sábado, 18 de março de 2017

Batendo Cartão

Sábado, fim de tarde chuvoso, tem programa melhor do que assistir o time alternativo do Flamengo contra o possante Resende no "emocionante" Carioqueta?! O pior é que 2.667 abnegados ainda foram ao estádio para testemunhar esse embate. Sai a escalação e a indignação de muitos foi ver o Rômulo entre os ditos reservas, o que pode significar que o Marcinho esteja de volta ao onze titular.

Pela escalação, imaginei que o Zé continuaria a insistir com o Mancuello na direita, deslocando o Berrío para o outro lado. No entanto, a formação que iniciou tinha o colombiano na sua, na direita, Matheus Sávio pela esquerda com o argentino na posição que seria do Diego. A diferença na dinâmica entre os dois é enorme e a equipe sentiu falta da movimentação do camisa 35. Diego gira o campo inteiro, muitas vezes volta até a linha de volantes para iniciar a saída de bola enquanto Mancuello não se mexe tanto. Distinção entre posição e função, tema de uma próxima coluna.

Além disso, o Resende, como dizem, estacionou o ônibus na entrada da sua área com três zagueiros, dois laterais que mais marcavam do que atacavam e dois volantes. Por isso, o time insistiu em jogadas pelo lado, principalmente pela direita, mas poucos cruzamentos chegavam ao Damião dentro da área e as poucas chances ocorriam em jogadas de bola parada. Foram muitos passes errados, 30 na primeira etapa. Curiosamente, nossa melhor oportunidade de gol aconteceu em uma jogada pelo meio, que o centroavante finalizou prensado com a defesa.



O panorama mudou muito pouco depois da volta dos vestiários. Como gota d'água numa pedra, as oportunidades até surgiram. Uma finalização do Renê pra fora, outra do Mancuello que o goleiro espalmou para escanteio. Zé Ricardo demorou a mudar o time. Quando o fez, só depois dos 25 minutos, colocou Felipe Vizeu e Lucas Paquetá nos lugares de Mancuello e Matheus Sávio. Não curti. Eu tiraria um volante e recuaria o argentino. Sacaria também o Berrío, que não fazia uma boa partida. Depois das alterações, o time ficou todo torto, sem ninguém pelo lado esquerdo. Só aos 38, Cafu entrou no lugar do Rômulo e desfez a dupla de volantes desnecessária frente a um ataque árido como o do Resende.

Mas eu não sou o treinador, né? E o gol da vitória saiu através de um cruzamento do Cafu, canhoto, com o pé direito pelo lado direito do campo, que encontrou a cabeçada certeira do Vizeu. Lembrou, como disse o amigo Luiz Filho no Twitter, o Gaúcho, exatamente no dia seguinte ao aniversário do falecimento do melhor cabeceador que eu vi jogar com a camisa rubro-negra.


Foto: Gilvan de Souza

Enfim... mais uma vitória protocolar nesse campeonato que é igual bater em bêbado: vencer os pequenos não é mais do que obrigação, mesmo com um time de reservas como o de hoje. Empatasse, ainda mais depois da doída derrota da quarta-feira passada, seria motivo para mais e mais reclamações até a próxima quarta, quando precisaremos bater cartão novamente no Carioqueta.