para o Arão que vinha de trás mas não dá pra pedir isso de um atacante. Dois minutos depois, o colombiano fez a jogada mais bonita da partida, arrancou do meio de campo, passou como quis pelo Otero, deu uma caneta no zagueiro e, ao entrar na área, ao invés de bater pro gol, preferiu servir o atacante peruano. O passe saiu curto e a defesa cortou.
Roger voltou do intervalo com Cazares no lugar do Otero e, principalmente, uma mudança de atitude. Elias passou a atuar mais próximo dos atacantes e logo no primeiro minuto quase o empate saiu, Rafael Vaz cortou uma finalização que já havia passado pelo Muralha. Mesmo assim, poderíamos ter feito o segundo se Everton fosse mais caprichoso na frente do Victor. Vaz ainda salvou mais uma chance mineira, dessa vez em cima da linha, mas o gol deles estava madurinho. Uma série de lambanças, começando com Marcinho e Arão trocando tijolos no meio de campo, passando pelo Réver errando um bote e finalizando em quem deixou o Elias sozinho para finalizar e empatar a partida.
A substituição já estava preparada, Zé colocou Renê no lugar do Matheus Sávio, deslocando o Trauco para o meio. O que havia dado resultado algumas vezes, foi uma tragédia hoje. Trauco já não estava bem na lateral, não jogou nada no meio. Perdemos o setor e o Galo mandava na partida. O time claramente sente a sequência de partidas e, ainda mais, a falta do Diego. Especialmente quando seus possíveis substitutos não estão disponíveis. Conca ainda não estreou, Ederson voltando de longa inatividade, Mancuello no estaleiro, sobram apenas os meninos da base e improvisações.
A situação melhorou um pouco com a entrada do Ederson aos 29 minutos, no lugar justamente do inoperante Trauco. Fábio Santos bloqueou uma finalização do Réver que ia para o gol. Zé chamou Vinícius Jr., o Maracanã explodiu. A torcida já vinha gritando pela nossa maior promessa dos últimos anos desde o início do segundo tempo. Minha opinião?! Não devia nem ter sido convocado para essa partida. Acho que deve ir entrando, sim, aos poucos, mas primeiro em jogos menores. Zé, ao trazê-lo para o banco de reservas, virou refém da situação. Era óbvio que a massa iria pedir por ele em algum momento. E, justamente contra um dos postulantes ao título, uma decisão de campeonato, mesmo que bastante antecipada, não seria o melhor momento.
Foto: Gilvan de Souza |
Empate em casa é um bom resultado? Quase nunca, depende muito da situação. Hoje diria que ficou para o jogo de volta, no Mineirão. Sem se esquecer dos 36 outros que ainda faremos nesse longo e dificílimo Campeonato Brasileiro.