"Não sou Botafogo, mas reconheço a tristeza de uma torcida que quase não ganha" (Consuelo Maldonado, turista mexicana, após assistir, no Maracanã, a Flamengo 2-0 Botafogo, em 02.03.1986)
APOLOGIA À
PEQUENEZ
Glorioso!
Campeão de onde és tu?
Pois aqui
tu és somente
Campeão
do “sururu”
Tua sede
sobre nós já virou fome
Glorioso!
Glorioso!
Que
ironia é o teu nome.
Isto a
todos irrita
Causa dó
e compaixão
Ter o
nome de “glorioso”
O
“Glorioso” tem mesmo glórias
Pois já
foi até campeão
No tempo
que Eva era “back”
E o
“goalkeeper” era Adão
“Glorioso”!
És somente para os trouxas
Pois as
lutas hoje em dia
São
maiores e mais roxas
“Glorioso”,
toma jeito
Quem é
bom já nasce feito
O
“Glorioso” quando quiser
Para isto
basta somente
Ir pra
segunda divisão
Para a
“torcida gloriosa”
Isto
causa uma grande mágoa
Pois a
turma do rubro-negro
Joga até
debaixo d'água
“Glorioso”!
Glorificado podes ser
Quem só
vive a perder
Não tem
glórias quem nasceu pra apanhar
Glorioso!
Glorioso!
Vai
primeiro te criar
Vocês
não podem com a luta
Por isto
deixem de prosar
Isto é
bom para o Flamengo
Que é
campeão de terra e mar
Chora,
chora minha gente
Isto é
mesmo pra chorar
Pois oito
campeonatos num ano
Rubro-negro,
desfralda o teu pavilhão
Pois ele
eleva aos píncaros
O nome de
uma nação
Dentre
muitas, talvez mais de mil
És tu, ó
Flamengo
Uma das
glórias do Brasil.
(Poema
“Gloriorita”, publicado no Jornal “O Imparcial”, em 23 de
agosto de 1921, autoria sob pseudônimo “Miss Verity”)
O
Flamengo, dois dias antes, vencera, na Rua Paysandu, o Botafogo por
3-1, praticamente eliminando o adversário da disputa do Campeonato Carioca. Alguns dias
depois, o rubro-negro sagrou-se bicampeão.
Boa semana a todos,