quinta-feira, 16 de março de 2017

Universidad Católica 1 x 0 Flamengo - A Chilenada

"O Zé Ricardo se preocupou mais com o time adversário do que com o Flamengo." Zico


E o Flamengo foi ao Chile e voltou com uma derrota no currículo nesta Libertadores. Não que o resultado fosse surpreendente, afinal, o Universidad é um time acostumado a competição, sabe exatamente como atuar, fazer pressão na arbitragem e catimba. E o time chileno ao invés de praticar o esperado, talvez, por nosso treinador, entrou no jogo mais "esperando que indo". E o Flamengo, escalado com uma formação mal-treinada de dois volantes e um Marcio Araujo, entrou todo torto, enfrentando alguns múltiplos problemas de passe e falta de compactação na frente, fazendo o Diego ficar indo e vindo o campo todo como um maratonista.

Mas Flamengo tinha Guerrero. E ele está numa fase que vale por dois atacantes. Prende a bola, distribui, finaliza, mas não teve acuidade nas finalizações. Flamengo criou algumas oportunidades em cobranças de falta que levaram perigo ao gol adversário. Este, finalmente, é um fundamento que o Flamengo está, efetivamente, bem servido e treinado, com cobranças de Diego ou Guerrero (cai fora Vaz! Some!).

O Universidad pouco atacava. Recebeu um presente do Rafael Vaz, em uma atrasada estapafúrdia, que deixou o atacante de frente com Muralha, que saiu e fez bela defesa. É um zagueiro impetuoso que tem este tipo de falha de falta de atenção, frequentemente. Rever fazia ótima partida, como sempre. No primeiro tempo o jogo ficou torto pela direita, Arão avançava muito com auxilio do Pará. Nosso lado esquerdo ficou um vazio. Romulo perdido em campo, Everton também caia pela direita e Trauco por ali, observando a paisagem e eventualmente cobrindo seu setor.

Marcio Araujo posicionado, talvez, para ser uma espécie de pivot central, estava em todo lugar. Como um gás. Estando, muitas vezes, por ali perto dos zagueiros ficava lá, mediocremente, por vezes, fazendo a saída de bola. Como tem enorme dificuldade de cumprir qualquer tipo de requisito tático, ficar de frente para jogadas ou ao menos ficar bem posicionado, ele se transforma no punguista da bola. Sua especialidade. Se colocar por trás do adversário e tomar-lhe a bola. Parece pouco, mas é muito para parte da torcida e do Zé Ricardo que amam este tipo de jogador limitado, mas que não agrega ou acrescenta nada a um time que queira ser campeão. Com esta movimentação do peladeiro, o meio de campo ficou meio perdido. Rômulo principalmente, no primeiro tempo. 

Veio o segundo tempo, Rômulo passou a jogar mais ainda pela esquerda, achando então seu setor. Universidad passou a atacar mais por ambos os lados e o posicionamento do Rômulo evitava várias jogadas por ali. Aos 10 minutos o Zé Ricardo achou por bem colocar Berrio no lugar do Rômulo. Talvez agora pensava em ganhar o jogo. Mas com isto desguarneceu o lado esquerdo. Pois, lembre-se, Marcio Araujo estava em campo e não guarda posição, nem entra em linha direito.  Diego, o maratonista, foi lá abafar uma jogada e cometeu falta. Cruzamento, excelente cabeçada, e gol do Universidad. Ferrou. O time deles entrou no mode "catimba total", como sabem fazer nossos hermanos latino-americanos.

Zé Ricardo tirou Arão, Everton e colocou Gabriel e Damião. Nem deu pro cheiro. Berrio foi expulso em uma jogada que, ao meu ver, o juiz forçou. Ele foi agarrado pelo adversário e deu um empurrão para se safar. Tinha que os dois receberem amarelo e advertência. Mas só deu amarelo pro chileno. Faz parte da Liberta. É assim. O time ficou sem jogadas e até o final foi só o martírio de ver a inoperância em campo.

Não sei o que o treinador e o time irão aprender desta derrota. Pagou-se o preço de entrar com esquema novo em partida decisiva. O time não correspondeu ao esperado, acho eu, e permitiu a vitória de um time de elenco inferior. Faz parte do futebol. Ainda tem chão a percorrer na Libertadores, mas já estamos em terceiro do grupo e precisando vencer o difícil Atletico-PR de qualquer maneira. Será pedreira.