segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Reapresentação e Planejamento

Salve, Buteco! Quarta-feira, 11 de janeiro de 2017 está chegando, dia da reapresentação do elenco profissional do Flamengo para a primeira pré-temporada no Ninho do Urubu recém-inaugurado. Com a janela de transferências internacionais ainda em curso, não se pode afirmar que o elenco esteja "fechado" com, até aqui, as contratações de Miguel Trauco e Dario Conca. Todavia, se analisarmos como ocorreram as (admitidas) propostas por Marinho (Vitória) e Cecilio Dominguez (Cerro Porteño), não seria exagero considerar a possibilidade de que uma das grandes carências do elenco não venha a ser preenchida - atacantes/pontas com alta qualidade na finalização.

Não se trata de encarar os fatos com pessimismo, mas apenas de analisá-los friamente na forma que ocorreram. Primeiramente, a Diretoria tentou manter Fernandinho, que até teve alguns bons momentos com a camisa rubro-negra em 2016, mas seria inegavelmente um jogador de custo/benefício muito alto para a limitada qualidade do futebol que apresenta. Em segundo lugar, talvez seja um exagero utilizar a palavra "proposta" para definir o que a Diretoria do Flamengo sugeriu por Marinho e Cecilio Dominguez, a julgar pelos valores oferecidos e o prazo de pagamento especulados pela imprensa esportiva. Em terceiro lugar, nesta entrevista concedida por Zé Ricardo a Carlos Eduardo Mansur (@carlosemansur), o nosso treinador afirmou expressamente que "com Diego e Conca, temos que encontrar espaço pra eles, porque o Flamengo ganharia muito em qualidade técnica. Deve partir daí (do 4-2-3-1)."

É difícil criticar o treinador diante das opções que lhe são oferecidas, já que se encontra entre a cruz e a espada: escalando Diego ou Conca na posição de volante, provavelmente deixaria o time muito exposto; como atacantes, correria o risco de reviver o drama do time de Luxemburgo em 2011, com Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho, meias, avançados como atacantes próximos ao centroavante, o que deixava o time com pouca capacidade de finalização; e é difícil imaginar qualquer dos dois desempenhando com o mesmo vigor físico as funções defensivas que no time de 2016 estavam a cargo de Everton e Gabriel. O encaixe não é impossível, mas também não é simples como a empolgação pode levar a crer.

A impressão que as "propostas" feitas por Marinho e Cecilio Dominguez, jogadores que talvez sequer justificassem o investimento, acabam por transparecer é que foram pouco mais do que algo do tipo "se colar, colou", afinal de contas caridade não é uma prática comum no mercado internacional do futebol profissional. Por outras palavras, o cenário mais provável com o qual a Diretoria trabalha é de não contratar atacante de maior investimento mesmo.

Em um cenário de câmbio desfavorável para o Real em face do Dólar americano e do Euro, e afirmando a Diretoria que não há dinheiro para investimento em tal patamar, a palavra "proposta" é no mínimo inadequada. Então para que tanto esforço inútil? Tudo o que o Centro de Inteligência do Mercado pode fazer, em nível de mapeamento de reforços, resume-se a esses dois atletas de valor tão alto e, segundo a Diretoria, de impossível pagamento pelo Flamengo no momento? Ou a alternativa que podem apresentar é a renovação do contrato do Fernandinho?

Por outro lado, diante de um contexto com tantas limitações financeiras, torna-se obrigatório questionar algumas opções feitas pela Diretoria e, nesse caso, com a concordância do treinador. É aceitável que Gabriel vá para o seu quinto ano consecutivo no elenco profissional do Flamengo? O jogador vive de uma boa fase em parte do segundo semestre de 2014 e de esporádicas apresentações razoáveis. É impossível negociá-lo? De quem é a decisão de mantê-lo no elenco?

Questionamentos também podem ser feitos em relação à problemática função de primeiro volante. É minimamente razoável afirmar que o Márcio Araújo é a melhor relação de custo/benefício para a posição, considerando qualidade do futebol, valores a serem pagos, sua idade  e o tempo de contrato? Se o treinador pediu a renovação, não era função da Diretoria vetar pedido tão esdrúxulo?

Apesar das contratações de Trauco e Conca, o Flamengo inicia 2017 mais fraco do que terminou 2016. Bem ou mal, Alan Patrick tinha condições físicas de entrar em campo, o que Conca não terá antes de abril/2017, de acordo com os prognósticos. Em que pese seu limitado futebol, é melhor ter Fernandinho no elenco do que não ter reposição para a função, afinal de contas estamos falando de Taça Libertadores da América e os campeões da Copa São Paulo de Juniores/2016 sequer foram testados em competições de nível mais baixo, como o Estadual, à exceção de Felipe Vizeu, que já se firmou no elenco profissional.

A janela ainda não terminou mas, às vésperas da reapresentação, a formação do elenco para a Libertadores/2017 preocupa.

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Enquanto isso, a sensação do momento é o jovem Vinícius Jr, de apenas 16 (dezesseis) anos, e seu futebol fora-de-série exibido nas competições sub-20 que o Flamengo vem disputando, inclusive a Copa São Paulo de Juniores/2017. O garoto tem futuro e o seu esfuziante futebol promete muitas alegrias para a Nação Rubro-Negra.

Bom dia e SRN a tod@s.